Sentia falta de Tebas e, embora a cidade nova abrigasse
tantas maravilhas, queria voltar pra casa, sentir o vento morno do
deserto, que sopra sobre a cidade. Sentia falta da orientação
tranquila de Suten-Anu, que sempre lhe passava firmeza em suas
decisões. Sentia falta até da hostilidade com a qual havia crescido,
por lhe ser familiar, o que significava que as pessoas notavam sua
presença. Mas, mais que tudo, fazia-lhe falta até a ignorância que
tinha quando ainda em Tebas, sua crença de que alguém como Shabaka pudesse sentir-se atraído por ela, pudesse querer dela,
possivelmente o mesmo que ela ansiava por ele...
Entretanto, com o desenrolar dos acontecimentos, pouco
antes da data de voltar pra casa, o faraó insistiu que ficasse até os
culpados serem encontrados.
Respirou fundo e olhou o jardim à sua volta. Havia um
perfume exótico no ar, mas não sabia de onde provinha.
Embora tivesse sempre apreciado a solidão, pela primeira vez
sentiu-se completamente sozinha.
(BURNS, Nataniel. Princesa do Egito – Um Mistério no Antigo Egito. Babelcube
Inc. 2015)