Questões de Concurso Público Prefeitura de Ubá - MG 2021 para Enfermeiro 30h/40h

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Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420247 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

A respeito do gênero do texto de Rosana Machado, publicado no início de 2020, é correto afirmar que se trata de

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Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420248 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

O texto defende a tese de que

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Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420250 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

Releia o seguinte trecho.


“Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.”


A preposição destacada poderia ser substituída, sem prejuízo para a coesão e para a coerência do texto, por

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Q2420251 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

Elisa Guimarães, na obra Texto, discurso e ensino, faz as seguintes considerações.


“Observa-se que a nossos discursos em geral somam-se outras vozes, quando nos exprimimos, por exemplo, por meio de uma expressão cristalizada na sociedade: “Casa de ferreiro, espeto de pau” – “É de pequenino que se torce o pepino” – o provérbio refletindo a “sabedoria popular” pela qual nos deixamos contagiar.

As aspas que usamos frequentemente têm a função de esclarecer que estamos nos permitindo repetir o que disse o outro. O discurso jornalístico, no afã de deixar clara a fonte da informação, utiliza-se do discurso indireto. Assim, não é raro nos depararmos em jornais com enunciados como “O presidente da comissão afirmou que...”.”


GUIMARÃES, 2009, p. 90-91.


A propósito de tais considerações, é correto afirmar que o texto de Rosana Machado

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Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420253 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

Analise a charge a seguir, uma paródia da bandeira da China, publicada em um jornal dinamarquês por ocasião das notícias sobre o coronavírus.


Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: www.dw.com/pt-br.

Acesso em: 10 fev. 2020.


Considerando o exposto no texto de Rosana Machado, é correto afirmar que essa charge apresenta um conteúdo

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Q2420255 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

Assinale a alternativa em que o trecho destacado é uma oração adjetiva restritiva.

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Q2420257 Português

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Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

Releia o seguinte trecho.


“O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.”


A oração reduzida, em destaque, exprime a relação lógica de

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Q2420259 Português

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Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

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Acesso em: 27 out. 2021.

Releia os trechos a seguir, que foram reescritos com pequenas alterações.


I. “Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos.” / Coronavírus expõe nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos.

II. “Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral [...]”. / Passada a Sars, a notícia do coronavírus hoje se espalha por meio de uma onda de pânico moral [...].

III. “Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.” / Os bons selvagens eram os nativos de alma pura que não conheciam a malícia e a maldade.


Acarretou mudança de sentido a reescrita do(s) trecho(s)

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Q2420260 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

com/2020/01/28/coronavirus-desinformacao-china.

Acesso em: 27 out. 2021.

A palavra “coronavírus” é formada pelo processo de

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Q2420262 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


Coronavírus expõe a nossa desinformação sobre a China, o maior fenômeno econômico dos nossos tempos


Não é a primeira vez que a China passa por uma crise epidêmica. A história das doenças contagiosas que espalham medo é longa. Também é longa a história de como as autoridades chinesas, com seus erros e acertos, contornaram suas próprias crises, como no surto de cólera de 1949 e a varíola em 1950.


A mais recente e marcante epidemia foi a Síndrome Respiratória Aguda Severa, a Sars, na sigla em inglês. Como pontuaram os sinólogos Arthur Kleinman e James Watson, no livro “Sars in China: prelude to pandemic?”, a Sars em 2003 provocou uma das mais sérias crises de saúde de nossos tempos. Kleinman, que tem cinco décadas de experiência em intervenção em saúde pública na China, acredita que a epidemia foi uma espécie de prelúdio de novas catástrofes de saúde que viriam acontecer no século 21. Ainda que o número de mortes tenha sido de aproximadamente 1.000 pessoas — pequeno, comparado a outras epidemias —, a Sars mobilizou inseguranças, medos e preconceitos sobre o país. Os Estados Unidos não pouparam os boatos de que se estaria espalhando bioterror em seu território. O impacto sobre as vidas humanas na China e sobre a economia global foi tremendo, desvelando a fragilidade do mundo globalizado.


Passada a Sars, hoje a notícia do coronavírus se espalha por meio de uma onda de pânico moral que mistura fake news, desinformação, racismo e estereótipos tolos. Notícias falsas gravíssimas percorrem o WhatsApp. A mais debatida nas redes sociais foi a de que o vírus teria tido origem na sopa de morcegos, o que fez com que brasileiros — que vivem no país em que se come coração de galinha e tripa de boi — ficassem escandalizados. Um vídeo no Twitter mostrava uma cena grotesca de um jovem chinês comendo um pássaro vivo, como a prova cabal de que era por isso que o vírus se espalha.


Na apuração de informações para esta coluna, descobri, com a ajuda do professor David Nemer, da Universidade de Virgínia (EUA), que grupos no WhatsApp foram inundados de boatos, em forma de “breaking news”, que diziam que os chineses estavam morrendo caídos nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação e que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido. Essa é a narrativa apocalíptica — ou a doutrina do choque, como diria a escritora Naomi Klein — sempre muito bem manipulada para fins políticos.


Tudo isso repete o antigo imaginário euro-estadunidense que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão “infestação” do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma.


Para contrabalançar os estereótipos negativos, vieram os estereótipos positivos. A grande notícia das redes sociais foi a de que “A China construirá um hospital em 10 dias” — manchete que circulou de forma padronizada em diversos veículos. A difusão dessa notícia veio dos órgãos oficiais da imprensa chinesa, numa tentativa de direcionar as narrativas internacionais sobre a epidemia e o país.


É evidente que a manchete do hospital tem uma intenção positiva, que é mostrar uma China dinâmica, com tecnologia de ponta e vontade governamental para resolver seus problemas internos. Mas não deixa de ser o estereótipo do outro extremo, que reatualiza o eterno retorno da mítica chinesa acerca de suas grandiosas construções.


Autores como historiador búlgaro Tzvetan Todorov e o antropólogo francês François Laplantine mostraram que a imagem do Brasil pelos missionários europeus no século 16 era ambivalente: entre o mau e o bom selvagem, paraíso ou inferno. Os maus selvagens eram os indígenas rudes, sem roupa, sem pelo, sem alma. Os bons selvagens eram os nativos de alma pura, que não conheciam a malícia e a maldade.


No caso dos morcegos e desinformação, vê-se um etnocentrismo cru que desumaniza o outro. No caso do hospital, cai-se em idealização também estereotipada.


É importante frisar que não estou fazendo uma crítica a quem compartilhou a notícia. Eu mesma compartilhei. A construção rápida de um hospital mostra pragmatismo diante da calamidade. Além disso, a notícia tem um papel político para se opor à fantasia acerca dos morcegos, que fixam os chineses em um lugar bárbaro e exótico.


O problema, portanto, não é nossa ação individual, mas precisamente o desalentadorfato de que, entre o morcego e o hospital, não sobra quase nada. Caímos sempre na armadilha do dualismo “tradição-modernidade”. Se a gente olha esse debate de longe, estruturalmente, o que concluímos é que não saímos do mesmo lugar de narrativas extremas e caricatas sobre o maior fenômeno econômico mundial dos nossos tempos. Sabemos muito pouco sobre o país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de pessoas. [...]


MACHADO, Rosana. Disponível em: www.theintercept.

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Acesso em: 27 out. 2021.

Assinale a alternativa em que a palavra destacada é uma conjunção subordinativa conformativa.

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Q2420264 Matemática

A média das alturas dos dez jogadores de basquete da seleção de uma escola é 1,90 m. Por uma definição técnica, o menor jogador do time, que mede 1,80 m, é substituído por outro. Após a substituição, a média das alturas dos jogadores passa a ser 1,92 m.


Sendo assim, qual é a altura do jogador substituto?

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Q2420265 Matemática

A tabela a seguir apresenta, de acordo com o Censo 2010 realizado no Brasil, o número de municípios por região brasileira.


QUANTIDADE DE MUNICÍPIOS POR REGIÃO GEOGRÁFICA

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

BRASIL

466

1794

449

1668

1188

5565

Fonte: IBGE – CENSO 2010. Acesso em: 27 out. 2021.


Os dados a seguir representam o percentual de municípios brasileiros que têm a inciativa da coleta seletiva por região.


Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/

especiais/especial-cidadania/ofensiva-contra-o-lixo-pais-se-

engaja-em-debate-sobre-a-coleta-seletiva.

Acesso em: 27 out. 2021.


Com base nos dados apresentados, escolhendo-se ao acaso um dos municípios brasileiros que têm a inciativa da coleta seletiva, a probabilidade de ser um município da região Centro-Oeste é de, aproximadamente,

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Q2420266 Matemática

Para as comemorações do aniversário de sua empresa, Eva contratou quatro comediantes de comédia stand up. Durante a festa, Eva distribuirá entre os comediantes, por meio de um sorteio, cinco temas diferentes, numerados de 1 a 5, que deverão ser apresentados em ordem crescente. Todos os temas deverão ser apresentados, cada tema só poderá ser executado por um único comediante e cada comediante deverá apresentar pelo menos um dos temas propostos.


Logo, o número de maneiras distintas em que os cinco temas poderão ser apresentados pelos comediantes é igual a

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Q2420268 Matemática

Pedro desafiou Davi a descobrir o dia do mês em que ele fará aniversário. Para isso, Pedro deu três dicas:


– O dia do mês do meu aniversário é um número primo.

– Somando-se uma unidade ao dia do mês em que eu nasci, obtém-se um número divisível por 6.

– O antecessor do dia do mês do meu aniversário, é múltiplo de 4.


Considerando que Davi analisará corretamente todas as dicas, ele conseguirá acertar o dia do mês do aniversário de Pedro, no máximo, na

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Q2420269 Raciocínio Lógico

Considere a seguinte proposição: Não entende direito constitucional ou entende direito tributário.


A negação dessa proposição é:

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Q2420271 Noções de Informática

Analise as seguintes afirmativas sobre o Microsoft Excel para Office 365.


I. Não é possível exportar dados para o Microsoft Excel diretamente de um arquivo de texto ou documento do Word.

II. Usando o assistente de importação de texto no Microsoft Excel, é possível importar dados de um arquivo de texto para uma planilha.

III. O assistente de importação de texto do Microsoft Excel examina o arquivo de texto que está sendo importado e ajuda a garantir que os dados sejam importados da maneira desejada.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420272 Noções de Informática

Analise as seguintes afirmativas sobre backup.


I. Backup é um termo em inglês que significa cópia de segurança.

II. É a existência de cópia de um ou mais arquivos guardados em diferentes dispositivos de armazenamento.

III. A fita é um meio de armazenamento utilizado para fazer backup.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420274 Noções de Informática

São extensões válidas de salvamento de arquivos que podemos escolher ao solicitar a opção “Salvar Como” no Microsoft Word para Office 365, exceto:

Alternativas
Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420276 Noções de Informática

Considerando as informações sobre ataques na internet disponibilizadas pelo Cert.br, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ubá - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro 30h/40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Educador Físico 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Ambiental 30h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Farmacêutico 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fisioterapeuta 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Generalista 20h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Médico Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Fonoaudiólogo 40h | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - Prefeitura de Ubá - MG - Nutricionista 40h |
Q2420278 Noções de Informática

A opção do Painel de Controle no Microsoft Windows 10 em que se pode alterar o formato de números do sistema operacional é:

Alternativas
Respostas
1: A
2: B
3: B
4: B
5: A
6: C
7: B
8: D
9: D
10: C
11: C
12: B
13: A
14: C
15: C
16: D
17: D
18: C
19: B
20: A