Questões de Concurso Público Prefeitura de Matozinhos - MG 2018 para Guarda Municipal
Foram encontradas 50 questões
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292516
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
O propósito do texto é, EXCETO:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292517
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Há linguagem figurada em:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292518
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Todos os sentimentos abaixo estão presentes no texto, EXCETO:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292519
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Em: “Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão,
fale qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa.”, isso
se refere a
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292520
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Há marcas de oralidade em:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292521
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Em: “Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se comunicar.”, o verbo destacado, deveria, está flexionado no
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292522
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
A ideia expressa pelos termos destacados está corretamente identificada entre parênteses, EXCETO em:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292523
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
Todos os termos destacados têm natureza adverbial, EXCETO em:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292524
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
A posição do pronome oblíquo é facultativa em:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292525
Português
Texto associado
DÉMODÉ*
Mário Viana
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os
barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel
de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as
expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais
completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real,
o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou
pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé,
ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela
passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe
agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior
e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe
quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores
a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
“com licença”. Ela perdeu o significado.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final
de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar,
perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra.
Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino,
estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze
bolo pq o Zé vem me visita”.
Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência
de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José
Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo
e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o
R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua
tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o
tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da
refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca
vai fazer mal a ninguém.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se
comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de
espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no
seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter
aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa
sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que
sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/
Acesso em: 13 set. 2018.
*Démodé: fora de moda
I. Daqui ___ alguns anos estaremos sem água, se não mudarmos de postura.
II ___ dias que não o vemos.
III Todos chegaram ___ tempo.
A alternativa que preenche corretamente as lacunas das orações é
A alternativa que preenche corretamente as lacunas das orações é
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292526
Matemática
A tabela a seguir apresenta o resultado de uma pesquisa que entrevistou 1030
alunos de uma escola sobre o interesse pelas áreas estudo: Matemática, Biologia
e Geografia. Se cada aluno poderia optar por até duas áreas de estudo, baseando-se nos resultados dessa pesquisa, é CORRETO afirmar que o total de alunos que
optaram somente por Biologia é igual:
ÁREA OPTANTES Matemática 598 Biologia 600 Geografia 582 Matemática e Biologia 250 Biologia e Geografia 300 Matemática e Geografia 200
ÁREA OPTANTES Matemática 598 Biologia 600 Geografia 582 Matemática e Biologia 250 Biologia e Geografia 300 Matemática e Geografia 200
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292527
Matemática
A produção de peças numa determinada indústria que funciona 8 horas por dia é
dada em função do tempo e se expressa por p(t) = 40 t, em que p representa a
quantidade de unidades produzidas e t representa o tempo necessário para fabricá-las, em horas.
O consumo de energia é dado em função do número de peças produzidas e se
expressa pela lei C(p) = 1,5 p, em que C representa o consumo de energia em
quilowatt-hora (KWh).
Considerando que o limite de consumo industrial de energia sustentável para o
período de trinta dias é 15.600kWh, é CORRETO afirmar que a energia consumida
por essa indústria é
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292528
Matemática
A sequência de números inteiros representada por (x, y, z) é uma Progressão Geométrica cuja razão é um número natural. Se a soma x + y + z = 39 e o produto x, y, z = 729, então é CORRETO afirmar que o valor da expressão (y - x )2 é igual a:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292529
Matemática
O algoritmo representado abaixo se refere à adição de dois números naturais. Alguns algarismos que figuram nas parcelas e no total dessa adição foram substituídos pelas letras X, Y, Z e W. Se a adição está corretamente efetuada, então é
CORRETO afirmar que:
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/71727/fa9db0fc89c4635a31d5.png)
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/71727/fa9db0fc89c4635a31d5.png)
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292530
Raciocínio Lógico
Uma tecelagem possui duas máquinas que produzem 120 metros de um determinado tecido a cada três horas de trabalho por dia. Essa tecelagem recebeu a encomenda de 2.000 metros desse tecido e, para cumprir essa , foram adquiridas
três outras máquinas idênticas às primeiras, que funcionarão juntas durante doze
horas diárias. Nessas condições, é CORRETO afirmar que, para entregar a encomenda,
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292531
Raciocínio Lógico
A alternativa que contém um argumento logicamente válido é:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292532
Raciocínio Lógico
Se p e q são proposições lógicas, então é CORRETO afirmar que a negação da
disjunção (p v q) é representada por:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292533
Matemática
O gráfico cartesiano abaixo mostra a variação da temperatura T (em ºC) de uma
substância, em função do tempo t (em minutos).
Baseando-se nas informações apresentadas no gráfico, é CORRETO afirmar que a temperatura dessa substância:
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/71727/d88c38d60a9ac2925c1d.png)
Baseando-se nas informações apresentadas no gráfico, é CORRETO afirmar que a temperatura dessa substância:
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292534
Matemática
Se a sequência numérica dada por (12, x, y, z, 28) é uma Progressão Aritmética,
então é CORRETO afirmar que o valor de (x + y - z) é igual a
Ano: 2018
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Matozinhos - MG
Prova:
FUMARC - 2018 - Prefeitura de Matozinhos - MG - Guarda Municipal |
Q1292535
Matemática
A figura a seguir é formada por uma circunferência de diâmetro igual a 3 cm e um
quadrado de lados AB, BC, CD e AD. Nessas condições, é CORRETO afirmar que
a área do quadrado, em cm2
, é igual a:
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/71727/65c49f10baf5c7972c57.png)
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/71727/65c49f10baf5c7972c57.png)