Questões de Concurso Público SES-MT 2024 para Técnico em Educação Artística
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Nelson Rodrigues é considerado o pioneiro da moderna dramaturgia brasileira e a sua peça “O beijo no asfalto” gerou forte impacto no público brasileiro nos anos 1960. A trama parte da morte de um homem desconhecido atropelado por um ônibus. Agonizando no asfalto, ele pede um beijo a um bancário que está no local (Arandir). O pedido é atendido e o gesto torna-se manchete na imprensa sensacionalista, além de fundamentar a hipótese policial de assassinato passional.
As afirmativas a seguir caracterizam corretamente o impacto da
peça “O beijo no asfalto”, à exceção de uma. Assinale-a.
Correlacione as linguagens musicais a seguir (modalismo, tonalismo e atonalismo) às respectivas características.
1. Modalismo
2. Tonalismo
3. Atonalismo
( ) A música é desprovida de centro tonal e não apresenta uma
hierarquia sobre uma única nota ou notas de uma escala com
funções.
( ) A música apresenta uma hierarquia entre as notas utilizadas numa escala de sete notas, girando em torno de funções que as notas assumem dentro da hierarquia.
( ) A música tem estruturas melódicas subordinadas a uma única nota que é a nota principal: todas as melodias se iniciam e terminam sobre esta nota.
Assinale a opção que mostra a relação correta, de cima para baixo.
A música indígena é descrita desde os primeiros relatos sobre o Brasil, como o do padre Fernão Cardim, durante uma visitação em 1583, quando o jesuíta observa uma celebração coletiva da guerra:
Não se lhes entende o que cantam, mas disseram-me os padres que cantavam em trova quantas façanhas e mortes tinham feito os seus antepassados. Arremedam pássaros, cobras, e outros animais, tudo trovado por comparações, para se incitarem a pelejar.
CARDIM, F. Tratados da Terra e Gente do Brasil. Belo Horizonte, Itatiaia, 1980, p. 243.
Com base no testemunho do cronista do século XVI, pode-se afirmar que a música produzida pelos nativos
A convergência entre a harmonia musical e a dissonância ruidosa foi explorada desde o início do século XX por artistas de diferentes áreas, eliminando as distinções tradicionais entre música, ruído e barulho.
As afirmativas a seguir exemplificam corretamente essa
convergência, à exceção de uma. Assinale-a:
Um texto que busca esboçar o quadro da arte indígena brasileira não pode senão começar com um paradoxo: trata-se de povos que não partilham nossa noção de arte. Mas, se objetos indígenas cristalizam ações, valores e ideias, como na arte conceitual, ou provocam apreciações valorativas da categoria dos tradicionais conceitos de beleza e perfeição formal como entre nós, por que sustentar que conceitualmente esses povos desconhecem o que nós conhecemos como “arte”?
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 2009, p. 11-13.
Com base no trecho, é correto afirmar que, na arte indígena,
O conceito de Arte Indígena Contemporânea (AIC) foi cunhado por Jaider Esbell, artista macuxi, para quem a AIC “é uma armadilha, porque nos convida a aprofundar essa questão da identidade. E quando ela vem com essa densidade, puxa para a ideia de essência, de matriz, até mesmo de pureza, que é essa relação ainda muito romantizada da integração plena do homem com a natureza. E aí, ela vem nos fazendo questionar como fazer essa transição, essa transposição nos mundos”.
Adaptado de ESBELL 2021: p. 31.
Para Jaider Esbell, a Arte Indígena Contemporânea é “uma armadilha”
Rudolf Laban (1879-1958) criou um método de análise que permite avaliar os diversos tipos de movimentos. O que há em comum entre um salto de um dançarino, uma armada de um capoeirista, um saque de um tenista, um aluno escrevendo anotações de aula ou uma pessoa lavando roupa? Para Laban, todos executam movimentos que podem ser avaliados mediante elementos qualitativos: fluência, espaço, peso e tempo.
As afirmativas a seguir descrevem corretamente os princípios e as características do Método Laban, à exceção de uma. Assinale-a.
A pergunta “Por que não houve grandes mulheres artistas?” foi
formulada em 1973, pela historiadora da arte Linda Nochlin, em
artigo homônimo no qual ela adverte a respeito do seu caráter
enganoso:
Essa pergunta esconde um pressuposto insidioso, que está na base
de sua formulação. Até onde sabemos, nunca houve grandes
mulheres artistas, como não houve também nenhum grande
pianista de jazz lituano ou um grande tenista esquimó, e não
importa o quanto queríamos que tivesse existido. Por trás da
maioria das pesquisas sobre grandes artistas, há a aceitação da
ideia do gênio na arte em primeiro plano e apenas
secundariamente há a consideração das estruturas sociais e
institucionais nas quais ele tenha vivido e trabalhado, como mero
pano de fundo. Partindo desse princípio, a falta de êxito das
mulheres pode ser formulada como silogismo: se as mulheres
possuíssem talento para arte este se revelaria espontaneamente.
Mas este talento nunca se revelou. Portanto, chegamos à
conclusão de que as mulheres não possuem talento para a arte.
Adaptado de NOCHLIN, Linda. Por que não houve grandes mulheres artistas? São Paulo: Edições Aurora, 2016.
As afirmativas a seguir interpretam corretamente o posicionamento de Linda Nochlin sobre quais questões são (ou não são) pertinentes para a história da arte, à exceção de uma. Assinale-a.
Espaço pessoal de cada um; espaço em volta da pessoa que se movimenta, sendo delimitado pelo alcance dos membros e outras partes do corpo a partir de determinado ponto de apoio fixo. É circunscrito pelo alcance dos membros e outras partes do corpo quando se estendem para longe do centro em qualquer direção.
O trecho descreve o modo pelo qual a dança cria espacialidade,
definido por Laban como
O ensino e a criação artística em dança preocupados em reconhecer e valorizar as diversidades presentes em nossa sociedade devem elaborar abordagens metodológicas e práticas artísticas pedagógicas atualizadas com estas e outras demandas sociais.
A respeito do reconhecimento da pluralidade dos corpos que dançam, analise as afirmativas e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A expressão de liberdade na dança pode ser garantida ao legitimar lugares de fala de pessoas historicamente silenciadas em função de padrões estéticos e sociais impostos.
( ) A expansão do entendimento de “corpos”, para além do modelo branco e heteronormativo, permite considerar a diversidade identitária, como elementos fundamental para o desenvolvimento artístico e cultural.
( ) A aceitação da diversidade na dança pressupõe ampliar o repertório de movimentos organizados coreograficamente, mantendo os fatores que unem a beleza ao ritmo.
As afirmativas são, respectivamente,
A Teoria do Corpomídia foi criada pelas pesquisadoras brasileiras Helena Katz e Christine Greiner. Elas conectaram várias disciplinas para possibilitar a compreensão do corpo e tudo que o envolve:
A Teoria Corpomídia compreende que entre corpo e ambiente ocorrem influências contínuas e mutualmente regulatórias ligando cérebro, corpo e mundo. Portanto, ao invés de um recipiente no qual se depositam as informações do mundo, o corpo é um sistema complexo que participa de um fluxo contínuo de trocas com o ambiente e, por desdobrar-se no tempo, o corpo em movimento torna-se a matriz da comunicação e da cognição.
Adaptado de Katz, H. e Greiner, C. “Corpo, dança e biopolítica”, in: https://www.helenakatz.pro.br/midia/helenakatz81557583963.pdf
A partir do trecho, é correto afirmar que a noção de corpomídia
Leia o trecho de uma pesquisadora em dança a respeito do Congado na Zona da Mata mineira:
Por meio dos significados lidos no ritual, criaram-se interconexões híbridas com a dança, o canto, os símbolos e signos do Congado e suas relações com o inconsciente e a produção em artes na contemporaneidade, permitindo a performance transcender o Congado real, porque não pretende reproduzi-lo ou sê-lo, mas sim relê-lo, absorvendo seus sentidos e articulando-os às temáticas atuais dos processos criativos em dança contemporânea.
ÁVILA, Carla Cristina de. Itinerâncias e Inter-heranças. Mestrado, Instituto de Artes da Unicamp, 2007, pág. 26.
Com base no depoimento, assinale a afirmativa que descreve
corretamente a posição da pesquisadora a respeito da relação
entre danças folclóricas e dança contemporânea no Brasil.
A fotomontagem é uma técnica que combina fragmentos de fotografias com o objetivo de produzir uma nova imagem. A partir dos anos 1920, as técnicas de montagem fotográfica e cinematográfica foram apropriadas pelas principais correntes das vanguardas, ampliando as possibilidades de representação e de narrativa visuais.
A respeito da mútua influência entre a linguagem cinematográfica e a fotomontagem na primeira metade do século XX, analise as afirmativas a seguir.
I. Na técnica cinematográfica utilizava-se a montagem alternada para intercalar os planos de duas ou mais cenas e apresentar ações que se desenrolavam em espaços diversos, mas que estavam diretamente relacionadas, o que permitia criar a união de dois pontos de vista simultâneos.
II. Na fotomontagem dadaístas as possibilidades da montagem visual eram experimentadas livremente e utilizadas como meio expressivo para uma arte engajada e crítica em relação à sociedade da época e à estética burguesas, ainda atrelada ao princípio da imitação da composição pictórica.
III. As duas linguagens se influenciaram mutuamente e contribuíram para derrubar o pressuposto do realismo: no cinema, a montagem libertou a câmera do lugar do espectador; nas vanguardas, a fotomontagem rompeu com a ideia de que a fotografia era apenas um registro.
Está correto o que se afirma em
Leia o trecho de O Manifesto ciborgue - ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX, ensaio de 1985, elaborado pela bióloga e filósofa Donna Haraway:
No final do século XX, neste nosso tempo, somos todos ciborgues, híbridos de máquina e organismo. O ciborgue é nossa ontologia e ele determina nossa política. Nas tradições da ciência e da política ocidentais (a tradição do capitalismo racista, dominado pelos homens; a tradição do progresso; a tradição da apropriação da natureza como matéria para a produção da cultura; a tradição da reprodução do eu a partir dos reflexos do outro), a relação entre organismo e máquina tem sido uma guerra de fronteiras. As coisas que estão em jogo nessa guerra de fronteiras são os territórios da produção, da reprodução e da imaginação. Este ensaio é um argumento em favor do prazer da confusão de fronteiras, bem como em favor da responsabilidade em sua construção.
Adaptado de Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
Usar a tecnologia, a internet e as mídias digitais para o ensino de artes visuais é um meio para difundir o ensino de arte fora da escola, mas a tecnologia não deve ser vista apenas como uma maneira de visualizar a arte: navegar por sites que simplesmente dispõem digitalmente conteúdos de livros e apostilas não é considerada uma forma de educação.
Adaptado de HAMDAN, Isabel Gontijo. Uso da Tecnologia na ArteEducação. Belo Horizonte: UFMG, 2016, p. 14.
Com base no trecho, é correto afirmar que o uso de novas tecnologias na educação em arte
As narrativas visuais no Instagram representam uma nova linguagem visual da cultura digital contemporânea. Uma parcela dessas imagens pode ser lida em chave lúdica e narcisista, pois projeta uma certa imagem do self do usuário, mediante a sequência de retratos de família e amigos, selfies, viagens, pratos de restaurantes, animais de estimação, capas de álbuns de música do Spotfy e imagens da paisagem urbana como expressão do exercício cotidiano de apreensão estética.
Adaptado de https://imageria.fau.usp.br/narrativas-visuais-no-instagram/
O trecho descreve uma categoria da narrativa visual constituída por imagens