Questões de Concurso Público IF-ES 2024 para Professor EBTT - História
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Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.102.
O trecho foi extraído do texto de Marcos Napolitano, pelo qual objetiva apontar aos pesquisadores e aos professores de História sobre como lidar com os temas do negacionismo e do revisionismo histórico. A esse respeito, julgue as afirmativas que fazem parte da argumentação do autor:
I. O revisionismo pode ser compreendido como um processo de revisão do conhecimento factual das interpretações historiográficas dominantes, com base em novas questões teóricas, novas hipóteses, novos métodos de análise e novas fontes primárias. Esse é o oxigênio da área de História, mesmo quando remexe em passados sensíveis e explicações aceitas.
II. O revisionismo deve ser encarado como um legítimo e necessário trabalho da historiografia. Portanto, antepõe-se ao negacionismo, que se trata da negação de um processo, evento ou fato histórico estabelecido pela comunidade de historiadores como efetivamente ocorrido no passado, em que pesem várias possibilidades de interpretação validadas pelo debate historiográfico.
III. O revisionismo histórico é, em si, um revisionismo de matriz ideológica, pois parte da premissa de que o pesquisador e professor de história não são emissores de opiniões vazias. Dessa forma, a seletividade intencional das fontes primárias e a construção de hipóteses constituem bons mecanismos de reivindicação do reconhecimento de procedimentos metodológicos por parte do revisionismo histórico.
IV. Estão entre as principais armadilhas argumentativas dos negacionistas: defender a necessidade de outras versões sobre um evento histórico, denunciar a ausência de “prova” documental que “prove” que um crime ou violência foi cometido no passado; e tomar o fato reconhecido e chancelado pela pesquisa histórica como “interpretação”, defendendo seu método como “factual”.
Estão CORRETAS:
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime;
PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.107.
Marcos Napolitano compreende que o professor deve estar preparado para lidar com situações e argumentos negacionistas em sala de aula. De modo a enfrentar esse desafio, não cabe ao professor, na visão do autor:
Texto extraído de: JALES, Luanna. Visibilidade histórica para mulheres, negros e indígenas. In: PINSKY, Jaime;
PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p. 201.
O parágrafo acima do capítulo escrito pela historiadora Luanna Jales traduz seu diagnóstico quanto à forma como os grupos minoritários foram vistos por longo período por historiadores. Sobre essa questão, conforme o olhar da autora, julgue as afirmativas abaixo:
I. Os grupos minoritários (ou sub-representados) têm em comum o fato de, por longos períodos, não terem sido vistos como cidadãos ou terem sido considerados apenas cidadãos de segunda classe. Trata-se, hoje, de pessoas que raramente ocupam um número significativo de posições políticas, profissões consideradas de elite e protagonismo em peças publicitárias e produções midiáticas.
II. A visão de que apenas pessoas vitoriosas, de grandeza, de importância e de genialidade incomparável merecem ser estudadas na escola dificulta a percepção de que todos, independentemente de posição social e capacidade de liderança, podem ser agentes históricos e influenciar de alguma forma o meio em que vivem.
III. Estudar as minorias nas escolas deve ocorrer não apenas por uma questão de representatividade, mas porque elas são historicamente importantes. Por isso, é primordial identificar a força de atuação dos grupos minoritários dentro da história do país e mostrar que as minorias são mais do que ícones eleitos por essa ou aquela militância.
IV. É importante estudar as minorias de modo a reforçar o conhecimento das habilidades extraordinárias de personagens que emergiram de camadas sociais consideradas inferiores, possibilitando ao aluno compreender que personagens protagonistas emergem não apenas das camadas sociais mais abastadas.
Estão CORRETAS:
Texto de apoio: FUNARI, Pedro Paulo. Anacronismos e apropriações. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021.
( ) Alguns estudiosos utilizam-se do termo recepção para retratar a tomada de contato direta de algo antigo, por meio de simples reprodução (a exemplo de textos gregos antigos, que foram estudados e apreciados).
( ) O termo recepção acabaria sendo questionado e, em seu lugar, passou-se a preferir o termo apropriação, ou seja, tornar algo próprio, tomar algo para si mesmo. No caso da História, tornar próprio no presente algo do passado.
( ) O conceito de apropriação tem ganhado força frente ao de recepção por enfatizar que o “tornar próprio” parte sempre do presente e de quem se apropria de algo. A ênfase aqui sai do elemento do passado apropriado para o momento da apropriação.
( ) A História aprendida na escola se apropria do passado, fazendo uma releitura, tendo como objetivo os interesses dos Estados nacionais, o que impede que as reivindicações de movimentos sociais, trabalhadores e grupos étnicos sejam atendidas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo:
Texto de apoio: ACHIAMÉ, Fernando A.M. O Espírito Santo na Era Vargas (1930-1937): Elites políticas e reformismo autoritário. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.