Questões de Concurso Público Prefeitura de Carmo do Cajuru - MG 2021 para Técnico de Segurança do Trabalho

Foram encontradas 30 questões

Q3044720 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
De acordo com o texto, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q3044721 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).

Considere as afirmativas a seguir.


I. O desfile deste ano foi adiado devido unicamente ao perigo de contaminação pelo coronavírus.

II. A escola ajudou muitos de seus integrantes mesmo sem a realização do desfile.

III. Alguns dos funcionários da escola já trabalham visando o Carnaval do ano que vem.


De acordo com o texto, estão corretas as afirmativas 

Alternativas
Q3044722 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Considere as afirmativas a seguir.

I. No trecho “Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile.”, a palavra destacada indica o ritmo harmônico e melódico dos sons nos barracões da escola antes do desfile.

II. No trecho “No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha.”, a palavra destacada é um sinônimo para “enfeite” nesse contexto.

III. No trecho “O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade [...]”, a palavra destacada é um antônimo de “benefícios” nesse contexto.

Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q3044723 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).

Releia este trecho.


Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão”


De acordo com a norma culta padrão, a regência do verbo destacado, nesse contexto, está

Alternativas
Q3044724 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.
“Quem era aderecista, virou faxineira.”
A palavra destacada foi formada por
Alternativas
Q3044725 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.

“Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos [...]”

Em relação ao uso dos sinais de pontuação, esse trecho não pode ser reescrito da seguinte forma:
Alternativas
Q3044726 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.

“[...] a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa [...]”

Os acentos indicativos de crase são regidos pela(s) palavra(s)
Alternativas
Q3044727 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
São elementos presentes no texto, exceto:
Alternativas
Q3044728 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Considere as afirmativas a seguir.

I. A escola Vai-Vai foi fundada, entre outros, pelo avô de Fernando Penteado, em 1930.

II. Para conseguir pagar suas contas no período, Luciana Mazola trabalhou como vendedora de automóveis, operadora de telemarketing e costureira de máscaras.

III. Além de Fernando e Luciana, citados no texto, outras pessoas da comunidade sofreram com o cancelamento do desfile de 2021.


De acordo com o texto, estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q3044729 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).

Releia este trecho.


“Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo.”


A reescrita que altera o sentido original do trecho é:

Alternativas
Q3044730 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.

“[...] a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa [...]”

Nesse contexto, a conjunção destacada possui valor
Alternativas
Q3044731 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.

“Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo [...]”
Leia, a seguir, um trecho retirado da página do professor Sérgio Nogueira, no G1.
“Dúvida de leitor: ‘O elemento de composição dromo, de origem grega, tem o significado de ‘lugar para correr’, como atestam os bons dicionários. Assim existem as palavras autódromo, velódromo, hipódromo... Entretanto, o popular, nos últimos anos, fez a criação infeliz de sambódromo, camelódromo, para designar, respectivamente, o lugar onde as escolas de samba desfilam e o lugar onde se reúnem os camelôs. Esses neologismos, que estão sendo incorporados ao idioma, não poderiam ser de pior qualidade, já que o que se faz num sambódromo e num camelódromo não é nenhuma corrida.’”
Disponível em:https://bityli.com/nM45M . Acesso em: 19 fev. 2021.

Criações de palavras dessa natureza, como no caso de “sambódromo”, que não seguem rigorosamente os processos formais de criação de novas palavras, acontecem, principalmente, porque
Alternativas
Q3044732 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia este trecho.
“[...] um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo
[...]”
Considere as afirmativas a seguir.
I. “Num” é palavra formada pela contração da preposição “em” com o artigo indefinido “um”.
II. “Algum” é pronome indefinido que admite variação de gênero e número.
III. “Liga das Escolas de Samba de São Paulo” é substantivo próprio.

Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q3044733 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Em relação à acentuação das palavras destacadas a seguir, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q3044734 Português
TEXTO I


Um “aperto no peito” e a adrenalina do carnaval contida na escola Vai-Vai, a mais antiga de São Paulo

A mais antiga escola de samba de São Paulo
celebraria neste ano a volta ao grupo especial.
Agremiação perdeu 30 integrantes para a Covid-19
e viu comunidade ter de se virar para sobreviver

Na manhã da sexta-feira de Carnaval, só se ouvia, lá longe, um martelo batendo num ferro em algum dos barracões da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na zona norte da cidade. Um ano antes, o lugar estaria tomado de pessoas correndo de um lado para o outro, em uma cacofonia de sons que marcariam os últimos ajustes antes das noites de desfile. A pandemia de Covid-19 privou o Brasil de sua festa mais tradicional e mudou a vida de quem faz Carnaval o ano todo, não só em fevereiro. No caso do Grêmio Recreativo Cultural Vai-Vai, o aperto no peito é maior: a escola de samba mais antiga de São Paulo voltaria ao grupo especial em 2021, depois de levar o título no ano passado com um enredo em homenagem aos seus 90 anos de história.

“É o primeiro ano em que estou sem fazer nada no Carnaval. Aqui dentro está apertado.” Fernando Penteado, de 74 anos, diretor cultural do Vai-Vai, faz um gesto com a mão fechada sobre o peito. Neto de Frederico Penteado, um dos cinco fundadores da escola (que nasceu em 1930), Fernando começou a desfilar aos cinco anos com as cores preto e branco do bairro do Bixiga e hoje é uma espécie de entidade da escola.

No chão de um dos barracões do Vai-Vai, fantasias e adereços de anos anteriores formavam uma pequena montanha. Em uma parede, dezenas de rolos de fita de muitas cores e brilhos estavam organizadas em estante. Pedaços de tecido e moldes de gesso repousavam sobre duas grandes mesas de trabalho colocadas em cantos opostos do local fechado, onde apenas cinco pessoas trabalhavam nas alegorias. “Hoje era para ter mais de 100 pessoas aqui”, lamenta Fernando. À angústia da comunidade, soma-se a crise econômica provocada pelo coronavírus, que fez com que muitos membros da escola perdessem sua principal fonte de renda.

“Muitos dos nossos estão vendendo lanche ou fazendo artesanato para sobreviver. Tinha gente desesperada querendo fazer o desfile porque suas casas são ateliês de Carnaval, elas vivem disso e queriam trabalhar. Mas eu dizia que, se elas trabalhassem, o dinheiro seria só para comprar o caixão”, conta Fernando. Apesar de lamentar o primeiro Carnaval em mais de seis décadas sem pisar no sambódromo, ele não considera seguro ou apropriado fazer festa quando muitas pessoas estão adoecendo ou morrendo de Covid-19. A escola, conta Fernando, perdeu 30 pessoas para a doença, entre diretores, baianas, velha guarda e demais componentes. “De agosto a novembro, morriam dois ou três por mês. É impossível brincar em fevereiro diante de uma situação dessas.”

O diretor cultural também lembra das outras mazelas causadas por essa mudança na rotina da comunidade: “Tem gente que está tomando remédio, entrando em depressão, tristeza mesmo. Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão” (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).

Em uma das grandes mesas do barracão senta Luciana Mazola, de 42 anos, aderecista e decoradora responsável pelas alegorias do Vai-Vai, que só reassumiu seu posto de trabalho nos últimos meses e trabalha com uma equipe pequena para o próximo Carnaval. Ela, que há 28 anos largou o emprego de vendedora de automóveis para viver de Carnaval, teve que deixar a quadra para costurar máscaras em uma ONG e depois fazer telemarketing em uma empresa de internet e, assim, conseguir pagar as contas. “Há 20 anos na escola minha função é organizar e garantir que a criação do carnavalesco vai sair do papel. Quando perdi isso, consegui pagar os boletos, porém foi como se tivessem tirado um órgão do meu corpo. Perdi a adrenalina que tinha na minha rotina”, diz ela.

Luciana trabalha com as mesmas pessoas na sua equipe há, no mínimo, 10 anos. Quando a escola fechou os barracões e a quadra, ela passou os dados de todos para a direção do Vai-Vai, que organizou cestas básicas, kits de higiene e fraldas de criança paras serem entregues a esses trabalhadores. “Quem era aderecista, virou faxineira. Quem era forrador foi trabalhar em hospital, todo mundo tentou se manter”, conta. A solidariedade é um traço natural da escola de samba, onde muitos dos membros convivem mais entre si do que com suas próprias famílias. “Você acaba passando mais tempo aqui do que em casa. A cozinheira vira sua mãe, o diretor de barracão é como seu pai”, acrescenta.

[...]


Disponível em:<https://bityli.com/vvBU3 . Acesso em: 19 fev. 2021 (Adaptação).
Releia o trecho a seguir.

“‘Este ano vamos só fazer pipoca e sentar no sofá para assistir os desfiles do ano passado na televisão’ (a TV Globo vai transmitir uma seleção, os maiores desfiles da história de São Paulo e do Rio, um convite à nostalgia, mas também à festa em casa).”

Assinale a alternativa em que o conectivo inserido no trecho, para explicitar a relação entre os períodos, está grafado corretamente.
Alternativas
Q3044735 Matemática
Em um terreno triangular, será construído um galpão quadrado, de acordo com a representação a seguir.
Sabe-se que o lado do terreno onde ficará uma das paredes laterais desse galpão mede 20 metros, e que a altura relativa a esse lado é igual a 12 metros.

Imagem associada para resolução da questão


A área ocupada por esse galpão será de:
Alternativas
Q3044736 Matemática
O quadro a seguir apresenta o número de vagas ocupadas no estacionamento de um shopping, registradas de segunda a sábado, ao longo de uma semana.

Imagem associada para resolução da questão


Com base nesse quadro, a mediana do número de vagas ocupadas nesse estacionamento é:
Alternativas
Q3044737 Matemática
Luís e Carlos receberam R$ 10.000,00 cada um. Luís aplicou seu dinheiro e obteve um lucro de 2%. Carlos fez o mesmo, mas obteve um lucro de 3,5%.
Assim, o lucro de Luís e o de Carlos foram de, respectivamente,
Alternativas
Q3044738 Matemática
Um terreno quadrado tem 289 m2 de área. Parte desse terreno é ocupada por um galpão quadrado, e outra por uma calçada de 3 m de largura, conforme indicado na figura a seguir.


Imagem associada para resolução da questão


A medida do perímetro desse galpão, em metros, é igual a:
Alternativas
Respostas
1: D
2: C
3: C
4: B
5: A
6: D
7: A
8: C
9: B
10: B
11: B
12: A
13: D
14: C
15: C
16: A
17: C
18: A
19: D
20: B