Questões de Concurso Público Instituto Rio Branco 2022 para Diplomata - Tarde
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A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
A contratação de artistas e artífices na França, em
1816, para trabalharem no Brasil foi uma iniciativa
oficial do príncipe regente João, que encarregou o
embaixador do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves em Paris, o marquês de Marialva, de definir
os nomes a contratar e de providenciar o embarque
do grupo.
A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
As festas cívicas organizadas na cidade do Rio de
Janeiro para a aclamação de Pedro como imperador
constitucional do Brasil, em 12 de outubro de 1822,
tiveram como objetivo afirmar o rompimento
definitivo com Portugal e a instauração de uma nova
soberania; ao mesmo tempo, visavam a fazer
reconhecer a representação popular como uma das
fontes do poder imperial.
A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
Iniciativa que hoje seria considerada como de política
cultural, a criação, por decreto de novembro de 1820,
da Academia Imperial das Belas Artes – que somente
seria efetivada em 1826, com a inauguração de prédio
próprio – institucionalizou o ensino artístico no Brasil
e favoreceu o reconhecimento social do artista. A
atividade da Academia Imperial resultou, nas décadas
seguintes, na formação de artistas cuja produção, no
período do Segundo Reinado, contribuiu para a
legitimação simbólica do Estado Imperial e para
fortalecer o sentimento nacional entre os brasileiros.
A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
Pelo Tratado de Paz e Amizade celebrado no Rio de
Janeiro, em 29 de agosto de 1825, o rei de Portugal
reconhecia a independência política do Brasil e
transferia para seu filho Pedro, de sua livre vontade, a
soberania sobre o Império, reconhecendo-o como
imperador. Negociado pelo experiente diplomata
britânico Charles Stuart, enviado extraordinário e
ministro plenipotenciário do rei de Portugal, o Tratado
estabelecia que João VI de Portugal reservava para sua
pessoa o título de imperador do Brasil.
A respeito das dinâmicas das políticas institucionais do Primeiro Reinado, julgue (C ou E) o item a seguir.
Com a reabertura da Assembleia Geral em 1826, as
resistências provinciais foram aplainadas e os anos que
se seguiram até a abdicação, em 1831, foram marcados
pela continuidade política no governo e pela busca de
maiorias parlamentares, sedimentando a estabilização
do sistema político após as agitações desencadeadas
pela Revolução de Porto (1820) e pelo
constitucionalismo luso-brasileiro
A respeito das dinâmicas das políticas institucionais do Primeiro Reinado, julgue (C ou E) o item a seguir.
Inicialmente aclamadas como medida de efetiva
“constitucionalização” dos governos provinciais ao
prestigiar o princípio eletivo para a escolha de seus
membros e a participação dos luso-brasileiros na
administração, as Juntas de governo, criadas a partir de
1821 pelas Cortes lisboetas, passaram à condição de
persona non grata com a instalação da breve
Assembleia Constituinte de 1823, especialmente entre
aqueles mais próximos do imperador D. Pedro I, os
quais desconfiavam dos chamados “governos
democráticos” e eram adeptos de um liberalismo
clássico, típico da geração Coimbrã, que via o rei
como representante suficiente da nação e único capaz
de garantir a ordem e a razão de Estado perante a
anarquia provincial.
A respeito das dinâmicas das políticas institucionais do Primeiro Reinado, julgue (C ou E) o item a seguir.
Ao lado da regulamentação de vários dispositivos da
Constituição, outorgada em 1824, relativos à
organização do Estado, um dos temas mais debatidos
pelos parlamentares, após a reabertura da Assembleia
em 1826, foi o da regulação dos poderes locais.
Prescreveram-se limites precisos para a autoridade
municipal, restringindo sua capacidade legislativa às
matérias de natureza econômica e relativas ao
ordenamento local.
A respeito das dinâmicas das políticas institucionais do Primeiro Reinado, julgue (C ou E) o item a seguir.
Na agenda externa do Primeiro Reinado, assuntos
como guerra e finanças tomaram grande espaço nos
debates parlamentares a partir de 1826. Em questão,
estavam a Guerra da Cisplatina, na região da bacia do
rio da Prata, e os tratados de paz e aliança com a antiga
metrópole e de proibição do tráfico de escravizados
africanos firmado com a Inglaterra. Em todos os casos,
apesar das pressões orçamentárias, dos riscos
econômicos e das críticas pontuais quanto à submissão
brasileira aos interesses ingleses, os gastos da guerra
contra os portenhos, as “indenizações” pagas e a
abolição do tráfico atlântico ganharam rápido e
incontestável apoio entre as elites senhoriais e seus
representantes no Parlamento e seguiram, sem
resistências, para a sanção imperial, como previa o
mandamento constitucional de 1824.
No que se refere às revoltas ocorridas no Período Regencial, julgue (C ou E) o item a seguir.
O primeiro ciclo dessas revoltas, característico da fase
das regências trinas, foi marcado por movimentos
urbanos de tropa e povo, com dimensões relativamente
modestas, pouco organizados e com motivações muito
diversas, entre as quais se destacavam a insatisfação de
exaltados e caramurus com o governo moderado, as
ambições federalistas, e os descontentamentos da
soldadesca com a redução dos efetivos, os critérios de
promoção, os baixos soldos, o atraso das rações, os
recrutamentos forçados e os castigos físicos.
No que se refere às revoltas ocorridas no Período Regencial, julgue (C ou E) o item a seguir.
Uma exceção às revoltas urbanas de tropa e povo do
primeiro momento regencial foi a Cabanada
(1831-1832), que atingiu as zonas rurais e teve a
participação de expressivo contingente indígena do
vale do rio Jacuípe, entre Alagoas (norte) e
Pernambuco (mata sul). Com um histórico antigo de
relações com os poderes central e provincial e tendo
lutado, em troca de proteção, ao lado das tropas régias
que debelaram entre 1817 e 1824, os indígenas temiam
que a abdicação de D. Pedro I fomentasse o assalto de
seus territórios nativos por parte de caudilhos e
fazendeiros alinhados com os moderados e federalistas
locais.
No que se refere às revoltas ocorridas no Período Regencial, julgue (C ou E) o item a seguir.
Logo após a aprovação do Ato Adicional de 1834, uma
segunda onda de revoltas regenciais eclodiu, dessa
feita, com movimentos de grande porte e com
significativa variedade regional. Ocorreu no Pará a
mais notável, popular e sangrenta das revoltas do
Império – a Cabanagem (1835-40). Ela reuniu
membros das camadas mais baixas da sociedade
amazônica (como indígenas, caboclos, lavradores e
seringueiros) e tomou o governo provincial por cerca
de nove meses. Sua pauta era extensa e difusa, indo do
ódio aos estrangeiros à defesa da autonomia
provincial, da religião católica e de D. Pedro II. A
Cabanagem chegou até as fronteiras do Brasil central,
aproximou-se do litoral norte e nordeste e gerou
distúrbios internacionais na América caribenha.
No que se refere às revoltas ocorridas no Período Regencial, julgue (C ou E) o item a seguir.
Também liderada por segmentos populares e de baixa
extração social do sul do Brasil, a Revolução
Farroupilha foi o mais longo conflito interno do
Império. Ao contrário da Cabanagem, a agenda dos
farroupilhas centrava-se exclusivamente na libertação
dos escravizados e na implantação de uma República
na região platina.
A respeito da política externa brasileira na Primeira República, julgue (C ou E) o item a seguir.
Ao longo da chancelaria de José Maria da Silva
Paranhos Júnior, entre 1902 e 1912, a diplomacia
brasileira foi marcada por forte pragmatismo e pela
implantação de uma ativa política externa. Entre seus
objetivos preferenciais, estavam a busca da estabilidade
e do equilíbrio geopolítico no rio da Prata e o
estabelecimento de relações próximas com a potência
em ascensão no período, os Estados Unidos da América
(EUA), já que as principais ameaças externas vinham
dos franceses e dos ingleses na Amazônia.
A respeito da política externa brasileira na Primeira República, julgue (C ou E) o item a seguir.
Rio Branco negociou o Acre com a Bolívia e com o
Peru, recorrendo ao princípio do utis possidetis, extraído
do direito internacional. O Tratado de Petrópolis, de
1903, assinado pelos três países, resultou no pagamento
de indenização por parte do Brasil e na construção da
ferrovia Madeira-Mamoré. Por outro lado, afastou
completamente a possibilidade de um conflito armado
com o Peru, que não tinha condições econômicas para
explorar, nem interesse geopolítico nos territórios do
Alto Juruá e do Alto Purus.
A respeito da política externa brasileira na Primeira República, julgue (C ou E) o item a seguir.
As ótimas relações entre Brasil e EUA na Primeira
República, especialmente durante a chancelaria do barão
do Rio Branco, resultaram no apoio de Washington para
a candidatura do Brasil a um assento permanente na
Corte Internacional de Justiça, o que se concretizou na II
Conferência de Paz de 1907, realizada em Haia.
A respeito da política externa brasileira na Primeira República, julgue (C ou E) o item a seguir.
Para a região platina, o barão do Rio Branco, convicto
monarquista, retomou a política de contenção da
Argentina, aplicada pelo Império do Brasil. Seu objetivo
era recuperar a posição hegemônica do Brasil no Cone
Sul e, para tanto, abandonou a diplomacia baseada na
ideia de “paciência estratégica” para com o vizinho.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
Com a chamada “política dos estados”, Campos Sales
buscou estabelecer relações de compromisso entre o
executivo federal e os executivos estaduais,
possibilitando a formação de um legislativo
minimamente coeso no plano federal, capaz de dar
sustentação às políticas a serem implementadas.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O compromisso estabelecido por Campos Sales com os
governadores pressupunha a interferência direta do poder
central nas políticas estadual e municipal, a fim de se
obterem maiorias parlamentares em nível federal, que
pudessem aprovar a urgente agenda fiscal e financeira do
governo federal em uma época de crise econômica.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
Para se viabilizar, o regime oligárquico e a própria
“política dos estados” dependiam da articulação entre
governadores e coronéis nos municípios. Os coronéis
formavam a base desse sistema, pois seu controle
sobre as eleições locais era a condição para a eleição
dos deputados alinhados com o governo federal.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
A liderança e o mando discricionário dos coronéis
sobre um conjunto de “votos de cabresto” advinham de
sua ascendência econômica e social como proprietários
rurais, mas toda a organização do sistema eleitoral,
incluindo o custeio de suas despesas e a logística da
apuração, era feita pela Justiça Eleitoral, com sede no
Distrito Federal. Essa centralização garantia a
efetividade da “política dos estados”.