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Defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto inútil. Mas também é quase
inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma
perspectiva adulta e, no entanto, todo adulto cumpre
o que julga ser seu dever. (...) Ora, no que se refere à
língua, o choque ou oposição situam-se normalmente
na linha divisória do novo e do antigo. Mas fixar no
antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a
recorrer a um mais antigo, até o limite das origens da
língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá
o que lhe importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frases e vocábulos. Outros, ela absorve e integra a seu modo de ser.
Vergílio Ferreira