Além do espelho: os transtornos alimentares
Provavelmente você já ouviu a frase “você é o que você
come”. Para o antropólogo alemão Ludwig Feuerbach,
criador da frase, a alimentação vai muito além da ingestão
de nutrientes; é a identidade e representação de pessoas.
Mas como a relação com a comida afeta a mente?
Um estudo feito por uma universidade na Espanha revelou
que um em cada cinco crianças e adolescentes sofrem de
distúrbios alimentares, um problema que vem se tornando
cada dia mais comum.
Seja a falta de vontade de comer ou a compulsão alimentar,
esses distúrbios são mais do que problemas físicos;
constituem uma relação intrínseca com o mundo emocional
dos indivíduos. Nos dias atuais, a sociedade impõe uma
pressão crescente sobre os padrões de beleza e a aceitação
social, contribuindo para o surgimento e agravamento
destes transtornos.
A negação da alimentação pode ser uma manifestação da
busca desenfreada pela perfeição, em uma sociedade que
associa magreza extrema a beleza e sucesso. Por outro
lado, a compulsão pode servir como um mecanismo de
enfrentamento para lidar com emoções complexas [...].
O apoio social é fundamental no processo de enfrentamento
desses transtornos. Mostrar preocupação genuína e
oferecer suporte emocional são atitudes para auxiliar essas
pessoas. A ajuda profissional é outra peça-chave na busca
do tratamento, por oferecer uma orientação especializada
para abordar tanto os aspectos emocionais quanto os
físicos. Ao incentivar a empatia e o entendimento da
diversidade de corpos e experiências, podemos contribuir
para um cenário em que a saúde mental é valorizada, e a
busca por ajuda é encorajada sem estigma.
NAVALON, Cristina. Além do espelho: os transtornos
alimentares. Hoje em Dia. Disponível em: https://www.hojeemdia.
com.br/opiniao/opiniao/alem-do-espelho-os-transtornosalimentares-1.999265. Acesso em: 16 fev. 2024. [Fragmento]