Questões de Concurso Público USP 2022 para Professor - Língua Portuguesa
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“[...] (1) ela é construção de objetos autônomos como estrutura e significado; (2) ela é uma forma de expressão, isto é, manifesta emoções e a visão do mundo dos indivíduos e dos grupos; (3) ela é uma forma de conhecimento, inclusive como incorporação difusa e inconsciente.”
Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
De acordo com o autor, essas seriam não apenas as principais funções da literatura, como também as justificativas para seu ensino. Além disso, Candido considera que é importante ensinar a literatura como construção, pois o leitor, ao perceber a organização intencional das palavras, seria capaz de:
“O autor, instância discursiva de que emana o texto, se mostra e se dilui nas leituras de seu texto: deu-lhe uma significação, imaginou seus interlocutores, mas não domina sozinho o processo de leitura de seu leitor, pois este, por sua vez, reconstrói o texto na sua leitura, atribuindo-lhe a sua (do leitor) significação.”
O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002.
Para evitar que essa concepção na relação entre autoria e leitura se resuma ao que o autor chama de “simulação de leitura” na sala de aula, Geraldi propõe que:
“Antes de qualquer consideração específica sobre a atividade de sala de aula, é preciso que se tenha presente que toda e qualquer metodologia de ensino articula uma opção política – que envolve uma teoria de compreensão e interpretação da realidade – com os mecanismos utilizados em sala de aula.”
Seguindo a orientação deste texto é possível dizer que o foco do professor:
“Estamos vendo, então, que o grau de monitoração que um falante pode conferir a sua fala vai depender dos recursos comunicativos que ele já adquiriu, no contato com a língua escrita e com eventos monitorados de linguagem oral.”.
Considerando o trecho em questão e o argumento desenvolvido pela autora ao longo do livro, aponte a alternativa correta:
“Pouco se sabe sobre as línguas, a despeito dos séculos de trabalho a elas dedicados, mas há algumas evidências. A primeira é que as línguas ligam-se estreitamente a seus usuários, isto é, a outros fatos sociais. Não são sistemas que pairam acima dos que falam, e não se isentam dos valores atribuídos pelos que falam.”
POSSENTI, S. Gramática e política. In: GERALDI, W. (org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002.
O trecho de Bortoni-Ricardo, em Educação em língua materna (2004), que concorda com esse é:
“[...] o discurso didático esvazia o texto literário de seu potencial, congelando-o em definições e classificações, ou usando-o com outros objetivos tais como transmitir conhecimentos, ensinar regras morais, refletir sobre drogas ou aborto na adolescência e, principalmente, ensinar regras gramaticais. ”
In: EVANGELISTA, A. A. M.; BRANDÃO, H. M. B.; MACHADO, Z. V. A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
De acordo com a autora, isso ocorreria, pois a escola:
“[...] a escola toma para si a literatura, escolariza-a, didatiza-a, pedagogiza-a, para atender seus próprios fins – faz dela uma literatura escolarizada.”
Levando em consideração o trecho retirado do livro A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil, assim como as ideias defendidas por Candido em seu ensaio, haveria, entre ambos os textos, uma:
“[...] a escola toma para si a literatura, escolariza-a, didatiza-a, pedagogiza-a, para atender seus próprios fins – faz dela uma literatura escolarizada.”
A autora defende, nesse ensaio, que a escolarização pode ser adequada ou inadequada. De acordo com Soares, a escolarização:
“As ações mediadas pela palavra deixaram de ser predominantes e deram lugar às ações mediadas pelo movimento”.
In: RIOLFI, C. R. et al. (org.). Ensino de língua portuguesa. São Paulo: Thomson, 2007.
Na prática escolar, de acordo com a autora, o efeito dessas ações seria:
"A pesquisa sobre o texto e os processos de produção e compreensão textual e também sobre os processos de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita tiveram nos últimos 50 anos um desenvolvimento sem igual. Os enfoques teóricos e metodológicos a partir dos quais se abordaram esses objetos são diferentes – às vezes, complementares, às vezes, opostos."
Propostas didáticas para aprender a escrever. Porto Alegre: Artmed, 2005.
De acordo com a autora, seria possível compreender as diferentes correntes teóricas a partir dos focos de atenção que estas dariam à produção textual. Dessa forma, o formalismo, o construtivismo, o socioconstrutivismo e a escrita como atividade discursiva teriam como foco de atenção prioritária, respectivamente:
Seguindo a definição de Camps, no ensaio “Texto, processo, contexto, atividade discursiva: diferentes pontos de vista sobre a atividade de aprender e de ensinar a escrever”, é possível dizer que os professores, respectivamente:
Essa afirmação de Ítalo Calvino (Por que ler os clássicos) norteia a conclusão do autor de que a releitura de um clássico, na idade adulta,
A autora observa que certos “artifícios” dos livros didáticos, embora mantenham o aluno ocupado, “não propiciam uma visão de totalidade” e não garantem “uma leitura crítica e transformadora da realidade”.
Na área da língua portuguesa, dentre tais “artifícios” a serem evitados pelos livros didáticos, seguindo o raciocínio da autora, identifica-se: