Questões de Concurso Público MPE-SC 2014 para Analista - Letras, Reaplicação
Foram encontradas 41 questões
Texto 1
Afinal, o que é a língua?
A língua é uma das realidades mais fantásticas da nossa vida. Ela está presente em todas as nossas atividades; nós vivemos entrelaçados (às vezes soterrados!) pelas palavras; elas estabelecem todas as nossas relações e nossos limites, dizem ou tentam dizer quem somos, quem são os outros, onde estamos, o que vamos fazer, o que fizemos. Nossos sonhos são povoados de palavras; os outros se definem por palavras; todas as nossas emoções e sentimentos se revestem de palavras. O mundo inteiro é um magnífico e gigantesco bate-papo, dos chefes de Estado negociando a paz e a guerra às primeiras sílabas de uma criança em alguma favela brasileira ou numa vila africana. É pela linguagem, afinal, que somos indivíduos únicos: somos o que somos depois de um processo de conquista da nossa palavra, afirmada no meio de milhares de outras palavras e com elas compostas.
Apesar dessa presença absoluta na nossa vida (ou talvez justamente por isso), ainda sabemos pouco sobre a linguagem e, em geral, temos uma relação problemática com ela, principalmente em sua forma escrita. Isto é, embora não sejamos nada sem a língua, parece que ela permanece alguma coisa estranha em nossa vida, como se ela não nos pertencesse.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes
universitários. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 9.
Texto 1
Afinal, o que é a língua?
A língua é uma das realidades mais fantásticas da nossa vida. Ela está presente em todas as nossas atividades; nós vivemos entrelaçados (às vezes soterrados!) pelas palavras; elas estabelecem todas as nossas relações e nossos limites, dizem ou tentam dizer quem somos, quem são os outros, onde estamos, o que vamos fazer, o que fizemos. Nossos sonhos são povoados de palavras; os outros se definem por palavras; todas as nossas emoções e sentimentos se revestem de palavras. O mundo inteiro é um magnífico e gigantesco bate-papo, dos chefes de Estado negociando a paz e a guerra às primeiras sílabas de uma criança em alguma favela brasileira ou numa vila africana. É pela linguagem, afinal, que somos indivíduos únicos: somos o que somos depois de um processo de conquista da nossa palavra, afirmada no meio de milhares de outras palavras e com elas compostas.
Apesar dessa presença absoluta na nossa vida (ou talvez justamente por isso), ainda sabemos pouco sobre a linguagem e, em geral, temos uma relação problemática com ela, principalmente em sua forma escrita. Isto é, embora não sejamos nada sem a língua, parece que ela permanece alguma coisa estranha em nossa vida, como se ela não nos pertencesse.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes
universitários. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 9.
Texto 1
Afinal, o que é a língua?
A língua é uma das realidades mais fantásticas da nossa vida. Ela está presente em todas as nossas atividades; nós vivemos entrelaçados (às vezes soterrados!) pelas palavras; elas estabelecem todas as nossas relações e nossos limites, dizem ou tentam dizer quem somos, quem são os outros, onde estamos, o que vamos fazer, o que fizemos. Nossos sonhos são povoados de palavras; os outros se definem por palavras; todas as nossas emoções e sentimentos se revestem de palavras. O mundo inteiro é um magnífico e gigantesco bate-papo, dos chefes de Estado negociando a paz e a guerra às primeiras sílabas de uma criança em alguma favela brasileira ou numa vila africana. É pela linguagem, afinal, que somos indivíduos únicos: somos o que somos depois de um processo de conquista da nossa palavra, afirmada no meio de milhares de outras palavras e com elas compostas.
Apesar dessa presença absoluta na nossa vida (ou talvez justamente por isso), ainda sabemos pouco sobre a linguagem e, em geral, temos uma relação problemática com ela, principalmente em sua forma escrita. Isto é, embora não sejamos nada sem a língua, parece que ela permanece alguma coisa estranha em nossa vida, como se ela não nos pertencesse.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes
universitários. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 9.
Texto 3
Do prescritivismo preconceituoso ao normativismo racional
O que aqui defendemos é um prescritivismo funcional e ilustrado, que caracterizamos por três traços: relativismo, gradação e elasticidade. Um prescritivismo relativista, que proclama a importância pragmática e simbólica da diversidade linguística, reconhece o valor de cada uma das variedades da língua e assume a convencionalidade dos padrões. Um prescritivismo graduado, que sustenta que as prescrições têm mais força e validade para certos estilos de comunicação que para outros, e inclusive que carecem de justificação para alguns, ao mesmo tempo em que defende que as exigências de conformidade à língua normativa não devem ser as mesmas para todos os falantes em todas as situações. Um prescritivismo elástico, que postula que as normas linguísticas devem se oferecer como orientações para o comportamento linguístico e não se impor como ditames imperativos para o comum dos falantes. Resumindo, um prescritivismo atento ao uso comum, e preocupado com que os padrões linguísticos não se afastem desnecessariamente dele.
Com tais pressupostos, talvez estejamos mais bem equipados para responder aos desafios de uma melhora significativa, equitativamente compartilhada, das competências linguístico-comunicativas do conjunto dos falantes, e da imprescindível e urgente democratização dos complexos instrumentos de poder e de saber que são as línguas.
MONTEAGUDO, Henrique. Variação e norma linguística: subsídios
para uma (re)visão. In: LAGARES, Xoán C.; G BAGNO, Marcos (orgs.)
Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola
Editorial, 2011. p. 46. [Adaptado]
Texto 3
Do prescritivismo preconceituoso ao normativismo racional
O que aqui defendemos é um prescritivismo funcional e ilustrado, que caracterizamos por três traços: relativismo, gradação e elasticidade. Um prescritivismo relativista, que proclama a importância pragmática e simbólica da diversidade linguística, reconhece o valor de cada uma das variedades da língua e assume a convencionalidade dos padrões. Um prescritivismo graduado, que sustenta que as prescrições têm mais força e validade para certos estilos de comunicação que para outros, e inclusive que carecem de justificação para alguns, ao mesmo tempo em que defende que as exigências de conformidade à língua normativa não devem ser as mesmas para todos os falantes em todas as situações. Um prescritivismo elástico, que postula que as normas linguísticas devem se oferecer como orientações para o comportamento linguístico e não se impor como ditames imperativos para o comum dos falantes. Resumindo, um prescritivismo atento ao uso comum, e preocupado com que os padrões linguísticos não se afastem desnecessariamente dele.
Com tais pressupostos, talvez estejamos mais bem equipados para responder aos desafios de uma melhora significativa, equitativamente compartilhada, das competências linguístico-comunicativas do conjunto dos falantes, e da imprescindível e urgente democratização dos complexos instrumentos de poder e de saber que são as línguas.
MONTEAGUDO, Henrique. Variação e norma linguística: subsídios
para uma (re)visão. In: LAGARES, Xoán C.; G BAGNO, Marcos (orgs.)
Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola
Editorial, 2011. p. 46. [Adaptado]
Texto 4
A coesão, o léxico e a gramática
A coesão do texto tem uma dupla função: a de promover e a de sinalizar as articulações de segmentos, de modo a possibilitar a sua continuidade e a sua unidade. Dessa forma, a coesão não apenas estabelece os nexos que ligam as subpartes do texto como também marca onde estão esses nexos e quais os pontos que eles articulam.
A gramática é uma condição para que aquilo que dizemos, numa determinada situação, faça sentido e possa funcionar como atividade de interação. O uso de certas categorias gramaticais promove e sinaliza a continuidade do texto e é, por isso, uma das condições de sua coerência. O vocabulário de um texto, por sua vez, não cumpre apenas uma função ligada ao significado do que se pretende dizer, mas cumpre também a função de marcar as ligações que se quer fazer no texto, para que ele tenha a necessária continuidade e unidade. São, portanto, mais do que palavras com significados.
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo:
Parábola Editorial, 2005. p. 164-173. [Adaptado]
Texto 4
A coesão, o léxico e a gramática
A coesão do texto tem uma dupla função: a de promover e a de sinalizar as articulações de segmentos, de modo a possibilitar a sua continuidade e a sua unidade. Dessa forma, a coesão não apenas estabelece os nexos que ligam as subpartes do texto como também marca onde estão esses nexos e quais os pontos que eles articulam.
A gramática é uma condição para que aquilo que dizemos, numa determinada situação, faça sentido e possa funcionar como atividade de interação. O uso de certas categorias gramaticais promove e sinaliza a continuidade do texto e é, por isso, uma das condições de sua coerência. O vocabulário de um texto, por sua vez, não cumpre apenas uma função ligada ao significado do que se pretende dizer, mas cumpre também a função de marcar as ligações que se quer fazer no texto, para que ele tenha a necessária continuidade e unidade. São, portanto, mais do que palavras com significados.
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo:
Parábola Editorial, 2005. p. 164-173. [Adaptado]