RONDÔNIA – UM ESTADO ATÍPICO
A não dependência direta do rio, mas, sim, da rodovia
BR-364 para sua sobrevivência, faz de Rondônia um Estado
atípico na Amazônia. Levando-se em conta sua formação,
oriundo de dois outros Estados (partes do Amazonas e do
Mato Grosso) e, além disso, única Unidade da Federação
fruto de um tratado internacional, o de Petrópolis – que
permitiu ao Brasil ficar com as terras do Acre em troca da
construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré,
somando-se ao fato de ter sido antes Território Federal,
faz com que Rondônia seja em realidade um Estado
diferente em relação ao próprio país.
Porta de entrada da Amazônia brasileira pela BR-364, a
formação do povo rondoniense é outro diferencial: o
Estado foi sendo constituído em ciclos econômicos. Na
época da construção da Estrada de Ferro MadeiraMamoré, trabalhadores de dezenas de lugares vieram
trabalhar na obra e muitos deles, depois da estrada
pronta, ficaram por essas terras. Nesse período, acontecia
a corrida pelo “ouro negro”, a borracha. Vinham, então,
desde o final do século XIX, levas de nordestinos para os
seringais; depois o novo ciclo da borracha, na década de
40, quando a Amazônia abasteceu desse produto as tropas
Aliadas na II Guerra Mundial e mais milhares de
nordestinos, os “soldados da borracha”, foram chegando.
Em seguida, os ciclos de garimpagem de diamante, de
cassiterita e de ouro para, finalmente, entre as décadas de
60 à metade da de 80, ter ocorrido a maior corrida de
famílias de todos Estados brasileiros em busca do novo
Eldorado, as férteis terras de Rondônia.
Quatro estágios marcam sua História: o da MadeiraMamoré (1912/1972), o do Território (1943/1981) do
Guaporé (em 1956 Rondônia), o da abertura da rodovia
BR-364 (1961) – no traçado da linha telegráfica implantada
pelo Marechal Cândido Rondon e o Estado, criado a 22 de
dezembro de 1981 pela Lei Complementar 41 assinada
pelo presidente João Figueiredo.
In: http://www.rondonia.ro.gov.br/diof/sobre/historia/
(adaptado para fins pedagógicos). Acessado em junho de 2019.