Questões de Concurso Público AL-MA 2023 para Técnico de Gestão Administrativa - Antropólogo

Foram encontradas 29 questões

Q2245642 Antropologia
O antropólogo inglês Peter Gow tem uma vasta trajetória de pesquisa com o grupo indígena amazônico Piro. Em um artigo intitulado “O parentesco como consciência humana: o caso dos Piro”, Gow afirma:
“(…) analiso o sistema de parentesco dos Piro da Amazônia peruana como um sistema autopoiético, isto é, como um sistema que gera suas próprias condições de existência. Meu argumento é que o parentesco piro emerge espontaneamente do interior das estruturas da consciência humana (…)”  (Gow, P.. (1997). O parentesco como consciência humana: o caso dos piro. Mana, 3(2), 39–65.)
A proposta de Peter Gow está alinhada com a de outros autores da etnologia contemporânea. Para esses autores, o modo de organização do parentesco dos grupos amazônicos são determinados
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Q2245643 Antropologia
O edital de 2012 de um dos programas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) contemplou, entre outros, o projeto “Jane Ypi - Documentação dos saberes Wajãpi sobre a formação da Terra e da Humanidade”. Segundo o site do IPHAN, o projeto é apresentado da seguinte forma:
“Mapeamento e registro de saberes orais a respeito dos vestígios que os Wajãpi interpretam como marcas do “começo do mundo”, ou seja, vestígios deixados pelos primeiros habitantes desta terra, quando todos eram “como gente” e que eles denominam como “Jane Ypy” (nossas origens). Estes vestígios podem ser entendidos – na nossa tradição científica – como sítios arqueológicos de diferentes naturezas ou ainda como estruturas paisagísticas ou sinais de transformações ecológicas, mas são interpretados pelos Wajãpi como sinais das transformações sucessivas que ocorreram na longa e complexa história de relações entre demiurgoscriadores, humanos e não humanos”. (http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1175/)
Assinale a opção que apresenta o programa do IPHAN que contemplou o projeto Jane Ypi.
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Q2245644 Antropologia
“Alguns diziam que era por os porcos serem impuros; outros, por serem sagrados. Isto (...) indica um estado nebuloso do pensamento religioso que ainda não distingue claramente as noções de sagrado e de impuro misturando-as numa espécie de solução difusa à qual damos o nome de tabu.”  (Frazer, James. Spirits of the Corn and of the Wild, II, p.23)
Em 1966 a antropóloga Mary Douglas publicou o livro “Pureza e perigo” no qual analisa regras de poluição e interdição entre diferentes grupos. Nesse livro, a relação entre puro e impuro está baseada em
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Q2245645 Antropologia
A partir da década de 1990, George Marcus passou a se interessar pelo método da etnografia multissituada. Segundo o antropólogo, um dos problemas desse procedimento metodológico é entendêlo de forma literal como a reprodução e multiplicação do sítios de pesquisa.
Assinale a opção que apresenta o sentido da etnografia multissituada.
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Q2245646 Antropologia
“Os Achuar dizem que as mulheres são mães das plantas que cultivam em suas roças; identificam-se, assim, com Nankui, criadora e “dona” destas plantas. Em suma, conceitualizam suas relações com estes seres em termos de consanguinidade. Já os homens concebem-se como cunhados dos animais de caça, traçando com eles relações de afinidade. Conclui-se, daí, que os seres que habitam o “mundo natural”, ao interagirem com os humanos, são tidos como parceiros sociais plenos.”  (SZTUTMAN, Renato. Natureza & Cultura, versão americanista. Um sobrevoo, Ponto Urbe, v. 4, 2009.)
De acordo com o trecho descrito, na estrutura de organização parental dos Achuar
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Q2245647 Antropologia
No livro “Arte Indígena no Brasil: agência, alteridade e relação”, a antropóloga Els Lagrou afirma:
“(…) a grande diferença [entre arte indígena e arte ocidental] reside na inexistência entre os povos indígenas de uma distinção entre artefato e arte, ou seja, entre objetos produzidos para serem usados e outros para serem somente contemplados, distinção esta que nem a arte conceitual chegou a questionar entre nós, por ser tão crucial à definição do próprio campo.”  (LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: C/Arte, 2009: p.14)
Assinale a opção que corresponde a princípios característicos da arte indígena descrita pela autora.
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Q2245648 Antropologia
“Se a antropologia nos instrumentaliza a captar e conferir sentido aos fatos nos diferentes contextos culturais – de outras sociedades e de nossa própria – é de se apostar que os “intelectuais indígenas” estarão, assim, procedendo de igual maneira, tendo algo a nos dizer com base em seus princípios epistemológicos, não apenas sobre si, mas sobre nós, num efeito de “antropologia cruzada”. (Santos, G. M. dos, & Dias Jr., C. M. (2009). Ciência da floresta: Por uma antropologia no plural, simétrica e cruzada . Revista De Antropologia, 52(1), 137-160.)
Assinale a opção que indica o princípio que orienta este modo de fazer antropologia.
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Q2245649 Antropologia
“(...) seres não-humanos que se veem sob forma humana deveriam ver os humanos sob forma não-humana, uma vez que a humanidade é uma posição e não uma substância, uma propriedade intrínseca a certa porção de seres. Um porco-do-mato, por exemplo, se vê como humano enquanto vê o humano como jaguar ou como espírito predador. Ora, todos esses existentes são, potencialmente, humanos (partilham a mesma condição de humanidade) apesar de não serem todos da espécie humana. São todos sujeitos dotados de comportamento, intencionalidade e consciência, estando inseridos em redes de parentesco e afinidade, fazendo festas, bebendo cauim, reportando-se a chefes, fazendo guerra, pintando e decorando seus corpos.” (SZTUTMAN, Renato. Natureza & Cultura, versão americanista–Um sobrevoo. Ponto Urbe. Revista do núcleo de antropologia urbana da USP, n. 4, 2009.)
Essa formulação descreve a seguinte perspectiva teórica da etnologia contemporânea:
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Q2245650 Antropologia
“Para os Mamaindê, (...) todas as pessoas possuem, além de enfeites visíveis, enfeites invisíveis — colares de contas pretas, que envolvem não só o pescoço mas todo o corpo. Chamados genericamente de wasain’du (...), esses enfeites são tornados visíveis e manipulados pelos xamãs nas sessões de cura. Perdê-los equivale a perder o próprio espírito (...) O que torna esses enfeites visíveis ou invisíveis, (...), não são as características intrínsecas a eles, mas a capacidade visual do observador (...)”  (SOUZA, Marcela Stockler Coelho de. A cultura invisível: conhecimento indígena e patrimônio imaterial. Anuário Antropológico, v. 35, n. 1, p. 149-174, 2010.) 
Neste trecho a autora problematiza a dicotomia entre
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Respostas
10: C
11: B
12: C
13: C
14: A
15: B
16: A
17: A
18: C