Questões de Concurso Público Prefeitura de Macaé - RJ 2024 para Professor C - História
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Leia o trecho a seguir.
Por milênios, o homem foi caçador. Durante inúmeras perseguições, ele aprendeu a reconstruir as formas e movimentos das presas invisíveis pelas pegadas na lama, ramos quebrados, bolotas de esterco, tufos de pelos, plumas emaranhadas, odores estagnados. Aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas com rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas. O que caracteriza esse saber é a capacidade de, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, remontar a uma realidade complexa não experimentável diretamente.
GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas, Sinais. Morfologia e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 151-152. (Adaptado).
Sobre o paradigma indiciário na História, com base na leitura do trecho acima, assinale a afirmativa correta.
Assinale a afirmativa que descreve, corretamente, a rota feita pelo galeão e as mercadorias transportadas por ela.
I. É ingênuo acreditar que numa fazenda de mil escravos predominava a doçura e a regalia. Não se pode correr o risco de promover uma redenção da escravidão sob as mãos cristãs, nem se pode ignorar a tipicidade da escravidão jesuítica. Segundo relatos e pesquisas, os escravos dos jesuítas ficavam, em determinadas situações, sob o regime mais abrandado. Porém, os mesmos argumentos de ilegitimidade da escravidão que moviam o combate à escravidão indígena não serviam ao escravo africano e não moveram as forças dos missionários.
ROCHA, Ilana. Escravos da Nação: O público e privado na escravidão brasileira, 1760-186, Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 2012, p. 30. (Adaptado)
II. É proverbial a benignidade, doçura e largueza, com que os jesuítas tratavam geralmente os seus escravos. Não se esqueciam de que eram homens. Toleravam-lhes faltas e concediam-lhes regalias, que mais ninguém lhes dava. Não os tendo como meio ganancioso de enriquecimento individual, senão por necessidade de assegurar a vida dos Colégios e da catequese, sucedia às vezes que, com os gastos desses trabalhadores, era mais a perda que o proveito.
LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa, Rio de Janeiro: Portugália, Civilização Brasileira, 1938, Tomo II, p. 352. (Adaptado)
A respeito da escravidão africana praticada pelos jesuítas no período colonial do Brasil, assinale a afirmativa que interpreta corretamente os trechos acima.
A história natural, especialmente a botânica, prometia abordar as preocupações espanholas com a utilidade, o lucro e a busca por um poder político e econômico renovado, tanto na península quanto em todo o império. No mundo hispânico, a renovação do Iluminismo não foi enquadrada como um desenvolvimento novo, mas sim como uma maneira de restaurar o império a uma condição mais próspera, reconectando-se com sucessos passados, particularmente realizações do século XVI: uma reconquista botânica. E, baseando-se em uma longa tradição de coleta de informações imperiais, os materiais visuais foram centrais para investigar a natureza do Novo Mundo. Para os naturalistas espanhóis, a epistemologia visual era a linguagem comum da administração imperial e da ciência cosmopolita do Iluminismo europeu. A visibilidade, por sua vez, tornaria a natureza imperial móvel, conhecível e governável. Em uma época em que as potências europeias empreendiam a exploração de naturezas distantes como uma questão de importância econômica, política e científica, a produção de imagens representava uma prática central para investigar a natureza imperial e incorporá-la à ciência europeia. O que chamo de “epistemologia visual” é uma forma de conhecimento baseada na visualidade, englobando tanto a observação quanto a representação. Naturalistas desenvolveram formas especializadas de ver através de treinamento multimídia que envolvia plantas, textos e imagens. Treinados como observadores e representantes e trabalhando de perto com artistas, os naturalistas construíram uma cultura visual baseada em formas padronizadas de ver a natureza e em convenções pictóricas que guiavam sua representação.
BLEICHMAR, Daniela. Visible Empire, Botanical Expeditions and Visual Culture in the Hispanic Enlightenment. Chicago, London: The University of Chicago Press, 2012, pp. 8- 12. (Adaptado)
A respeito da cultura visual desenvolvida durante as viagens científicas no contexto do Iluminismo, avalie as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) Rompeu com os ideais dos contextos anteriores para alcançar um progresso científico sem precedentes, marcando o que é conhecido como a Segunda Revolução Científica da época moderna.
( ) Treinou os sentidos dos naturalistas com base nos pressupostos compartilhados internacionalmente sobre a representação da natureza, com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre a natureza de maneira global.
( ) Orientou a observação da natureza de acordo com princípios como o utilitarismo imperial, que representava elementos naturais de acordo com interesses políticos e econômicos.
As afirmativas são, respectivamente,