Um remédio eficaz contra covid-19?
Desde que a covid-19 assolou o mundo no início de
2020, a busca por alternativas eficazes para combater a
pandemia foi intensa. Em tempo recorde, foram
desenvolvidas vacinas, responsáveis por tirar o planeta
do estado de emergência e salvar milhões de vidas.
Esse feito, no entanto, não eliminou a necessidade de
um medicamento capaz de tratar as pessoas já
acometidas pela doença, como ocorre com tantas outras
enfermidades. A química medicinal, finalmente, atingiu o
objetivo e criou um antiviral eficaz e sem riscos para os
humanos.
A imagem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,
tomando o Paxlovid®, medicamento antiviral
recentemente aprovado contra a covid-19, foi notícia nos
principais meios de comunicação, no final do mês de
julho deste ano. O fato, realmente, merece destaque,
pois, independentemente do vírus, a ciência é objetiva
em enumerar o trio de armas disponíveis para o controle
bem-sucedido e a erradicação de doenças pandêmicas:
a combinação de medidas de higiene, adesão em massa
às campanhas de vacinação e desenvolvimento de
antivirais eficientes.
Ao longo da história, antivirais vêm desempenhando um
papel fundamental no controle de diferentes doenças,
como a hepatite C, enfermidades causadas por
herpesvírus e a Aids, para as quais esses fármacos
ainda se caracterizam como a única forma de controle da
transmissão e a garantia de mais qualidade de vida aos
que convivem com a doença.
Em relação à covid-19, é indiscutível a importância das
vacinas para a prevenção da doença em sua forma
grave e para reduzir o número de mortes. Mas essa
outra frente de batalha, o desenvolvimento de antivirais
para o tratamento das pessoas já infectadas pelo
SARS-CoV-2, vem sendo travada por diferentes grupos
de pesquisa desde o início da pandemia.
O que acontece em um organismo infectado?
É preciso explicar o que acontece ao longo do ciclo de
replicação do SARS-CoV-2. Uma vez no organismo
humano, esse vírus usa sua famosa proteína Spike (S)
para se ligar a receptores presentes na superfície das
nossas células, conhecidos como enzima conversora de
angiotensina tipo 2 (ACE2). Assim, o vírus consegue
adentrar a célula, onde libera o seu material genético (no
caso do SARS-CoV-2, uma molécula de RNA), o qual é
traduzido, ou seja, a informação contida nessa molécula
de RNA é utilizada pela célula para a síntese de
proteínas, o que possibilita a produção de novas
partículas virais. O organismo responde à invasão do
vírus produzindo anticorpos, que se ligam à proteína
Spike e impedem a infecção de outras células. Além
disso, são produzidas células especializadas (linfócitos T
citotóxicos) que identificam e destroem células humanas já infectadas pelo vírus.
COTRIM, Bruno Almeida.; GONÇALVES, Raoni Schroeder Borges.;
BARROS, José C. Um remédio eficaz contra covid-19? Ciência Hoje.
Disponível em:
https://cienciahoje.org.br/artigo/um-remedio-eficaz-contra-covid-19/
Acesso em: 04 nov., 2022.