Questões de Concurso Público Prefeitura de Potiraguá - BA 2024 para Auxiliar de Classe

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Q3167589 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
O Coronel estava, no texto, relatando a sua luta com o lobisomem. Assinale a alternativa que apresenta o que ele procura salientar:
Alternativas
Q3167590 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Nas alternativas abaixo, indique a única passagem que não justifica o que se afirmou no item anterior:
Alternativas
Q3167591 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Observe que o Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, o narrador, ora emprega a 1ª pessoa gramatical (Liberei de novo mão de pilão...), ora se refere ao coronel como a uma 3ª pessoa (a primeira braçadeira largada pelo coronel...). Assinale a alternativa que justifica tal atitude:
Alternativas
Q3167592 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Nas alternativas abaixo assinale V ou F conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações de em conformidade com o trecho a seguir. Durante a abriga, a escuridão era total como provam as passagens:

( )...”vadiagem das trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas.”
( )...”escutei, vinda de longe, saída das trevas profundas, uma vozinha implorar...”
( )“Na lua que vem tiro meu tempo de penitência...”
( )“E toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença.”
( )“A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes.”

Nessas condições, identifique a alternativa correta:
Alternativas
Q3167593 Português
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo:

I - De repente, deu-lhe um livro para ________ler.
II – Ele trouxe um presente para ________.
III – Nada mais há entre _______e você.
IV – Sempre houve problemas entre ______e ti.
V - José, espera, vou ________.

Nessas condições, identifique a alternativa correta:
Alternativas
Q3167594 Português
Nas alternativas abaixo, indique aquela em que contenha erro no emprego do pronome demonstrativo:
Alternativas
Q3167595 Português
Analise as orações a seguir e indique a opção que o período é composto por subordinação:
Alternativas
Q3167596 Português
Analise as frases a seguir:

I – O bom de tudo isso é que ele se regenerou.
II – O engraçado desse fato é que ele nem percebeu que cometera uma gafe.
III – Essa história é muito engraçada.
IV – “A vida é combate que os fortes abate”. (Gonçalves Dias)
V – Eram pessoas extremamente fortes.

Indique a alternativa em que nas frases o adjetivo aparece substantivado:
Alternativas
Q3167597 Português
Identifique a alternativa em que o verbo destacado não está na voz reflexiva:
Alternativas
Q3167598 Português
Considere as orações e analise o que se pede a seguir:

I – Os livros foram lidos pelos alunos.
II – Abrir-se-ão novos cursos naquela faculdade.
III – Errando, prejudicamo-nos a nós mesmos.

Os termos em negrito estão respectivamente apresentados:
Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: A
4: B
5: C
6: D
7: D
8: E
9: D
10: D