Questões de Concurso Público Prefeitura de Rio Branco - AC 2016 para Sociólogo
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“Uma arma ideológica forjada como resposta à crise industrial de fins da década de 1960 [...] [cuja] extração da mais-valia depende agora da economia da inovação perpétua (MORRIS-SUZUKI, Tessa, apud KUMAR, Krishan (2006) Da Sociedade Pós-industrial à Pós-moderna. Novas Teorias sobre o Mundo Contemporâneo Rio de Janeiro, Jorge Zahar, p.56).
O conceito ao qual a caracterização acima refere-se é o de:
“Uma defesa da política do domínio público, mas ela não se situa na velha oposição entre Estado e mercado. Ela opera fornecendo condições materiais e estruturas organizacionais para as decisões de políticas de vida tomadas por indivíduos e grupos na ordem social mais ampla” (GIDDENS, A (1995) Para Além da Esquerda e da Direita São Paulo, Unesp, p. 23).
Para a descrição realizada acima, Anthony Giddens
dá o nome de Política:
“O que vem a ser uma coisa? A coisa se opõe à ideia assim como o que se conhece a partir de fora se opõe ao que se conhece a partir de dentro. É coisa todo objeto do conhecimento que não é naturalmente penetrável à inteligência, tudo aquilo de que não podemos fazer uma noção adequada por um simples procedimento de análise mental, tudo o que o espírito não pode chegar a compreender a menos que saia de si mesmo, por meio de observações e experimentações, passando progressivamente dos caracteres mais exteriores e mais imediatamente acessíveis aos menos visíveis e aos mais profundos”.
(DURKHEM, Emile . As Regras do Método Sociológico (1995) São Paulo, Martins Fontes. p. XVII).
O sociólogo francês Emile Durkheim vale-se dessa
caracterização para fundamentar um tratamento
científico dos fenômenos sociais cujo conceito
angular é o de:
O fenômeno o qual Max Weber descreve sumariamente como “possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a vontade própria”
(WEBER, Max (2004)Economia e Sociedade. São Paulo, Martins Fontes.p. 188), é o (a):
O tipo de tática sindical que visa integrar de modo mais equilibrado as estratégias conflitivas e de cooperação parece ser uma tendência proeminente nas relações de trabalho das sociedades contemporâneas. Segundo um grande analista desse estilo de prática sindical, “o conflito não diminuiria necessariamente mas mudaria de forma, deixando a greve de ser o principal instrumento de pressão sobre as empresas. Outras táticas como denúncias públicas dos atos desleais e contrários aos empregados por parte de empresas, a atuação junto a organismos legislativos e governos, o uso intenso da publicidade, deveriam ser mais constantemente utilizadas” (RODRIGUES, Leôncio Martins (2002) Destino do Sindicalismo São Paulo, Edusp, p.288).
O conceito que melhor exprime esse tipo de atuação é o de:
“De fato, por intermédio das condições econômicas e sociais que elas pressupõem, as diferentes maneiras, mais ou menos separadas ou distantes, de entrar em relação com as realidades e as ficções, de acreditar nas ficções ou nas realidades que elas simulam, estão estreitamente associadas às diferentes posições possíveis no espaço social e, por conseguinte, estreitamente inseridas nos sistemas de disposições características das diferentes classes ou frações de classe. (BOURDIEU, Pierre (2006) A Distinção. São Paulo, Edusp. p. 13).
O “sistema de disposições” ao qual Pierre Bourdieu refere-se encontra consonância no conceito de:
“Um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia”. (MARX, Karl (2011) O Capital. Livro I, Volume I, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. p. 57).
Essa caracterização feita por Marx, em sua célebre obra O Capital, descreve com exatidão o conceito de:
O Sociólogo francês Pierre Bourdieu desenvolve uma profunda e contundente reflexão sobre as relações entre indivíduo e sociedade no interior da qual a discussão sobre o espaço social tem lugar privilegiado. Segundo ele, “o espaço social e as diferenças que nele se desenham espontaneamente tendem a funcionar simbolicamente como espaço dos estilos de vida ou como um conjunto de Stände, isto é, de grupos caracterizados por estilos de vida diferentes” (BOURDIEU, Pierre (1989) . O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, p. 145).
Completando esse raciocínio, “a diferença inscrita na própria estrutura do espaço social, quando percebida segundo as características apropriadas a essa estrutura”, (idem) recebe o nome de:
A mercadoria, nas sociedades pós-modernas, promove um “domínio sobre as pessoas, exercido em virtude de sua fascinação pelas aparências artificiais tecnicamente produzidas” (HAUG, Wolfgang Fritz (1996) Crítica da Estética da Mercadoria. São Paulo, Unesp, p.67).
Essa reflexão do pensador alemão e crítico da cultura contemporânea Wolfgang Fritz Haug tem sua melhor expressão no conceito de tecnocracia:
O pensamento político de Emile Durkheim, embora profundo e contundente, tende a ser negligenciado e suplantado pela proeminência de sua sociologia. Numa das pujantes análises sobre as relações políticas existentes em sua obra, ele assevera ser a tarefa do Estado transcender o “pensamento irrefletido da multidão”, isto é, “sobrepor a esse pensamento irrefletido, um pensamento mais meditado e, por força, diferente. É e deve ser, foco de representações novas originais, as quais devem pôr a sociedade em condições de conduzir-se com maior inteligência que quando é simplesmente movida por sentimentos obscuros, a agir dentro dela” (DURKHEIM, Emile (1983)Lições de Sociologia . São Paulo, Edusp, p.84).
Nessa esteira, o papel do governo, segundo ele, deve ser o de:
No seu consagrado estudo Etapas do Pensamento Sociológico, Raymond Aron, detendo-se sobre a análise da tipologia weberiana das ações, destaca no interior desta, um tipo especial cuja característica é “ação ditada imediatamente pelo estado de consciência ou humor do sujeito” ARON, Raymond (2002)Etapas do Pensamento Sociológico . São Paulo, Martins Fontes. p. 728).
O fragmento se refere à ação denominada:
“Sistemas de ações, redes complexas de relações entre níveis e significados diversos da ação social. A identidade coletiva não é um dado ou uma essência, mas um produto de trocas, negociações, conflitos entre atores” (MELUCCI,Alberto (2001) A Invenção do Presente. Petrópolis, Vozes, p.23).
Essa caracterização de Alberto Melucci sobre a dinâmica de organização dos atores coletivos na época atual reflete a concepção de:
“O mundo em que vivemos não está sujeito ao rígido controle humano – a essência das ambições da esquerda e, poder-se-ia dizer, o pesadelo da direita. Quase ao contrário, é um mundo de perturbação e incerteza, um mundo descontrolado. E, o que perturbador, aquilo que deveria criar uma certeza cada vez maior – o avanço do conhecimento humano e a intervenção controlada na sociedade e na natureza – está na verdade profundamente envolvido com essa imprevisibilidade” (GIDDENS, A (1995) Para Além da Esquerda e da Direita. São Paulo, Unesp, pp. 11-12).
O nome dado pelo Sociólogo inglês Anthony Giddens
para esse estado de tensão permanente reinante nas
sociedades contemporâneas é o de:
“O desenvolvimento de um mercado mundial integrado resultou numa descartelização e desconcentração do capital, conforme visto pela perspectiva da nação-estado. A especialização flexível e as formas flexíveis de organização do trabalho substituem cada vez mais a produção em massa. A classe trabalhadora industrial de massa se contrai e se fragmenta, dando origem a um declínio da política de classe e à dissolução do sistema nacional corporativista de relações industriais. Uma classe de serviços separada, originalmente um efeito do capitalismo organizado, tornou-se, em seu desenvolvimento posterior, uma fonte de novos valores e novos movimentos sociais” (KUMAR, Krishan (2006) Da Sociedade Pós-industrial à Pós-moderna. Novas Teorias sobre o Mundo Contemporâneo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, p.86).
A descrição acima enquadra-se adequadamente no conceito de Capitalismo: