Questões de Concurso Público IBGE 2021 para Supervisor de Pesquisas - Suporte Gerencial

Foram encontradas 15 questões

Q1738485 Português

Para responder a questão, considere o texto abaixo.


A roda dos não ausentes


O nada e o não,

ausência alguma,

borda em mim o empecilho.

Há tempos treino

o equilíbrio sobre

esse alquebrado corpo,

e, se inteira fui,

cada pedaço que guardo de mim

tem na memória o anelar

de outros pedaços.

E da história que me resta

estilhaçados sons esculpem

partes de uma música inteira.

Traço então a nossa roda gira-gira

em que os de ontem, os de hoje,

e os de amanhã se reconhecem

nos pedaços uns dos outros.

Inteiros. 


(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

No primeiro verso, os vocábulos “nada” e “não” apresentam a ideia de negação. Considerando-se o contexto, morfologicamente, devem ser classificados como:
Alternativas
Q1749643 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
O trecho apresenta traços das relações familiares do protagonista Gregor com certa centralidade na questão financeira. A partir de sua leitura atenta, pode-se concluir que:
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Q1749644 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
A sequência lógica entre os parágrafos pode ser estabelecida através de elementos de coesão. No início do segundo e do terceiro parágrafos, a classe gramatical responsável por construir a relação de sentido com os parágrafos que antecedem cada um deles foi predominantemente:
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Q1749645 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Na frase “Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal” (1º§), ocorrem dois pronomes. Sobre eles, é correto afirmar que:
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Q1749646 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
No final do primeiro parágrafo, nota-se o emprego recorrente de um tempo verbal. Seu uso, nesse trecho, remete a ações:
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Q1749647 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Na passagem “À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram” (1º§), o vocábulo em destaque poderia ser substituído pelo seguinte sinônimo:
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Q1749648 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
O pronome destacado, em “a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital” (3º§), foi empregado em função:
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Q1749649 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Na passagem “De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai.” (3º§), ao se observar o emprego das vírgulas antes e depois da expressão em destaque, conclui-se que foram usadas para:
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Q1749650 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
No segundo parágrafo, a construção “agora inúteis” intercala a oração em que está inserida apresentando ao leitor, de forma abrupta, uma informação. A escolha dessa construção por parte do autor enfatiza a:
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Q1749651 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Em “Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender” (3º§), a repetição do conectivo indicado contribui para a sequência lógica do trecho em questão, apresentando um sentido de:
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Q1749652 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Considerando o modo como as ideias foram estruturadas no texto, pode-se compreender como os fatos são apresentados ao leitor através do narrador. Nota-se uma sequência na qual:
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Q1749653 Português
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.

    Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 

    Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. 

    Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.

(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Em “colado à porta” (2º§), o acento grave é empregado de modo correto. Analise, atentamente, as frases abaixo e assinale a única que também está de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q1749654 Português

Para responder a questão, considere o texto abaixo.


A roda dos não ausentes


O nada e o não,

ausência alguma,

borda em mim o empecilho.

Há tempos treino

o equilíbrio sobre

esse alquebrado corpo,

e, se inteira fui,

cada pedaço que guardo de mim

tem na memória o anelar

de outros pedaços.

E da história que me resta

estilhaçados sons esculpem

partes de uma música inteira.

Traço então a nossa roda gira-gira

em que os de ontem, os de hoje,

e os de amanhã se reconhecem

nos pedaços uns dos outros.

Inteiros. 


(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

O poema de Conceição Evaristo aborda uma importante relação com o tempo. No título, há uma locução adjetiva caracterizando o substantivo “roda”. A partir de uma leitura atenta do poema, pode-se concluir que essa locução:
Alternativas
Q1749656 Português

Para responder a questão, considere o texto abaixo.


A roda dos não ausentes


O nada e o não,

ausência alguma,

borda em mim o empecilho.

Há tempos treino

o equilíbrio sobre

esse alquebrado corpo,

e, se inteira fui,

cada pedaço que guardo de mim

tem na memória o anelar

de outros pedaços.

E da história que me resta

estilhaçados sons esculpem

partes de uma música inteira.

Traço então a nossa roda gira-gira

em que os de ontem, os de hoje,

e os de amanhã se reconhecem

nos pedaços uns dos outros.

Inteiros. 


(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

Considere o verso “e os de amanhã se reconhecem” (v.16) e o contexto em que está inserido. A construção em destaque ilustra:
Alternativas
Q1749657 Português

Para responder a questão, considere o texto abaixo.


A roda dos não ausentes


O nada e o não,

ausência alguma,

borda em mim o empecilho.

Há tempos treino

o equilíbrio sobre

esse alquebrado corpo,

e, se inteira fui,

cada pedaço que guardo de mim

tem na memória o anelar

de outros pedaços.

E da história que me resta

estilhaçados sons esculpem

partes de uma música inteira.

Traço então a nossa roda gira-gira

em que os de ontem, os de hoje,

e os de amanhã se reconhecem

nos pedaços uns dos outros.

Inteiros. 


(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

No verso “ tempos treino/ o equilíbrio sobre” (v.4/v.5), destacam-se dois verbos. Ao analisá-los com atenção, é correto afirmar que:
Alternativas
Respostas
1: A
2: B
3: B
4: C
5: D
6: D
7: A
8: B
9: C
10: D
11: D
12: B
13: A
14: B
15: D