“Dois dos regimes mais abomináveis da história da
humanidade chegaram ao poder no século XX, e
ambos se estabeleceram com base na violação e no
esfacelamento da verdade, cientes de que o cinismo,
o cansaço e o medo podem tornar as pessoas
suscetíveis a mentiras e falsas promessas de líderes
determinados a alcançar o poder incondicional.
Como Hannah Arendt escreveu em seu livro de 1951,
Origens do totalitarismo: 'O súdito ideal do governo
totalitário não é o nazista convicto nem o comunista
convicto, mas aquele para quem já não existe a
diferença entre o fato e a ficção (isto é, a realidade da
experiência) e a diferença entre o verdadeiro e o falso
(isto é, os critérios do pensamento)'.
A partir da filosofia de Hannah Arendt e a analítica do
poder de Michel Foucault, a não distinção entre o fato
e a ficção, entre o verdadeiro e o falso, são
estratégias das relações de poder que permitem: