Questões de Concurso Público IFC-SC 2023 para Professor - Área: Português/Espanhol
Foram encontradas 60 questões
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
A autora, na construção de seu texto, emprega como recurso estilístico a repetição da palavra “professor”, seguida de um verbo, no início de várias de suas frases. Assinale a alternativa que indica o nome correto da figura de construção que representa esse recurso.
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que indica o tipo correto de complemento verbal sublinhado na oração a seguir: “Professor acaba por viver muitas vidas além da sua”.
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando a linguagem empregada no texto, assinale a alternativa correta.
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:
I. Nas linhas 04 e 05, no trecho, “porque dar aula é uma atividade, mas ser professor é muito mais do que isso”, pode-se dizer que está pressuposto que ser professor também é uma atividade.
II. No mesmo trecho destacado na assertiva anterior, também está pressuposto que ser professor é melhor do que dar aulas.
III. Nas linhas 25 e 26, no trecho “Às vezes é sofrido. Às vezes é maçante. Como todo amor.”, está pressuposto que o amor também é sofrido e maçante.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o emprego dos recursos coesivos, analise as assertivas a seguir:
I. No trecho “Só o que sei é que”, tem-se um caso de coesão referencial no qual o pronome demonstrativo “o” é o sujeito da forma verbal “sei”.
II. Nas linhas 08-09, a repetição do termo “além de” é um mecanismo de coesão sequencial.
III. Na linha 19, o emprego do pronome possessivo “sua” é considerado um mecanismo coesivo referencial por empregar uma forma remissiva gramatical presa a um substantivo.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando os gêneros e tipos textuais, assinale a alternativa que indica a análise correta do texto anterior.
Instrução: A questão de número 27 refere-se ao texto abaixo.
O Vergalho
Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia somente estas únicas palavras:
— «Não, perdão, meu senhor; meu senhor, perdão! » Mas o primeiro não fazia caso, e, a cada suplica, respondia com uma vergalhada nova.
— Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!
— Meu senhor! gemia o outro.
— Cala a boca, besta! replicava o vergalho.
Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, — o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediume a benção; perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele.
— E, sim, nhonhô.
— Fez-te alguma cousa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, em quanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!
Saí do grupo, que me olhava espantado e cochichava as suas conjecturas. Segui caminho, a cavar cá dentro uma infinidade de reflexões, que sinto haver inteiramente perdido; aliás, seria matéria para um bom capitulo, e talvez alegre. Eu gosto dos capítulos alegres; é o meu fraco. Exteriormente, era torvo o episodio do Valongo; mas só exteriormente. Logo que meti mais dentro a faca do raciocínio achei-lhe um miolo gaiato, fino, e até profundo. Era um modo que o Prudêncio tinha de se desfazer das pancadas recebidas, — transmitindo-as a outro. Eu, em criança, montava-o, punha-lhe um freio na boca, e desancava-o sem compaixão; elle gemia e sofria. Agora, porém, que era livre, dispunha de si mesmo, dos braços, das pernas, podia, trabalhar, folgar, dormir, desagrilhoado da antiga condição, agora é que ele se desbancava: comprou um escravo, e ia-lhe pagando, com alto juro, as quantias que de mim recebera. Vejam as subtilezas do maroto!
Considerando-se a temática e os aspectos formais da escrita, assinale a alternativa que indica à qual movimento literário seu autor é considerado como pertencente.
Instrução: A questão de número 28 refere-se ao poema abaixo.
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
Sobre o poema apresentado anteriormente, do poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens, assinale a alternativa que NÃO indica uma característica simbolista presente no texto.
Com relação ao emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa INCORRETA.
Assinale a alternativa na qual a estrofe do poema abaixo apresente versos brancos.
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
Relaciona la Columna 1 a la Columna 2 de acuerdo con los enunciados a los personajes y al narrador del texto:
Columna 1
1. Él.
2. Ella.
3. Narrador.
Columna 2
( ) ¿Me permite?
( ) ¿Ismael qué?
( ) Pues bonito día.
( ) ¿Adivina lo que se encontró?
( ) No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva.
El orden correto de relleno de los paréntesis, de arriba a abajo, es:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
De acuerdo con el texto, se puede afirmar que:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
El texto se puede clasificar como:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
Analice las siguientes afirmaciones relativas al texto:
I. El narrador aparece en tercera persona.
II. Los protagonistas frecuentan exactamente los mismos lugares públicos.
III. Ella tiene que marcharse por cuestiones de trabajo.
¿ Cuáles están correctas?
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
Señale la alternativa correcta. En el punto de vista del hombre:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
El personaje se compró una caja fuerte porque:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
Señale la alternativa correcta. Al principio, la pareja:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
Las palabras “chaval” (l. 33) y “mesilla” (l. 61) significan en portugués, respectivamente:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
La expresión “te echo de menos” (l. 51), en el texto, tiene el sentido de:
Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.
Las cartas de amor
Por Eduardo Galeano
- Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
- casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
- que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
- a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
- —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
- Se acercó a la mesa y dijo:
- —“¿Me permite?”
- —“Por supuesto”.
- Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
- cuando dices:
- —“Me permites”, dicen
- —“De qué”
- A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
- que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
- se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
- —“¿y qué lees?”
- Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
- mal, muy mal, por ahí no.
- —“Pues bonito día”
- Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
- —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
- Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
- fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
- era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
- cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
- estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
- gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
- —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
- —“No”,
- —“Oye quedamos el fin de semana”,
- —“Vale”.
- Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
- él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
- yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
- musical, y le dijo:
- —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
- —“Ismael qué?”,
- —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
- —“Los de verdad me gustan”.
- Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
- atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
- esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
- Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
- de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
- importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
- acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
- —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
- —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
- —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
- camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
- que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
- y todo lo poco que nos falta para vernos”,
- Él dijo que bueno, que vale.
- —“Pero que si no te vas casi mejor”.
- Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
- perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
- cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
- vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
- A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
- echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
- de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
- iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
- y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
- diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
- se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
- vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
- creo que diez años, quince, no me acuerdo.
- Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
- buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
- ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
- casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
- no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
- riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
- Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
- le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
- cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
- sabe si falsas.
- Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
- de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
- declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
- llevarla a la guarida no era moco de pavo.
- Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
- encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
- sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
- era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
- joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
- Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
- buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
- cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
- Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
- la carta en la que ella diría:
- —“Pronto estaré allí”.
(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).
La expresión “no era moco de pavo” (l. 81), en el cuento, significa, en português: