TEXTO I
Erva de passarinho ameaça árvores da cidade
de São Paulo
Em um fim de semana ensolarado, o parque Ibirapuera
recebia a costumeira multidão de visitantes em busca de
algumas horas de lazer e descanso. Entre eles, estava a
empresária Rosângela Pereira, 33, que, fazendo uma pausa
em seu treino matinal, teve os olhos atraídos por uma árvore
bem próxima ao Planetário.
“Que beleza exuberante!”, disse ela, sem notar que, mesmo
sem perder a altivez, a amoreira trazia camuflado em seu
troco um inimigo silencioso que assola a cidade: a erva
de passarinho. Aos poucos, caso não seja removida, essa
planta parasita se nutre de seu hospedeiro, podendo até
levá-lo à morte.
No parque Ibirapuera, um dos cartões-postais de São Paulo,
estima-se que cerca de 100 das 16 mil árvores estejam
afetadas por esse parasita. Esses números são apenas uma
prévia do inventário arbóreo do parque, cuja conclusão está
prevista para outubro deste ano.
[...]
Os especialistas dizem acreditar que a disseminação desse
parasita tenha ocorrido durante o processo de aceleração
urbanística de São Paulo há pelo menos 60 anos.
Com características parasíticas e presença dominante em
relação a outras espécies de plantas e árvores, a erva de
passarinho se aloja no tronco, sugando todos os nutrientes
vitais e a seiva da planta hospedeira. Essa ação, digamos,
implacável, pode levar à morte do hospedeiro, que definha
devido à escassez de nutrientes. Para evitar esse desfecho,
é preciso que seja prontamente combatida.
Diante da limitação de diversidade natural plantada em
ruas, avenidas e até mesmo em residências, bem como
nos terrenos abandonados, a erva daninha encontrou um
ambiente fértil para proliferar.
Disponível em: https://www.acessa.com/noticias/2023/07/161309-
erva-de-passarinho-ameaca-arvores-da-cidade-de-sao-paulo.html.
Acesso em: 18 jul. 2023 (adaptado).