Virtudes da Preguiça (por Catherine Halpern)
A questão do lugar do trabalho na sociedade é
hoje mais viva do que nunca. O desenvolvimento das
tecnologias permitiu um aumento significativo da
produtividade e aliviou os homens de muitas tarefas
ingratas. Entretanto, o trabalho ainda ocupa um lugar
muito importante em nossas vidas.
Embora seja ainda sobre ele que repousa a
distribuição da riqueza, esta não é igualmente
distribuída. Uma parte da população se encontra
excluída e sofre tanto pelas condições materiais à que
está reduzida como pela forma como é vista.
Para o economista Jeremy Rifkin, cujo livro The End of
Labor (O fim do Trabalho,1996) suscita um amplo
debate, o trabalho está em um inexorável declínio. Por
causa da automatização e da informatização, uma grande
parte dos empregos em todos os setores de atividade está
prestes a desaparecer e inutilizar grande parte da
população trabalhadora ativa.
Diante desse problema social, o autor defende a
redução do tempo de trabalho, de repensar a
distribuição da riqueza de uma outra maneira que não
seja baseada na produção e de desenvolver ainda mais
o que chama de "terceiro setor", ou seja, a economia
social e a esfera associativa que trabalham para o bemestar do outro. [...] A vida humana não se resume à
produção.
(Texto adaptado para este concurso- tradução nossa. O texto original em
Siences humaines, Mensal N° 196 - agosto-setembro de 2008, está
disponível em https://www.scienceshumaines.com/des-vertus-de-laparesse_fr_22454.html acesso em 22 jan-24)