O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Brasil terá planta-piloto pioneira para produzir
hidrogênio a partir de etanol
A Cidade Universitária, campus da Universidade de São
Paulo (USP) localizado no bairro do Butantã, na zona
oeste da capital, será a sede de um projeto de energia
sustentável pioneiro no mundo que prevê a produção de
hidrogênio (H2) a partir do etanol. Uma estação
experimental de abastecimento de hidrogênio veicular,
com capacidade para produzir 4,5 quilos de H2 por hora
(kg/h), será construída no local para validação da
tecnologia. A planta-piloto ocupará uma área de 425
metros quadrados e deverá ser inaugurada no segundo
semestre de 2024. Será dedicada ao abastecimento de
três ônibus e um veículo leve, todos elétricos, que irão
circular exclusivamente no campus.
O anúncio do projeto , que tem um investimento total de
R$ 50 milhões, foi feito no início de agosto de 2023 com
a presença de representantes de um consórcio liderado
pela petrolífera Shell Brasil. Também participam da
iniciativa a companhia Raízen, maior produtora global de
etanol de cana-de-açúcar, a empresa de tecnologia
Hytron, a montadora japonesa Toyota, o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Centro
de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa
(RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE)
constituído em 2015 com recursos da FAPESP e da
Shell.
Para o engenheiro Julio Meneghini, diretor científico do
RCGI e professor da Escola Politécnica da USP, com
essa iniciativa , o Brasil se coloca na vanguarda do
processo de transição energética. "Se o etanol tiver uma
pegada negativa de emissão de CO2 [dióxido de
carbono], o hidrogênio passará a ter também uma
pegada negativa. E isso nem mesmo o hidrogênio
gerado a partir de energia eólica ou solar é capaz de
fazer", afirmou durante a cerimônia de lançamento do
projeto.
"O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar
que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável,
aproveitando a logística já existente da indústria. A
tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que
consomem energia proveniente de combustíveis
fósseis", declarou Cristiano Pinto da Costa, presidente
da Shell Brasil, em comunicado à imprensa.
A petrolífera anglo-holandesa tem um projeto de
produção de hidrogênio por eletrólise da água, em
Roterdã, na Holanda, usando fontes energéticas
renováveis, como eólica e solar. Esse processo utiliza
eletricidade para decompor a molécula da água (H2O)
em seus elementos constituintes, o hidrogênio (H,
formando H2) e o oxigênio (O, formando O2).
Presente à solenidade de lançamento, o presidente da
FAPESP, Marco Antonio Zago, destacou a ação
empreendedora do RCGI. "[O projeto de conversão de etanol em hidrogênio mostra que] basta colocar uma
semente na mão de pessoas empreendedoras que as
coisas vão se ampliar, tanto em seu valor financeiro
quanto social", declarou. "Até hoje, os investimentos da
FAPESP no RCGI foram de R$ 45 milhões. No total, o
centro já recebeu investimentos de R$ 465 milhões. É
desse tipo de empreendedorismo que precisamos."
Apontado por especialistas do setor energético como o
combustível do futuro, o hidrogênio tem alto poder
calorífico, quase três vezes superior ao do diesel, da
gasolina e do gás natural. Ao ser transformado em
energia, alimentando motores veiculares ou em
aplicações industriais, ele não emite gases de efeito
estufa (GEE). O resíduo liberado na atmosfera é o vapor
d'água resultante da ligação do hidrogênio com o
oxigênio na reação química que produz a energia.
VASCONSELOS, Yuri. Brasil terá planta-piloto pioneira para produzir
hidrogênio a partir de etanol. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível
em: pooduzzir-hddrogenioaa-paatrde-etaanol
il-tera-planta-piloto-pioneira-para-produzir-hidrogenio-a-partir-de-etanol/
Acesso em: 04 set., 2023.