Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas
manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia
inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente
andavam pouco, mas como haviam repousado bastante
na areia do rio seco, a viagem progredira bem três
léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A
folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos
galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá,
devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado
no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio,
cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia
presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro.
O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os
juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O
menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
(Ramos, G. Vidas secas.
http://www.portalentretextos.com.br/download/livrosonline/vidas_secas.pdf) Dentro do movimento modernista brasileiro, onde se
encaixa o trecho acima, do livro Vidas secas, de
Graciliano Ramos?