Questões de Concurso Público Instituto Rio Branco 2023 para Terceiro-Secretário da Carreira Diplomata - Tarde
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Bismarck havia se colocado inicialmente contra a colonização, dados os altos custos e riscos. Sua mudança de posição, em 1884, está associada a fatores internos, como a necessidade de deslocar tensões socioeconômicas para os domínios coloniais, e a externos, sobretudo a capacidade de interferir nas disputas entre outras potências. Em todo caso, Bismarck preferia designar as possessões alemãs nos territórios africanos, na China e no Pacífico de “protetorados”, optando por um modelo de dominação inspirado em iniciativas comerciais privadas com apoio estatal.
Os recursos destinados a missionários foram cruciais para a colonização alemã no continente africano, o que se deu com a autorização para a formação de sociedades missionárias católicas na Alemanha após os conflitos ligados à chamada Kulturkampf, no início dos anos de 1870.
A geografia foi um dos principais instrumentos da cultura colonial alemã, nacionalizando-se, entre outros fatores, com a criação, em 1892, da disciplina “geografia das colônias alemãs”, difundida no sistema escolar. Anos depois, em 1899, o relato acerca da visita ao monte Kilimanjaro por Hans Meyer foi descrito em livros didáticos alemães como a chegada à “montanha mais alta do país”, estimulando a construção de uma epistemologia que naturalizava a dominação colonial.
Uma das consequências do imperialismo alemão foi a correlação entre práticas de dominação nos territórios ocupados e aquelas empregadas em grupos minoritários na Europa, a exemplo da população de rua. Além de serem igualmente tidos por “infantis” e “selvagens”, os grupos foram alvo de instituições que atuavam segundo procedimentos semelhantes, geralmente amparados na ideia de “educação para o trabalho”.