Questões de Concurso Público SEDUC-GO 2022 para Professor - Língua Portuguesa
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Texto 9 para responder às questões de 72 a 75.
----------------A corda bamba da poesia na sala de aula
1-----------Vamos começar nossa conversa a respeito de poesia
------em sala de aula lembrando um poema de Antônio Carlos de
------Brito, o Cacaso. Ele traduz bem a concepção de poesia e de
4-----literatura que penso ser a mais adequada para conduzir o
------trabalho com a literatura em geral e a poesia em específico
------em contextos de ensino, os quais podem produzir, além da
7-----criticidade, a humanidade dos seres humanos. Cacaso era
------mestre em criar preciosidades em forma de poemas-pílula;
------era um sábio que ensinava a moçada de seu tempo a viver e
10----a escrever poesia por meio dos seus aforismos desaforados,
------bem-humorados, doces e amargos. Eis o “poeminha”:
----------------Na corda bamba [para Chico Alvim]
13----Poesia
------Eu não te escrevo
------Eu te
16----Vivo
------E viva nós!
1-----------Nesse texto que, na verdade, sintetiza toda a sua
19----poética, Cacaso embaralha alguns elementos que, na
------concepção escolar mais tradicional de poesia, estão
------separados. No contexto escolar, poesia e vida são, quase
22----sempre, coisas completamente diferentes. A poesia é, em
------geral, apresentada aos alunos com uma aura de solenidade
24----que apaga suas relações com a vida real das pessoas.
PILATI, Alexandre. Poesia na sala de aula: subsídios para pensar o lugar e
----a função da literatura em ambiente de ensino. Campinas, SP: Pontes
----------------------------------------Editores, 2017, com adaptações.
De acordo com o texto, o ensino de literatura nas escolas, em geral,
Texto 9 para responder às questões de 72 a 75.
----------------A corda bamba da poesia na sala de aula
1-----------Vamos começar nossa conversa a respeito de poesia
------em sala de aula lembrando um poema de Antônio Carlos de
------Brito, o Cacaso. Ele traduz bem a concepção de poesia e de
4-----literatura que penso ser a mais adequada para conduzir o
------trabalho com a literatura em geral e a poesia em específico
------em contextos de ensino, os quais podem produzir, além da
7-----criticidade, a humanidade dos seres humanos. Cacaso era
------mestre em criar preciosidades em forma de poemas-pílula;
------era um sábio que ensinava a moçada de seu tempo a viver e
10----a escrever poesia por meio dos seus aforismos desaforados,
------bem-humorados, doces e amargos. Eis o “poeminha”:
----------------Na corda bamba [para Chico Alvim]
13----Poesia
------Eu não te escrevo
------Eu te
16----Vivo
------E viva nós!
1-----------Nesse texto que, na verdade, sintetiza toda a sua
19----poética, Cacaso embaralha alguns elementos que, na
------concepção escolar mais tradicional de poesia, estão
------separados. No contexto escolar, poesia e vida são, quase
22----sempre, coisas completamente diferentes. A poesia é, em
------geral, apresentada aos alunos com uma aura de solenidade
24----que apaga suas relações com a vida real das pessoas.
PILATI, Alexandre. Poesia na sala de aula: subsídios para pensar o lugar e
----a função da literatura em ambiente de ensino. Campinas, SP: Pontes
----------------------------------------Editores, 2017, com adaptações.
Tendo em vista as funções da literatura e os versos de Cacaso, é correto afirmar que o poema apresenta a poesia como
Texto 10 para responder às questões 77 e 78.
------------Somos todos poetas
1---Assisto em mim a um desdobrar de planos.
---As mãos veem, os olhos ouvem, o cérebro se move,
---A luz desce das origens através dos tempos
4--E caminha desde já
---Na frente dos meus sucessores.
---Companheiro,
7--Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo de tua alma.
---Sou todos e sou um,
---Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do
10-cego,
---Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
---Sou responsável pelas auroras que não se levantam
13-E pela angústia que cresce dia a dia.
--------MENDES, Murilo. A poesia em pânico. In: MENDES, Murilo.
-----Poesia Completa & Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
O poema de Murilo Mendes mostra a poesia como atividade humana marcada pelas ações de “desdobrar-se” e “responder por”.
Assinale a alternativa que relaciona a forma do poema com essas ideias.
Texto 10 para responder às questões 77 e 78.
------------Somos todos poetas
1---Assisto em mim a um desdobrar de planos.
---As mãos veem, os olhos ouvem, o cérebro se move,
---A luz desce das origens através dos tempos
4--E caminha desde já
---Na frente dos meus sucessores.
---Companheiro,
7--Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo de tua alma.
---Sou todos e sou um,
---Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do
10-cego,
---Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
---Sou responsável pelas auroras que não se levantam
13-E pela angústia que cresce dia a dia.
--------MENDES, Murilo. A poesia em pânico. In: MENDES, Murilo.
-----Poesia Completa & Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
O poema apresenta o eu lírico localizando-se na história e assistindo a si mesmo como partícipe de um movimento que o leva para além de si. No que se refere a esse assunto, assinale a alternativa que indica as figuras de linguagem utilizadas para compor esse movimento de “desdobrar-se’.
Texto 11 para responder às questões 79 e 80.
1--------Sou um homem arrasado. Doença! Não. Gozo
-----perfeita saúde. Quando o Costa Brito, por causa de duzentos
-----réis que me queria abafar, vomitou os dois artigos, chamou
4----me doente, aludindo a crimes que me imputam. O Brito da
-----Gazeta era uma besta. Até hoje, graças a Deus, nenhum
-----médico me entrou em casa. Não tenho doença nenhuma.
7----O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro.
-----Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem
-----objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado
10---é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta
-----casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade
-----embotada.
13-------Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se
-----uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e
-----dormir como um orco! Levantar-se cedo todas as manhãs e
16---sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida
-----para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que
-----estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar
19---tudo?
1--------Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai apagar-se.
-----Não tenho sono. Deitar-me, rolar no chão até a
22---madrugada, é uma tortura. Prefiro ficar sentado, concluindo
-----isto. Amanhã não terei com que me entreter.
1--------De longe em longe sento-me fatigado e escrevo uma
25---linha. Digo em voz baixa:
26---- Estraguei a minha vida, estraguei-a estupidamente.
----------------------------------RAMOS, Graciliano. São Bernardo.
-------------São Paulo: Editora Martins Fontes, 1970, com adaptações.
Acerca do narrador, de Graciliano Ramos e de São Bernardo, assinale a alternativa correta.