Questões de Concurso Público IFC-SC 2023 para Professor - Área: Português/Espanhol

Foram encontradas 60 questões

Q2430734 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

A autora, na construção de seu texto, emprega como recurso estilístico a repetição da palavra “professor”, seguida de um verbo, no início de várias de suas frases. Assinale a alternativa que indica o nome correto da figura de construção que representa esse recurso.

Alternativas
Q2430735 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que indica o tipo correto de complemento verbal sublinhado na oração a seguir: “Professor acaba por viver muitas vidas além da sua”.

Alternativas
Q2430736 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando a linguagem empregada no texto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2430737 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:


I. Nas linhas 04 e 05, no trecho, “porque dar aula é uma atividade, mas ser professor é muito mais do que isso”, pode-se dizer que está pressuposto que ser professor também é uma atividade.

II. No mesmo trecho destacado na assertiva anterior, também está pressuposto que ser professor é melhor do que dar aulas.

III. Nas linhas 25 e 26, no trecho “Às vezes é sofrido. Às vezes é maçante. Como todo amor.”, está pressuposto que o amor também é sofrido e maçante.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2430738 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o emprego dos recursos coesivos, analise as assertivas a seguir:


I. No trecho “Só o que sei é que”, tem-se um caso de coesão referencial no qual o pronome demonstrativo “o” é o sujeito da forma verbal “sei”.

II. Nas linhas 08-09, a repetição do termo “além de” é um mecanismo de coesão sequencial.

III. Na linha 19, o emprego do pronome possessivo “sua” é considerado um mecanismo coesivo referencial por empregar uma forma remissiva gramatical presa a um substantivo.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2430739 Português

Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Ser professor


Por Ester Rosseto


  1. Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
  2. uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
  3. compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
  4. Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
  5. atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
  6. Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
  7. amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
  8. professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
  9. holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
  10. Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
  11. os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
  12. Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
  13. assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
  14. Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
  15. Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
  16. Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
  17. para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
  18. muito - que sabe sobre a vida.
  19. Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
  20. as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
  21. alheia, as angústias, os caminhos.
  22. Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
  23. roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
  24. no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
  25. Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
  26. Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
  27. quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.


(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando os gêneros e tipos textuais, assinale a alternativa que indica a análise correta do texto anterior.

Alternativas
Q2430740 Literatura

Instrução: A questão de número 27 refere-se ao texto abaixo.


O Vergalho


Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia somente estas únicas palavras:

— «Não, perdão, meu senhor; meu senhor, perdão! » Mas o primeiro não fazia caso, e, a cada suplica, respondia com uma vergalhada nova.

— Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!

— Meu senhor! gemia o outro.

— Cala a boca, besta! replicava o vergalho.

Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, — o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediume a benção; perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele.

— E, sim, nhonhô.

— Fez-te alguma cousa?

— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, em quanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.

— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.

— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!

Saí do grupo, que me olhava espantado e cochichava as suas conjecturas. Segui caminho, a cavar cá dentro uma infinidade de reflexões, que sinto haver inteiramente perdido; aliás, seria matéria para um bom capitulo, e talvez alegre. Eu gosto dos capítulos alegres; é o meu fraco. Exteriormente, era torvo o episodio do Valongo; mas só exteriormente. Logo que meti mais dentro a faca do raciocínio achei-lhe um miolo gaiato, fino, e até profundo. Era um modo que o Prudêncio tinha de se desfazer das pancadas recebidas, — transmitindo-as a outro. Eu, em criança, montava-o, punha-lhe um freio na boca, e desancava-o sem compaixão; elle gemia e sofria. Agora, porém, que era livre, dispunha de si mesmo, dos braços, das pernas, podia, trabalhar, folgar, dormir, desagrilhoado da antiga condição, agora é que ele se desbancava: comprou um escravo, e ia-lhe pagando, com alto juro, as quantias que de mim recebera. Vejam as subtilezas do maroto!

Considerando-se a temática e os aspectos formais da escrita, assinale a alternativa que indica à qual movimento literário seu autor é considerado como pertencente.

Alternativas
Q2430741 Literatura

Instrução: A questão de número 28 refere-se ao poema abaixo.


Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar…

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.


No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar…

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar…


E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar…

Estava perto do céu,

Estava longe do mar…


E como um anjo pendeu

As asas para voar…

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar…


As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par…

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar…

Sobre o poema apresentado anteriormente, do poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens, assinale a alternativa que NÃO indica uma característica simbolista presente no texto.

Alternativas
Q2430742 Português

Com relação ao emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Q2430743 Literatura

Assinale a alternativa na qual a estrofe do poema abaixo apresente versos brancos.

Alternativas
Q2430744 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Relaciona la Columna 1 a la Columna 2 de acuerdo con los enunciados a los personajes y al narrador del texto:


Columna 1


1. Él.

2. Ella.

3. Narrador.


Columna 2


( ) ¿Me permite?

( ) ¿Ismael qué?

( ) Pues bonito día.

( ) ¿Adivina lo que se encontró?

( ) No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva.


El orden correto de relleno de los paréntesis, de arriba a abajo, es:

Alternativas
Q2430745 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

De acuerdo con el texto, se puede afirmar que:

Alternativas
Q2430746 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

El texto se puede clasificar como:

Alternativas
Q2430747 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Analice las siguientes afirmaciones relativas al texto:


I. El narrador aparece en tercera persona.

II. Los protagonistas frecuentan exactamente los mismos lugares públicos.

III. Ella tiene que marcharse por cuestiones de trabajo.


¿ Cuáles están correctas?

Alternativas
Q2430748 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Señale la alternativa correcta. En el punto de vista del hombre:

Alternativas
Q2430749 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

El personaje se compró una caja fuerte porque:

Alternativas
Q2430750 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Señale la alternativa correcta. Al principio, la pareja:

Alternativas
Q2430751 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Las palabras “chaval” (l. 33) y “mesilla” (l. 61) significan en portugués, respectivamente:

Alternativas
Q2430752 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

La expresión “te echo de menos” (l. 51), en el texto, tiene el sentido de:

Alternativas
Q2430753 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

La expresión “no era moco de pavo” (l. 81), en el cuento, significa, en português:

Alternativas
Respostas
21: A
22: C
23: D
24: D
25: B
26: B
27: D
28: A
29: E
30: B
31: A
32: A
33: E
34: A
35: C
36: D
37: C
38: E
39: B
40: C