Questões de Concurso Público SEAP-DF 2014 para Analista - Artes Plásticas

O processo de planejamento e construção de uma escultura é totalmente diferente da elaboração de um desenho, pois acontece explorando elementos e estruturas distintos.

Materiais tradicionais, de maior plasticidade e praticidade no manuseio, como o granito e o bronze, facilitam a construção de obras ricas em detalhes e realismo.

Altos e baixos relevos em paredes e colunas diferenciam-se da escultura por se aproximarem mais do desenho e da pintura e não propiciarem a exploração do espaço tridimensional.

O uso da cor e da luz em uma escultura serve para gerar volume e também reforçar aspectos objetivos e subjetivos da obra, como o realismo ou simbolismo presente.

Embora contribua para a percepção de características como volume, textura e expressão, a escolha do material não interfere na transmissão de sensações como peso em uma escultura.

A técnica do modelado consiste na criação de moldes em argila e gesso para a produção de obras em metal.

O uso de policromia nas esculturas em madeira por artistas barrocos, como Aleijadinho, foi um recurso para aumentar a expressividade das obras e também sanar imperfeições decorrentes dos nós e veios da peça utilizada.

A técnica de cera perdida, por sua simplicidade, é ideal para a produção de esculturas em madeira e argila.

A utilização de instrumentos como buril, brocas e cinzel é específica do trabalho com esculturas em bronze e mármore.

Entre as técnicas comuns aos ateliês, o vazado em bronze é a mais simples e funcional, pois depende unicamente do trabalho isolado do artista para modelar a forma final.

Além da ânsia pela modernização da arte no país, a Semana de 1922 significou uma tentativa de firmar uma identidade brasileira por meio da valorização dos tipos nacionais e da cultura popular.

Antes mesmo de anunciar o Modernismo na Semana de 1922, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Oswald de Andrade haviam se dirigido a Paris para, assim como os acadêmicos do século 19, afirmar os cânones da arte predominantes no país.

A realização da Semana de 1922, em São Paulo, foi um provocativo contraponto em relação à cidade então tradicionalista e sem o desenvolvimento urbano característico de outras capitais à época.

Assim como a vanguarda europeia, o Modernismo brasileiro surgiu dotado de forte apelo popular, fato decorrente da própria origem de grande parte dos integrantes da Semana de Arte Moderna de 1922, vindos das classes baixas da sociedade, filhos de operários e camponeses.

Tarsila do Amaral foi a artista que melhor incorporou o espírito modernista brasileiro. Primeira a ter contato com a vanguarda europeia, teve participação fundamental na Semana de Arte Moderna de 1922 e nos movimentos Pau-Brasil, de 1924, e Antropofágico, de 1928.

Na Era Vargas, o ímpeto revolucionário dos modernistas foi resgatado e valorizado, sobretudo por inspirar a liberdade e a prosperidade tão almejadas pelo Estado Novo.

O panorama político de exaltação à nacionalidade durante o Estado Novo fez com que novos expoentes do Modernismo, entre os quais Djanira, Lígia Pape e Hélio Oiticica, usufruíssem do apoio governamental e contassem, inclusive, com o financiamento estatal para o desenvolvimento de seus trabalhos.

A partir de 1930, surgiram grupos de artistas focados em estudos acerca de novas técnicas, na profissionalização como artista. Eram, em sua maioria, oriundos da classe média, do operariado. Entre esses grupos, destacam-se o Santa Helena, em São Paulo, o Núcleo Bernadelli e o Guanabara, no Rio de Janeiro, e artistas como Rebolo, Volpi, Mário Zanini e Pancetti.

Integrantes da Semana de Arte Moderna, como Tarsila do Amaral, Portinari e Di Cavalcanti, usufruíram de ampla liberdade nesse período, tendo em vista o caráter social de suas obras.

Enquanto a pintura moderna, sobretudo o muralismo de Portinari, gozava do apoio do governo Vargas, segmentos como a música e a arquitetura não apresentaram evolução no período, fato decorrente talvez pela rejeição ao experimentalismo e falta de uma orientação estética nessas duas linguagens.