Questões Prefeitura de Campanha - MG 2024 para Fisioterapeuta

Q2354609

Q2354609 Português

Texto associado

Tempo e vida

Fernando Brant

Andei pensando em um poema de Carlos Drummond de Andrade chamado “Apelo aos meus dessemelhantes em favor da paz”. É que me assusta, como sei que deve atemorizar muita gente, a sensação de não dominar o meu tempo, de ser conduzido pelo desejo dos outros.

Coincidência ou não, numa noite em que me vi sozinho andando pelas ruas do Leblon, no Rio, resolvi parar em um bar onde poderiam estar amigos. Não conhecia ninguém, logo me dei conta. Mas eu queria fazer uma hora antes de me dirigir ao hotel para o descanso noturno. Não estava a fim de assistir, na televisão, aos massacres novelescos e noticiosos.

Resolvi comprar algum livro ou revista na banca da esquina. E me deparei com o tratado de Sêneca, Sobre a brevidade da vida. Pequeno, pouco mais de oitenta páginas, encontrei nele o parceiro ideal para uma rodada de chope. “Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. Não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos. São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justifica a avareza.”

Enquanto o chope percorria lentamente o seu caminho – do garçom para o copo, do copo para a garganta –, antigas ideias me chegavam. O tempo que temos para viver é um período bom, se não nos atolarmos em necessidades que não temos. Tempo não é dinheiro, como dizem os capitalistas. Tempo é muito mais e melhor. Somos levados a aceitar um redemoinho de compromissos, de vícios, de ativismo e velocidade desnecessária. Uns pensam em trabalhar como animal agora, para aproveitar, no amanhã, a aposentadoria. Mas e se não houver esse amanhã? A tecnologia criou possibilidades imperdíveis de se trabalhar menos e produzir melhor, mas o sistema aumenta cada vez mais a carga de ocupação das pessoas. Qual o motivo de se perder tempo com tanta coisa inútil? Não se tem tempo para cuspir, é o que se costuma dizer. Mas o que não se tem, mesmo, é tempo de amar, se divertir sadiamente, curtir os filhos e seu desenvolvimento, os amigos, conhecer as belezas que a sabedoria e a cultura nos oferecem. [...]

BRANT, Fernando. Casa aberta.

Sabará: Edições Dubolsinho, 2011.

O texto defende a tese de que

A

a avareza, em quaisquer de suas formas, favorece o adoecimento emocional.

B

o bom aproveitamento do tempo se reflete em uma vida mais longa.

C

uma vida exitosa depende da capacidade de efetivação das reais necessidades.

D

a qualidade de vida está diretamente relacionada ao entretenimento.

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Q2354610

Q2354610 Português

Texto associado

Tempo e vida

Fernando Brant

Andei pensando em um poema de Carlos Drummond de Andrade chamado “Apelo aos meus dessemelhantes em favor da paz”. É que me assusta, como sei que deve atemorizar muita gente, a sensação de não dominar o meu tempo, de ser conduzido pelo desejo dos outros.

Coincidência ou não, numa noite em que me vi sozinho andando pelas ruas do Leblon, no Rio, resolvi parar em um bar onde poderiam estar amigos. Não conhecia ninguém, logo me dei conta. Mas eu queria fazer uma hora antes de me dirigir ao hotel para o descanso noturno. Não estava a fim de assistir, na televisão, aos massacres novelescos e noticiosos.

Resolvi comprar algum livro ou revista na banca da esquina. E me deparei com o tratado de Sêneca, Sobre a brevidade da vida. Pequeno, pouco mais de oitenta páginas, encontrei nele o parceiro ideal para uma rodada de chope. “Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. Não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos. São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justifica a avareza.”

Enquanto o chope percorria lentamente o seu caminho – do garçom para o copo, do copo para a garganta –, antigas ideias me chegavam. O tempo que temos para viver é um período bom, se não nos atolarmos em necessidades que não temos. Tempo não é dinheiro, como dizem os capitalistas. Tempo é muito mais e melhor. Somos levados a aceitar um redemoinho de compromissos, de vícios, de ativismo e velocidade desnecessária. Uns pensam em trabalhar como animal agora, para aproveitar, no amanhã, a aposentadoria. Mas e se não houver esse amanhã? A tecnologia criou possibilidades imperdíveis de se trabalhar menos e produzir melhor, mas o sistema aumenta cada vez mais a carga de ocupação das pessoas. Qual o motivo de se perder tempo com tanta coisa inútil? Não se tem tempo para cuspir, é o que se costuma dizer. Mas o que não se tem, mesmo, é tempo de amar, se divertir sadiamente, curtir os filhos e seu desenvolvimento, os amigos, conhecer as belezas que a sabedoria e a cultura nos oferecem. [...]

BRANT, Fernando. Casa aberta.

Sabará: Edições Dubolsinho, 2011.

Na crônica, os sinais de aspas são empregados, respectivamente, para

A

destacar o título de uma obra e para indicar o uso irônico de uma expressão.

B

enfatizar o sentido de uma palavra e para indicar discurso indireto.

C

destacar o título de uma obra e para delimitar uma citação.

D

delimitar uma citação e para enfatizar o sentido de uma palavra.

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Q2354611

Q2354611 Português

Texto associado

Tempo e vida

Fernando Brant

Andei pensando em um poema de Carlos Drummond de Andrade chamado “Apelo aos meus dessemelhantes em favor da paz”. É que me assusta, como sei que deve atemorizar muita gente, a sensação de não dominar o meu tempo, de ser conduzido pelo desejo dos outros.

Coincidência ou não, numa noite em que me vi sozinho andando pelas ruas do Leblon, no Rio, resolvi parar em um bar onde poderiam estar amigos. Não conhecia ninguém, logo me dei conta. Mas eu queria fazer uma hora antes de me dirigir ao hotel para o descanso noturno. Não estava a fim de assistir, na televisão, aos massacres novelescos e noticiosos.

Resolvi comprar algum livro ou revista na banca da esquina. E me deparei com o tratado de Sêneca, Sobre a brevidade da vida. Pequeno, pouco mais de oitenta páginas, encontrei nele o parceiro ideal para uma rodada de chope. “Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. Não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos. São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justifica a avareza.”

Enquanto o chope percorria lentamente o seu caminho – do garçom para o copo, do copo para a garganta –, antigas ideias me chegavam. O tempo que temos para viver é um período bom, se não nos atolarmos em necessidades que não temos. Tempo não é dinheiro, como dizem os capitalistas. Tempo é muito mais e melhor. Somos levados a aceitar um redemoinho de compromissos, de vícios, de ativismo e velocidade desnecessária. Uns pensam em trabalhar como animal agora, para aproveitar, no amanhã, a aposentadoria. Mas e se não houver esse amanhã? A tecnologia criou possibilidades imperdíveis de se trabalhar menos e produzir melhor, mas o sistema aumenta cada vez mais a carga de ocupação das pessoas. Qual o motivo de se perder tempo com tanta coisa inútil? Não se tem tempo para cuspir, é o que se costuma dizer. Mas o que não se tem, mesmo, é tempo de amar, se divertir sadiamente, curtir os filhos e seu desenvolvimento, os amigos, conhecer as belezas que a sabedoria e a cultura nos oferecem. [...]

BRANT, Fernando. Casa aberta.

Sabará: Edições Dubolsinho, 2011.

Releia o trecho a seguir.

“Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas.”

O verbo destacado estabelece relação de concordância com

A

ninguém.

B

propriedade.

C

discórdia.

D

limites.

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Q2354612

Q2354612 Português

Assinale a alternativa em que o verbo “intervir” foi corretamente empregado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

A

Eu ficaria grato se vocês interviessem na disputa para resolver o conflito de forma pacífica.

B

Eu ficaria grato se vocês intervissem na disputa para resolver o conflito de forma pacífica.

C

Eu ficaria grato se vocês intervessem na disputa para resolver o conflito de forma pacífica.

D

Eu ficaria grato se vocês intervirem na disputa para resolver o conflito de forma pacífica.

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Q2354613

Q2354613 Português

Leia esta explicação.

“Post hoc ergo propter hoc” é uma expressão latina que significa “depois disso, logo por causa disso”. Esse é o nome de uma falácia que ocorre quando concluímos existir uma relação causal entre dois eventos pelo fato de geralmente ou sempre ocorrem em sequência. Essa falácia também é chamada de falsa causa, correlação coincidente ou causa questionável.
Assim, suponha que você observa, com regularidade, que quando lava o tênis chove no dia seguinte. Considere que isso acaba ocorrendo repetidas vezes, até que você passa a pensar que, de alguma forma, sua ação de lavar o tênis está causando a chuva. Ao fazer esse raciocínio, está cometendo o erro post hoc ergo propter hoc. Ou seja, está concluindo de forma inválida que a causa da chuva é sua ação simplesmente por observar uma correlação entre ela e sua ação.
Disponível em: www.filosofianaescola.com/falacias. (adaptado).

Assinale a alternativa em que se verifica um exemplo de falsa causa.

A

No supermercado, experimentei uma maçã que estava estragada; portanto, as demais maçãs estão também estragadas.

B

Um grande cientista disse que o aquecimento global não é real, então não precisamos nos preocupar com isso.

C

Sempre uso meu amuleto da sorte quando jogo e sempre venço. Portanto, meu amuleto me faz ganhar.

D

Se permitirmos que as crianças assistam a filmes violentos, elas se tornarão violentas e agressivas.

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Q2354614

Q2354614 Português

Assinale a alternativa em que a partícula destacada é uma conjunção integrante.

A

Ficou claro que você não vai mais discutir o mesmo assunto.

B

Esses são os jogadores que vão a campo hoje.

C

A executiva, que estava licenciada, voltou ao trabalho para salvar a empresa.

D

É tanta confusão que acabei me esquecendo do presente de Natal.

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Q2354615

Q2354615 Português

Assinale a alternativa em que a palavra destacada é um advérbio.

A

A loja vendeu caro o equipamento de iluminação.

B

O preço dos ingressos para o concerto era mais caro do que eu esperava.

C

Optar por comer fora todos os dias pode se tornar um hábito caro.

D

A reforma da casa foi um projeto caro, mas valeu a pena no final.

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Q2354616

Q2354616 Português

Leia o trecho a seguir.

O que explica alta de quase 90% na população indígena registrada pelo Censo 2022
Os indígenas no Brasil são hoje mais de 1,69 milhão de pessoas, segundo dados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta segunda (7/8). Esse total representa 0,83% do total da população brasileira. Os números mostram um grande aumento em relação aos dados do último Censo, em 2010, quando a população indígena era de 896,9 mil e representava 0,47% do total da população. O crescimento de 88,8% na população indígena registrada é em parte explicado por uma mudança na metodologia do IBGE. Em 2022, o Censo encontrou mais terras indígenas do que em 2010 e passou a fazer uma pergunta a mais para as pessoas entrevistadas em certas localidades. A identificação de indígenas no Censo normalmente acontece quando alguém responde “indígena” à pergunta “qual é sua cor?”.

Disponível em: www.bbc.com (adaptado).

Assinale a alternativa que dá sequência ao conteúdo desse trecho, mantendo a coerência de suas ideias.

A

No entanto, o IBGE notou que poucas pessoas com ascendência indígena respondiam que sua cor é “parda”. Por isso, em 2022, os recenseadores passaram a fazer a pergunta “você se considera indígena?” à lista de perguntas em locais que não são oficialmente terras indígenas, mas onde se sabe que há presença de povos originários.

B

Por conseguinte, o IBGE notou que muitas pessoas com ascendência indígena respondiam que sua cor é “parda”. Por isso, em 2010, os recenseadores passaram a fazer a pergunta “você se considera indígena?” à lista de perguntas em locais que não são oficialmente terras indígenas, mas onde se sabe que há presença de povos originários.

C

Por conseguinte, o IBGE notou que poucas pessoas com ascendência indígena respondiam que sua cor é “parda”. Por isso, em 2010, os recenseadores passaram a fazer a pergunta “você se considera indígena?” à lista de perguntas em locais que são oficialmente terras indígenas, mas onde se sabe que há presença de povos originários.

D

No entanto, o IBGE notou que muitas pessoas com ascendência indígena respondiam que sua cor é “parda”. Por isso, em 2022, os recenseadores passaram a fazer a pergunta “você se considera indígena?” à lista de perguntas em locais que não são oficialmente terras indígenas, mas onde se sabe que há presença de povos originários.

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Q2354617

Q2354617 Português

Observe a ambiguidade presente na frase a seguir.

“A mãe falou com o filho que queria sair.”

Assinale a alternativa que a analisa corretamente.

A

A frase é ambígua em razão do fato de o pronome relativo “que” poder ter dois antecedentes.

B

A frase é ambígua em razão do fato de a partícula “que” poder ser um pronome relativo ou uma conjunção integrante.

C

A frase é ambígua porque sugere que a mãe tem mais de um filho, mas não especifica qual deles deseja sair.

D

A frase é ambígua porque o verbo “falar” pode ter mais de um sujeito: “a mãe” ou “o filho”.

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Q2354618

Q2354618 Português

Leia esta citação de Confúcio.

“Quando nasceste, ao teu redor todos riam, só tu choravas. Faze por viver de tal modo que, à hora da tua morte, todos chorem, só tu rias.”

Assinale a alternativa em que a reescrita da citação, substituindo a forma de tratamento “tu” por “você”, está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

A

Quando você nasceu, ao seu redor todos riam, só você chorava. Faça por viver de tal modo que, à hora da sua morte, todos chorem, só você ria.

B

Quando você nasceu, ao teu redor todos riam, só você chorava. Faz por viver de tal modo que, à hora da sua morte, todos chorem, só você ria.

C

Quando você nasceu, ao seu redor todos riam, só você chorava. Faça por viver de tal modo que, à hora da tua morte, todos chorem, só tu rias.

D

Quando nascestes, ao seu redor todos riam, só você chorava. Fazei por viver de tal modo que, à hora da vossa morte, todos chorem, só você ria.

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