Questões de Concurso Público Prefeitura de São José do Cerrito - SC 2017 para Médico - Posto de Saúde
Foram encontradas 30 questões
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Provas:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Bioquímico Farmacêutico
|
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q772920
Matemática Financeira
A taxa de juros de 5,5% ao trimestre tem qual taxa
equivalente anual no regime de juros simples?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775994
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Todas as alternativas a seguir podem ser confirmadas
pelo texto, EXCETO uma. Assinale-a.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775995
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Analise as proposições sobre os recursos de
construção do texto. Em seguida, assinale a alternativa
que contenha a análise correta sobre as mesmas.
I. Houve omissão de uma palavra no trecho: “Isso quer
dizer que, antes que haja mudança de uma forma a
outra, há um período de variação, quando as duas
(ou mais) _____ ocorrem.” A palavra omitida no
texto, e que completa corretamente a lacuna, é
variações.
II. A palavra “eventualmente”, destacada no texto, foi
empregada para passar a ideia de que os testes são
feitos de modo casual.
III. O termo “idiossincrasia”, destacado no texto,
significa extravagância.
IV. Os parênteses são utilizados pelo autor para
introduzir comentários e esclarecimentos.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775996
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Sobre alguns dos verbos dos três últimos parágrafos do
texto, são apresentadas análises nas alternativas que
seguem. Marque a única INCORRETA.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775997
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
É possível extrair algumas conclusões a partir do que
informa o texto. Assinale a alternativa que contêm uma
conclusão que pode ser efetivamente confirmada pelo
texto.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775998
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Assinale a alternativa que contenha as palavras que
completem corretamente os espaços, de acordo com o
sentido que devem imprimir em cada frase.
Para _____, é muito difícil falar sobre isso.
O homem tinha uma __________ quantia a ser paga a
seus credores.
Como era ________________, sabia que tinha muito a
aprender.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q775999
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Analise as proposições a seguir sobre a pontuação do
seguinte trecho:
Curiosamente, uma das formas de manifestar
chateação, com perdão da expressão, é “p*** que o
pariu”! Aqui, o pronome oblíquo aparece! Entretanto,
ninguém vai dizer que esse é um argumento para
sustentar que o pronome oblíquo está vivo. Se disser...
I. A primeira vírgula é opcional, ou seja, sua presença
é apenas um recurso de entonação.
II. A segunda e a terceira vírgula estão isolando uma
oração explicativa.
III. As aspas foram empregadas para indicar que a
expressão é própria da linguagem verbal.
IV. O segundo ponto de exclamação que aparece no
trecho foi empregado para indicar espanto.
Agora assinale a alternativa que contenha análise
correta sobre as proposições.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776000
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Observe o emprego do sinal de crase nesse trecho:
“Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança”. Agora assinale a única
alternativa INCORRETA quanto ao emprego desse
sinal.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776001
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Assinale a resposta correta sobre o resultado da
combinação dos verbos com os pronomes: fizeram + a;
fez + o; mostramos + nos; fizemos + lhes.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776002
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Assinale a alternativa em que a flexão nominal esteja
correta.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776003
Português
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de:
Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que
interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que
lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da
mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado
sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer
que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um
período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem –
inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos
poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos;
depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para
verificar se um caso de variação é ou não candidato à
mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando
qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos
mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou
dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso
que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é
um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição,
tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes
mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo
menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos.
Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do
plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante
informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer
“desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer
dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em
algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito
formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a
forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é
um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em
lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para
fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta:
só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é
uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer
tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a
tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em
cartazes de torcedores em estádios de futebol,
especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por
nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A
forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda
muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga,
traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis
respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula
inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do
plural não desapareceu, seria necessário que seu uso
fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também
gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis,
Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero
que nenhum colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma
natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em
português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele
o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais
objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os
alunos começam a empregá-las depois de alguns anos,
um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de
que cabem em textos mais monitorados. Mas essas
formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo
raras também na fala de pessoas cultas, como as que
aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação,
com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o
pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer
que esse é um argumento para sustentar que o pronome
oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Observe as duas construções a seguir, com atenção à
colocação do pronome oblíquo:
I. “Para que se possa sustentar que a segunda pessoa
do plural não desapareceu [...]”.
II. “Se há um fato consensual em português (do Brasil)
é que não se diz naturalmente [...]”.
Agora considere as alternativas e marque a que
contenha análise correta.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776005
Matemática Financeira
Leia as frases abaixo sobre Análise de Investimentos:
I. A taxa interna de retorno faz o valor presente líquido
ser igual a zero.
II. Sempre que a taxa interna de retorno for maior que
zero o investimento deve ser aceito.
III. Quando o valor presente líquido for menor que zero
o investimento não é viável.
IV. Quando o valor presente líquido for menor que zero
a taxa interna de retorno será maior que zero.
A sequência correta é:
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776006
Matemática Financeira
Uma aplicação financeira de $ 1.200,00 é feita no
regime dos juros compostos com taxa de 2% ao mês
durante 5 meses. Qual seria o valor do montante obtido
ao final do período?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776007
Matemática
Um empréstimo de $ 9.000,00 será pago em 3 parcelas
trimestrais a taxa de juros compostos de 3% ao
trimestre. Determine o valor das parcelas, sabendo-se
que elas serão uniformes e de forma postecipada.
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776008
Matemática Financeira
Qual é a taxa semestral equivalente a 3% ao mês no
regime dos juros compostos?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776009
Matemática
Qual é a taxa de juro real anual para 16% ao ano com
uma inflação de 6% no mesmo período?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776010
Matemática
Um produto era anunciado com o preço de $ 1500,00 e
sofreu dois reajustes consecutivos de 5% e outro de
6%. Qual é o novo preço deste produto?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776011
Matemática
Se 16 costureiras conseguem fazer 960 camisas em 12
dias de trabalho, determine em quantos dias 12
costureiras poderão fazer 600 camisas do mesmo tipo
que as primeiras?
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776012
Noções de Informática
No Microsoft Windows 8, o atalho de teclado a ser
utilizado para abrir automaticamente o gerenciador de
arquivos é o:
Ano: 2017
Banca:
IESES
Órgão:
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Prova:
IESES - 2017 - Prefeitura de São José do Cerrito - SC - Médico - Posto de Saúde |
Q776013
Noções de Informática
No pacote de aplicativos do Microsoft Office, o
programa destinado à criação e manipulação de
planilhas eletrônicas é o: