Questões de Concurso Público Prefeitura de São Paulo - SP 2016 para Professor - Geografia
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“A evolução dos conceitos sobre espaços ecológicos é uma tarefa de grande utilidade para um melhor ajuste entre a teoria e sua aplicação. Da obra do grande naturalista Alexander Von Humboldt herdou-se a consideração fitogeográfica essencial sobre a distribuição _____ das floras. No início do século passado falava-se em regiões climatobotânicas, aludindo, sobretudo, a faixas de disposição _____. Em 1935, Arthur Tansley introduz o termo de maior penetração e aplicabilidade nos meios científicos de todos os países: o conceito de _____.”
(Adaptado de: AB´SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil. Potencialidades paisagísticas. Ateliê Editorial, 2012.)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.
Na metade do século XX a ciência geográfica enfrentou debates sobre sua natureza e seu escopo. Este debate estava inserido em um conjunto mais amplo de discussões filosóficas sobre as diferentes abordagens válidas para a produção do conhecimento científico. No entanto, em cada disciplina, este debate é apresentado por abordagens metodológicas e teóricas específicas que representam diferentes posições filosóficas.
Assinale a opção que apresenta, respectivamente, o par de diferentes abordagens filosóficas e um dos principais debates na ciência geográfica em meados do século XX.
“Seu projeto de transformação da epistemologia geográfica envolvia a assimilação da lógica formal positivista, enaltecendo assim o rigor do modelo científico das ciências físicas e a expressão exata da linguagem matemática, erigida como a linguagem universal da ciência. O método hipotético-dedutivo adotado sobrepõe a hipótese (a teoria) ao empírico, estabelecendo-a como ponto de partida (e de chegada!) no processo de conhecimento.”
(HAESBAERT, R. (Org.) Territórios Alternativos. São Paulo: Contexto, 2011.)
Assinale a corrente do pensamento geográfico que condiz com o projeto epistemológico da Geografia descrito no fragmento acima.
"Como nem todo fato histórico corresponde a uma escala territorial explícita, é claro que nunca teremos uma afirmação fechada do tipo tempo breve = espaço local. E, vice-versa, o espaço local não obrigatoriamente será um território de mudanças rápidas.”
(HAESBAERT, Rogério. (Org.) Territórios Alternativos. São Paulo: Contexto, 2011.)
Assinale a opção que corresponde aos dois tipos de escala relacionados no fragmento acima.
“A intensificação da conexão entre os lugares do planeta ao longo do processo de globalização tem levantado importantes questões sobre os conceitos de território e de rede na atualidade. O aumento da importância e do volume dos fluxos de bens, de mercadorias e de pessoas levou vários geógrafos a crer que a concepção tradicional sobre o território, com suas fronteiras bem demarcadas e o enraizamento dos grupos sociais, estava em vias de acabar. No entanto, novas formas de territorialização têm mostrado que a relação entre territórios e redes é ainda um tema aberto para a pesquisa geográfica.”
(Adaptado de: HAESBAERT, Rogério. (Org.) Territórios Alternativos. São Paulo: Contexto, 2011.)
Considerando as relações entre os conceitos de rede e território, analise as afirmativas a seguir.
I. As redes jamais preenchem o espaço em sua totalidade, permanecendo muitos interstícios para outras formas de organização do espaço.
II. A desterritorialização por meio das redes, especialmente as redes de capital financeiro e da sociedade de consumo, é um processo inexorável rumo a um mundo sem territórios.
III. As redes mais extrovertidas ignoram ou destroem fronteiras e territórios, enquanto as mais introvertidas acabam estruturando novos territórios, fortalecendo processos dentro dos limites de suas fronteiras.
Está correto o que se afirma em
“O tema modernidade não é propriamente novo na análise espacial. A modernidade apresenta diferentes formas de espacialidade, mas, em alguns lugares, a síntese entre a mudança e a permanência, o caos e ordem são incorporados de forma mais evidente.”
(Adaptado de: HAESBAERT, Rogério. (Org.) Territórios alternativos. São Paulo: Contexto, 2011.)
De acordo com Haesbaert, assinale a opção que indica, entre as diferentes espacialidades, aquela que incorpora, de forma mais evidente, os atributos da modernidade.
Em seu trabalho Espaço: um conceito-chave da Geografia, Roberto Lobato Corrêa apresenta fragmentos de obras de geógrafos, que de diferentes correntes do pensamento geográfico.
Fragmento 1
“... o espaço organizado pelo homem é como as demais estruturas sociais, uma estrutura subordinada-subordinante. E como as outras instâncias, o espaço, embora submetido à lei da totalidade, dispõe de uma certa autonomia”.
Fragmento 2.
“O espaço mítico é também uma resposta do sentimento e da imaginação às necessidades humanas fundamentais. Difere dos espaços concebidos pragmática e cientificamente no sentido que ignora a lógica da exclusão e da contradição”.
No fragmento 1, o espaço, para o geógrafo, é um fator social e não apenas um reflexo social. No fragmento 2, o geógrafo enfatiza os sentimentos espaciais e as ideias de um grupo ou povo sobre o espaço a partir da experiência.
Os fragmentos 1 e 2 foram escritos, respectivamente, por
“A crise da Geografia clássica coincidiu com uma grande rediscussão do conceito de região. Aos poucos, o estabelecimento de regiões passa a ser uma técnica da geografia e não mais um produto final do trabalho de pesquisa. Ganha então relevo uma abordagem conhecida como análise regional, de inspiração neoclássica, que enfatiza os estudos das chamadas regiões funcionais.”
(Adaptado de: GOMES, Paulo Cesar da Costa. O conceito de região e sua discussão. Em: CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
Para estudar as regiões funcionais, a partir da perspectiva da análise regional, é necessário considerar
“Na Geografia Política clássica, o território é concebido como o espaço concreto em si, que é apropriado, ocupado por um grupo social. Esse tipo de território foi associado, em primeiro lugar, ao recorte do Estado-Nação.”
(Adaptado de: SOUZA, Marcelo Lopes. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. Em: CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
As opções a seguir apresentam características associadas à concepção de território da Geografia Política clássica, à exceção de uma. Assinale-a.
Com relação aos efeitos da difusão das redes de telecomunicações e da intensificação dos fluxos de informação na dinâmica territorial brasileira, a partir da década de 1980, analise as afirmativas a seguir.
I. Alguns centros urbanos que extraíam sua força dos laços de proximidade geográfica foram marginalizados.
II. A comunicação entre parceiros econômicos por meio das novas redes foi acompanhada de seletividades espacial.
III. As diferentes regiões do país se tornaram mais homogêneas quanto ao seu conteúdo e às suas vantagens locacionais.
Assinale:
“No que tange à lógica instrumental da acumulação, criam-se condições para a internacionalização da economia em um mercado unificado, e um espaço de fluxos financeiros, mercantis e informacionais tende a superar os Estados e as fronteiras, delineando uma nova divisão territorial do trabalho e uma nova geopolítica.”
(BECKER, Bertha. A geopolítica na virada do milênio: logística e desenvolvimento sustentável. CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org..). Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
Em relação à dimensão política do espaço, Berta Becker afirma que a globalização significa
“Entre 1890 e 1930, período que antecede à institucionalização da Geografia no Brasil, o pensamento geográfico, em sua versão ‘moderna’ participou das representações sobre o território e a população brasileiros.”
(Adaptado de Lia Osório Machado. “Origens do pensamento geográfico no Brasil: meio tropical, espaços vazios e a ideia de ordem (1870-1930)”. Em: CASTRO, Iná Elias de; et all (Orgs.). Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
Com relação aos elementos que, no período citado, sedimentaram, no pensamento geográfico, a tese determinista de um destino de grande potência para o país, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A ocorrência de enormes recursos naturais como condição de desenvolvimento econômico.
( ) A presença de uma população etnicamente homogênea como referência para sua política externa.
( ) A dimensão territorial como expressão da sua força
geopolítica no cenário internacional.
“Em geral, os enfoques tradicionais sobre a organização do território, dominados pela corrente neoclássica economicista, não se preocupam com a busca da explicação dos fenômenos territoriais, ocultando a verdadeira natureza da questão territorial, cuja explicação deve apoiar-se no conhecimento real do sistema social vigente, cujas leis devem ser decifradas a partir de um corpo teórico crítico que não negue as contradições do sistema capitalista. Nesta perspectiva a problemática espacial deve ser apreendida como derivação da totalidade, já que cada lugar é parte de um todo.”
(Adaptado de: BERNARDES, Júlia Adão. Mudança técnica e espaço: uma proposta de investigação. Em: CASTRO, Iná Elias de; et all (Org). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
Considerando os pressupostos subjacentes ao tipo de análise do espaço sugerido no texto acima, analise as afirmativas a seguir.
I. Os conflitos constituem o elemento dinamizador da totalidade social.
II. A construção do espaço é, na aparência, um fato social e, na essência, um fato técnico.
III. O espaço é o instrumento material manipulado pelos grupos dominantes para manter sua posição de classe.
Assinale:
“O período técnico-científico que caracteriza a produção e o consumo de bens e serviços na atualidade tem como um dos grandes veículos de sua afirmação histórica as empresas transnacionais. A internacionalização das grandes companhias conseguiu estender as suas redes de atuação por todo o mundo, utilizando a mão de obra mais barata dos países subdesenvolvidos e atingindo a elevação das taxas de lucro, de uma forma que não era mais possível quando atuavam apenas nos mercados centrais. A capilaridade das empresas transnacionais as tornou parceiras necessárias e, ao mesmo tempo, ameaçadoras dos Estados nacionais.”
(Adaptado de: SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. Editora Edusp. São Paulo, 2007.)
Assinale a opção que indica um dos objetivos que levou as empresas transnacionais a atuarem nos países subdesenvolvidos, entre as décadas de 1960 e 1970.
“A imagem piramidal e hierárquica tradicionalmente associada ao território, na qual os efeitos de proximidade têm supremacia sobre os efeitos de interdependência a longa distância, é cada vez mais menos verdadeira. [...] O exemplo da Amazônia é expressivo. A ligação direta e instantânea de certas localidades da Amazônia com os principais centros econômicos do país tornou, em parte, desnecessária a _____ anteriormente realizada pelos degraus inferiores da _____.”
(Adaptado de Leila Christina Dias. Redes: emergência e organização. CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org.). Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.
“Entre as questões mais presentes nos estudos sobre ensino geral e ensino de Geografia, encontram-se: a importância das políticas sociais e de um projeto educacional para o país, a formação inicial e continuada dos professores, a remuneração e as condições de trabalho. A par disso, tem havido um esforço de estudar os fatores intraescolares que afetam a qualidade de ensino.”
(Adaptado de: CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. Ed. Campinas: Papirus, 2003.)
As opções a seguir apresentam fatores intraescolares que afetam a qualidade de ensino, à exceção de uma. Assinale-a.
Sobre a importância da Geografia no Ensino Fundamental, analise as afirmativas a seguir.
I. Permite ao aluno compreender o papel do espaço nas práticas sociais e destas na configuração do espaço.
II. Auxilia o aluno a desenvolver o raciocínio necessário à sua participação ativa na sociedade e no espaço em que vive.
III. Contextualiza o aluno como cidadão do mundo em que vive desde a escala local à mundial.
Está correto o que se afirma em
“A globalização tende a desenraizar as coisas, as gentes e as ideias.”
(IANNI, Octávio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1992.)
“Por desencaixe me refiro ao deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação por meio de extensões indefinidas de tempo-espaço.”
(GIDDENS, Anthony. As consequências da Modernidade. São Paulo: Ed. UNESP, 1991.)
“À medida que o espaço parece encolher em uma “aldeia global” de telecomunicações e em uma “espaçonave terra” de interdependências ecológicas e econômicas [...], e que os horizontes temporais se reduzem a um ponto em que só existe o presente [...], temos de aprender a lidar com um avassalador sentido de compressão dos nossos mundos espacial e temporal.”
(HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1994.)
A pesquisadora Lana de Souza Cavalcanti, em seu trabalho Geografia, Escola e Construção de Conhecimento, apresenta a ideia que subjaz às interpretações dos autores dos fragmentos acima transcritos.
Com relação à ideia apresentada pela pesquisadora, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) Vivenciamos um espaço fluido, não-localizável mecanicamente, e um tempo irreversível, imprevisível e simultâneo.
( ) Experimentamos um mundo onde a desconexão entre espaço e tempo cria novas bases de percepção e de explicação da realidade.
( ) Realizamos práticas sociais em um mundo em que o tempo único é responsável pela compressão do espaço.
As afirmativas são, respectivamente,
O mapa a seguir apresenta as principais áreas de embarque de escravos, na África, e de desembarque, nas Américas, entre 1500 e 1900.
(Fonte: The Trans-Atlantic Slave Trade Database. Disponível em: http://www.slavevoyages.org/assessment/intro-maps).
A partir do mapa, assinale a opção que apresenta um dos objetivos do estudo da Africa no Ensino Fundamental, segundo a
Lei nº 10.639/03.