Questões de Concurso Público IF-MT 2024 para Bibliotecário - Documentalista
Foram encontradas 2 questões
O texto | serve de base para as questões de 1 a 5.
TEXTO |
Um homem de consciência
Chamava-se Jodo Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos queriam: mudar-se para terra melhor. Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.
— Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons — agora só um, e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...
João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
— E isso! — Deliberou lá por dentro. — Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então eu arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada... .
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. E o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas.
Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e partiu.
Antes de deixar a cidade, foi visto por um amigo madrugador.
— Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
— E Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
— Mas como? Agora que você está delegado?
— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. sumiu.
LOBATO, Monteiro. Cidades Mortas.12. ed. São Paulo: Editora Brasiliense,1965.
“Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos queriam: mudar-se para terra melhor.” No excerto acima, Monteiro Lobato realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, com o uso de advérbios para estabelecer a relação entre as frases, dando a elas um sentido de:
O texto Il serve de base para as questões 6 e 7.
TEXTO Il
A professora passou uma lição de casa: fazer uma redação sobre o tema “Mãe só tem uma”.
No dia seguinte, cada aluno leu sua redação. Todos dizendo mais ou menos as mesmas coisas: a mãe nos amamenta, é carinhosa conosco, é a rosa mais linda de nosso jardim etc. etc. etc. Portanto, mãe só tem uma [...].
Aí chegou a vez de o Juquinha ler sua redação: “Domingo foi visita lá em casa. As visitas ficavam na sala. Elas foram ficando com sede e minha mãe pediu para mim ir buscar coca-cola na cozinha. Eu abri a geladeira e vi que só tinha uma coca-cola. Então gritei para minha mãe: MÃE, SÓ TEM UMA!
Disponível em: https://clubinho.xalingo.com.br/piadas/mae-so-tem-uma. Acesso em: 7 fev. 2024.
O efeito de humor desse texto baseia-se na possibilidade de interpretarmos, de forma distinta, as seguintes expressões:
I- “Mãe só tem uma”; e
II - “Mãe, só tem uma”.
Com base nisso, só não é correto afirmar que: