Questões de Concurso Público IF-PE 2013 para Administrador

Foram encontradas 40 questões

Q422987 Português

TEXTO 1

Uma questão de bom senso
Ferreira Gullar 


      Falando francamente, o que você prefere, a segurança ou a insegurança, o previsível ou o imprevisível? Em suma, quer acordar de manhã certo de que as coisas vão caminhar normalmente ou prefere estremecer ao pensar no que fará, neste dia, o seu filho drogado?
      Acho muito difícil que alguém prefira viver no desespero, temendo o que pode ocorrer nesse dia que começa. Estou certo de que todo mundo quer viver tranquilo, certo de que as coisas vão transcorrer dentro do previsível.
      Mas quem se droga comporta-se, inevitavelmente, fora do previsível, ou não é? Já imaginou aapreensão em que vivem os pais de um filho drogado? Começa que ele já não vai à escola e, se vai,arma sempre alguma encrenca por lá. Se já trabalha, abandona o emprego e começa a roubar o dinheiro da família para comprar drogas.
      Se isso se torna inviável, entra para o tráfico, passa a vender drogas ou torna-se assaltante,porque tem de conseguir dinheiro para comprá-las, seja de que modo for. Daí a pouco, não apenasassalta e rouba como também mata. Os pais já não reconhecem nele o filho que criaram com tanto carinho. Pelo contrário, o temem, porque, drogado, ele é capaz de tudo.
      E mesmo assim há quem seja a favor da liberação das drogas. Conheço muito bem o argumento que usam para justificá-la: como a repressão não acabou com o tráfico e o consumo, a liberação pode ser a solução do problema. Um argumento simplista, que não se sustenta, pois é omesmo que propor o fim da repressão à criminalidade em geral. O argumento seria o mesmo: porque insistir em combater o crime, se isso se faz há séculos e não se acabou com ele?
      Fora isso, pergunto: se não é proibida a venda de cigarros e bebidas, por que há tráfico dessas mercadorias? E pedras preciosas, é proibido vendê-las? Não e, no entanto, existe tráfico de pedraspreciosas. E ainda assim os defensores da liberação das drogas acham que com isso acabariam como problema. Claro, Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS,ICMS e tudo o mais. Esse pessoal parece estar de gozação.
      Todo mundo sabe que, dos que se viciam em drogas, poucos conseguem largar o vício. E, se largam, é por entender que estavam sendo destruídos por ele, uma vez que perdem toda e qualquer capacidade de refletir e escolher; são verdadeiros robôs que a droga monitora.
      Qual a saída, então? No meu modo de ver, a saída é uma campanha educativa, em larga escala, em âmbito nacional e internacional, para mostrar às crianças e aos adolescentes que as drogas só destroem as pessoas.
      E isso não é difícil de demonstrar porque os exemplos estão aí aos milhares e à vista de quem quiser ver. Os traficantes sabem muito bem disso, tanto que hoje têm agentes dentro das escolas para aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
      Confesso que tenho dificuldade de entender a tese da descriminalização das drogas. Todas as semanas, a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos,toneladas de maconha e de cocaína. É preciso muitos drogados para consumir essa quantidade de drogas.
      Junto às drogas, apreendem, muitas vezes, verdadeiros arsenais de armas modernas de grosso calibre. É preciso muito dinheiro e muita gente envolvida para que o tráfico tenha alcançado talamplitude e tal nível de eficiência. Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal? Sem falar nos novos tipos sofisticados de cocaína e maconha, que estão diversificando o mercado.
      A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas. Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra. Se sereduzir o número de consumidores, o tráfico se reduzirá inevitavelmente. E a maneira de fazer isso é esclarecer os jovens do desastre que elas significam.
      O resultado maior não será junto aos viciados crônicos, que tampouco devem ser abandonados à sua má sorte. Virá certamente do esclarecimento dos mais jovens, dos que ainda nãoforam cooptados pelo vício. A eles deve ser mostrado que as drogas destroem inevitavelmente os que a elas se entregam.


Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de “Ilustrada”.
FERREIRA GULLAR, J. Ribamar. Folha de S.Paulo.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/08/1321441-uma-questao-de-bom-senso.shtml.Acesso em 11/08/13. Adaptado.


Com base na leitura global do Texto 1, é possível inseri-lo no âmbito das discussões acerca do uso de drogas. Dentro dessa temática mais ampla, no entanto, o autor levanta uma questão particular sobre a qual discorre e opina, a saber:
Alternativas
Q422988 Português

TEXTO 1

Uma questão de bom senso
Ferreira Gullar 


      Falando francamente, o que você prefere, a segurança ou a insegurança, o previsível ou o imprevisível? Em suma, quer acordar de manhã certo de que as coisas vão caminhar normalmente ou prefere estremecer ao pensar no que fará, neste dia, o seu filho drogado?
      Acho muito difícil que alguém prefira viver no desespero, temendo o que pode ocorrer nesse dia que começa. Estou certo de que todo mundo quer viver tranquilo, certo de que as coisas vão transcorrer dentro do previsível.
      Mas quem se droga comporta-se, inevitavelmente, fora do previsível, ou não é? Já imaginou aapreensão em que vivem os pais de um filho drogado? Começa que ele já não vai à escola e, se vai,arma sempre alguma encrenca por lá. Se já trabalha, abandona o emprego e começa a roubar o dinheiro da família para comprar drogas.
      Se isso se torna inviável, entra para o tráfico, passa a vender drogas ou torna-se assaltante,porque tem de conseguir dinheiro para comprá-las, seja de que modo for. Daí a pouco, não apenasassalta e rouba como também mata. Os pais já não reconhecem nele o filho que criaram com tanto carinho. Pelo contrário, o temem, porque, drogado, ele é capaz de tudo.
      E mesmo assim há quem seja a favor da liberação das drogas. Conheço muito bem o argumento que usam para justificá-la: como a repressão não acabou com o tráfico e o consumo, a liberação pode ser a solução do problema. Um argumento simplista, que não se sustenta, pois é omesmo que propor o fim da repressão à criminalidade em geral. O argumento seria o mesmo: porque insistir em combater o crime, se isso se faz há séculos e não se acabou com ele?
      Fora isso, pergunto: se não é proibida a venda de cigarros e bebidas, por que há tráfico dessas mercadorias? E pedras preciosas, é proibido vendê-las? Não e, no entanto, existe tráfico de pedraspreciosas. E ainda assim os defensores da liberação das drogas acham que com isso acabariam como problema. Claro, Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS,ICMS e tudo o mais. Esse pessoal parece estar de gozação.
      Todo mundo sabe que, dos que se viciam em drogas, poucos conseguem largar o vício. E, se largam, é por entender que estavam sendo destruídos por ele, uma vez que perdem toda e qualquer capacidade de refletir e escolher; são verdadeiros robôs que a droga monitora.
      Qual a saída, então? No meu modo de ver, a saída é uma campanha educativa, em larga escala, em âmbito nacional e internacional, para mostrar às crianças e aos adolescentes que as drogas só destroem as pessoas.
      E isso não é difícil de demonstrar porque os exemplos estão aí aos milhares e à vista de quem quiser ver. Os traficantes sabem muito bem disso, tanto que hoje têm agentes dentro das escolas para aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
      Confesso que tenho dificuldade de entender a tese da descriminalização das drogas. Todas as semanas, a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos,toneladas de maconha e de cocaína. É preciso muitos drogados para consumir essa quantidade de drogas.
      Junto às drogas, apreendem, muitas vezes, verdadeiros arsenais de armas modernas de grosso calibre. É preciso muito dinheiro e muita gente envolvida para que o tráfico tenha alcançado talamplitude e tal nível de eficiência. Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal? Sem falar nos novos tipos sofisticados de cocaína e maconha, que estão diversificando o mercado.
      A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas. Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra. Se sereduzir o número de consumidores, o tráfico se reduzirá inevitavelmente. E a maneira de fazer isso é esclarecer os jovens do desastre que elas significam.
      O resultado maior não será junto aos viciados crônicos, que tampouco devem ser abandonados à sua má sorte. Virá certamente do esclarecimento dos mais jovens, dos que ainda nãoforam cooptados pelo vício. A eles deve ser mostrado que as drogas destroem inevitavelmente os que a elas se entregam.


Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de “Ilustrada”.
FERREIRA GULLAR, J. Ribamar. Folha de S.Paulo.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/08/1321441-uma-questao-de-bom-senso.shtml.Acesso em 11/08/13. Adaptado.


O texto “Uma questão de bom senso” é um artigo de opinião. Nele, Ferreira Gullar expressa o seu ponto de vista sobre a questão levantada e argumenta em defesa da tese de que
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Q422989 Português

TEXTO 1

Uma questão de bom senso
Ferreira Gullar 


      Falando francamente, o que você prefere, a segurança ou a insegurança, o previsível ou o imprevisível? Em suma, quer acordar de manhã certo de que as coisas vão caminhar normalmente ou prefere estremecer ao pensar no que fará, neste dia, o seu filho drogado?
      Acho muito difícil que alguém prefira viver no desespero, temendo o que pode ocorrer nesse dia que começa. Estou certo de que todo mundo quer viver tranquilo, certo de que as coisas vão transcorrer dentro do previsível.
      Mas quem se droga comporta-se, inevitavelmente, fora do previsível, ou não é? Já imaginou aapreensão em que vivem os pais de um filho drogado? Começa que ele já não vai à escola e, se vai,arma sempre alguma encrenca por lá. Se já trabalha, abandona o emprego e começa a roubar o dinheiro da família para comprar drogas.
      Se isso se torna inviável, entra para o tráfico, passa a vender drogas ou torna-se assaltante,porque tem de conseguir dinheiro para comprá-las, seja de que modo for. Daí a pouco, não apenasassalta e rouba como também mata. Os pais já não reconhecem nele o filho que criaram com tanto carinho. Pelo contrário, o temem, porque, drogado, ele é capaz de tudo.
      E mesmo assim há quem seja a favor da liberação das drogas. Conheço muito bem o argumento que usam para justificá-la: como a repressão não acabou com o tráfico e o consumo, a liberação pode ser a solução do problema. Um argumento simplista, que não se sustenta, pois é omesmo que propor o fim da repressão à criminalidade em geral. O argumento seria o mesmo: porque insistir em combater o crime, se isso se faz há séculos e não se acabou com ele?
      Fora isso, pergunto: se não é proibida a venda de cigarros e bebidas, por que há tráfico dessas mercadorias? E pedras preciosas, é proibido vendê-las? Não e, no entanto, existe tráfico de pedraspreciosas. E ainda assim os defensores da liberação das drogas acham que com isso acabariam como problema. Claro, Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS,ICMS e tudo o mais. Esse pessoal parece estar de gozação.
      Todo mundo sabe que, dos que se viciam em drogas, poucos conseguem largar o vício. E, se largam, é por entender que estavam sendo destruídos por ele, uma vez que perdem toda e qualquer capacidade de refletir e escolher; são verdadeiros robôs que a droga monitora.
      Qual a saída, então? No meu modo de ver, a saída é uma campanha educativa, em larga escala, em âmbito nacional e internacional, para mostrar às crianças e aos adolescentes que as drogas só destroem as pessoas.
      E isso não é difícil de demonstrar porque os exemplos estão aí aos milhares e à vista de quem quiser ver. Os traficantes sabem muito bem disso, tanto que hoje têm agentes dentro das escolas para aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
      Confesso que tenho dificuldade de entender a tese da descriminalização das drogas. Todas as semanas, a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos,toneladas de maconha e de cocaína. É preciso muitos drogados para consumir essa quantidade de drogas.
      Junto às drogas, apreendem, muitas vezes, verdadeiros arsenais de armas modernas de grosso calibre. É preciso muito dinheiro e muita gente envolvida para que o tráfico tenha alcançado talamplitude e tal nível de eficiência. Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal? Sem falar nos novos tipos sofisticados de cocaína e maconha, que estão diversificando o mercado.
      A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas. Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra. Se sereduzir o número de consumidores, o tráfico se reduzirá inevitavelmente. E a maneira de fazer isso é esclarecer os jovens do desastre que elas significam.
      O resultado maior não será junto aos viciados crônicos, que tampouco devem ser abandonados à sua má sorte. Virá certamente do esclarecimento dos mais jovens, dos que ainda nãoforam cooptados pelo vício. A eles deve ser mostrado que as drogas destroem inevitavelmente os que a elas se entregam.


Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de “Ilustrada”.
FERREIRA GULLAR, J. Ribamar. Folha de S.Paulo.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/08/1321441-uma-questao-de-bom-senso.shtml.Acesso em 11/08/13. Adaptado.


Esse diálogo inicial com o leitor é construído, principalmente, por meio de
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Q422990 Português

TEXTO 1

Uma questão de bom senso
Ferreira Gullar 


      Falando francamente, o que você prefere, a segurança ou a insegurança, o previsível ou o imprevisível? Em suma, quer acordar de manhã certo de que as coisas vão caminhar normalmente ou prefere estremecer ao pensar no que fará, neste dia, o seu filho drogado?
      Acho muito difícil que alguém prefira viver no desespero, temendo o que pode ocorrer nesse dia que começa. Estou certo de que todo mundo quer viver tranquilo, certo de que as coisas vão transcorrer dentro do previsível.
      Mas quem se droga comporta-se, inevitavelmente, fora do previsível, ou não é? Já imaginou aapreensão em que vivem os pais de um filho drogado? Começa que ele já não vai à escola e, se vai,arma sempre alguma encrenca por lá. Se já trabalha, abandona o emprego e começa a roubar o dinheiro da família para comprar drogas.
      Se isso se torna inviável, entra para o tráfico, passa a vender drogas ou torna-se assaltante,porque tem de conseguir dinheiro para comprá-las, seja de que modo for. Daí a pouco, não apenasassalta e rouba como também mata. Os pais já não reconhecem nele o filho que criaram com tanto carinho. Pelo contrário, o temem, porque, drogado, ele é capaz de tudo.
      E mesmo assim há quem seja a favor da liberação das drogas. Conheço muito bem o argumento que usam para justificá-la: como a repressão não acabou com o tráfico e o consumo, a liberação pode ser a solução do problema. Um argumento simplista, que não se sustenta, pois é omesmo que propor o fim da repressão à criminalidade em geral. O argumento seria o mesmo: porque insistir em combater o crime, se isso se faz há séculos e não se acabou com ele?
      Fora isso, pergunto: se não é proibida a venda de cigarros e bebidas, por que há tráfico dessas mercadorias? E pedras preciosas, é proibido vendê-las? Não e, no entanto, existe tráfico de pedraspreciosas. E ainda assim os defensores da liberação das drogas acham que com isso acabariam como problema. Claro, Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS,ICMS e tudo o mais. Esse pessoal parece estar de gozação.
      Todo mundo sabe que, dos que se viciam em drogas, poucos conseguem largar o vício. E, se largam, é por entender que estavam sendo destruídos por ele, uma vez que perdem toda e qualquer capacidade de refletir e escolher; são verdadeiros robôs que a droga monitora.
      Qual a saída, então? No meu modo de ver, a saída é uma campanha educativa, em larga escala, em âmbito nacional e internacional, para mostrar às crianças e aos adolescentes que as drogas só destroem as pessoas.
      E isso não é difícil de demonstrar porque os exemplos estão aí aos milhares e à vista de quem quiser ver. Os traficantes sabem muito bem disso, tanto que hoje têm agentes dentro das escolas para aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
      Confesso que tenho dificuldade de entender a tese da descriminalização das drogas. Todas as semanas, a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos,toneladas de maconha e de cocaína. É preciso muitos drogados para consumir essa quantidade de drogas.
      Junto às drogas, apreendem, muitas vezes, verdadeiros arsenais de armas modernas de grosso calibre. É preciso muito dinheiro e muita gente envolvida para que o tráfico tenha alcançado talamplitude e tal nível de eficiência. Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal? Sem falar nos novos tipos sofisticados de cocaína e maconha, que estão diversificando o mercado.
      A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas. Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra. Se sereduzir o número de consumidores, o tráfico se reduzirá inevitavelmente. E a maneira de fazer isso é esclarecer os jovens do desastre que elas significam.
      O resultado maior não será junto aos viciados crônicos, que tampouco devem ser abandonados à sua má sorte. Virá certamente do esclarecimento dos mais jovens, dos que ainda nãoforam cooptados pelo vício. A eles deve ser mostrado que as drogas destroem inevitavelmente os que a elas se entregam.


Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de “Ilustrada”.
FERREIRA GULLAR, J. Ribamar. Folha de S.Paulo.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/08/1321441-uma-questao-de-bom-senso.shtml.Acesso em 11/08/13. Adaptado.


Identifique, entre as estratégias discursivas listadas abaixo, aquelas utilizadas pelo autor na construção de sua argumentação.

I. Argumentos baseados no consenso, a exemplo de “Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra”.
II. O uso de citação para conferir autoridade ao texto, como em “a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos, toneladas de maconha e de cocaína”.
III. O emprego de perguntas retóricas, a exemplo de “Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal?”.
IV. A comprovação por números que falam por si mesmo, como em “A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas”.
V. A introdução, no corpo da argumentação, de uma ilustração hipotética, a exemplo de “Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS, ICMS e tudo o mais”.

Estão CORRETAS apenas as proposições presentes nos itens
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Q422991 Português

TEXTO 1

Uma questão de bom senso
Ferreira Gullar 


      Falando francamente, o que você prefere, a segurança ou a insegurança, o previsível ou o imprevisível? Em suma, quer acordar de manhã certo de que as coisas vão caminhar normalmente ou prefere estremecer ao pensar no que fará, neste dia, o seu filho drogado?
      Acho muito difícil que alguém prefira viver no desespero, temendo o que pode ocorrer nesse dia que começa. Estou certo de que todo mundo quer viver tranquilo, certo de que as coisas vão transcorrer dentro do previsível.
      Mas quem se droga comporta-se, inevitavelmente, fora do previsível, ou não é? Já imaginou aapreensão em que vivem os pais de um filho drogado? Começa que ele já não vai à escola e, se vai,arma sempre alguma encrenca por lá. Se já trabalha, abandona o emprego e começa a roubar o dinheiro da família para comprar drogas.
      Se isso se torna inviável, entra para o tráfico, passa a vender drogas ou torna-se assaltante,porque tem de conseguir dinheiro para comprá-las, seja de que modo for. Daí a pouco, não apenasassalta e rouba como também mata. Os pais já não reconhecem nele o filho que criaram com tanto carinho. Pelo contrário, o temem, porque, drogado, ele é capaz de tudo.
      E mesmo assim há quem seja a favor da liberação das drogas. Conheço muito bem o argumento que usam para justificá-la: como a repressão não acabou com o tráfico e o consumo, a liberação pode ser a solução do problema. Um argumento simplista, que não se sustenta, pois é omesmo que propor o fim da repressão à criminalidade em geral. O argumento seria o mesmo: porque insistir em combater o crime, se isso se faz há séculos e não se acabou com ele?
      Fora isso, pergunto: se não é proibida a venda de cigarros e bebidas, por que há tráfico dessas mercadorias? E pedras preciosas, é proibido vendê-las? Não e, no entanto, existe tráfico de pedraspreciosas. E ainda assim os defensores da liberação das drogas acham que com isso acabariam como problema. Claro, Fernandinho Beira-Mar certamente passaria a pagar imposto de renda, ISS,ICMS e tudo o mais. Esse pessoal parece estar de gozação.
      Todo mundo sabe que, dos que se viciam em drogas, poucos conseguem largar o vício. E, se largam, é por entender que estavam sendo destruídos por ele, uma vez que perdem toda e qualquer capacidade de refletir e escolher; são verdadeiros robôs que a droga monitora.
      Qual a saída, então? No meu modo de ver, a saída é uma campanha educativa, em larga escala, em âmbito nacional e internacional, para mostrar às crianças e aos adolescentes que as drogas só destroem as pessoas.
      E isso não é difícil de demonstrar porque os exemplos estão aí aos milhares e à vista de quem quiser ver. Os traficantes sabem muito bem disso, tanto que hoje têm agentes dentro das escolas para aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
      Confesso que tenho dificuldade de entender a tese da descriminalização das drogas. Todas as semanas, a polícia apreende, nas estradas, em casas de subúrbio, em armazéns clandestinos,toneladas de maconha e de cocaína. É preciso muitos drogados para consumir essa quantidade de drogas.
      Junto às drogas, apreendem, muitas vezes, verdadeiros arsenais de armas modernas de grosso calibre. É preciso muito dinheiro e muita gente envolvida para que o tráfico tenha alcançado talamplitude e tal nível de eficiência. Como acreditar que tudo isso desaparecerá, de repente, bastando tornar a venda de drogas comércio legal? Sem falar nos novos tipos sofisticados de cocaína e maconha, que estão diversificando o mercado.
      A verdade é que o tráfico existe e cresce porque cresce o número de pessoas que consomem drogas. Como se sabe, não pode haver produção e venda de mercadoria que ninguém compra. Se sereduzir o número de consumidores, o tráfico se reduzirá inevitavelmente. E a maneira de fazer isso é esclarecer os jovens do desastre que elas significam.
      O resultado maior não será junto aos viciados crônicos, que tampouco devem ser abandonados à sua má sorte. Virá certamente do esclarecimento dos mais jovens, dos que ainda nãoforam cooptados pelo vício. A eles deve ser mostrado que as drogas destroem inevitavelmente os que a elas se entregam.


Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de “Ilustrada”.
FERREIRA GULLAR, J. Ribamar. Folha de S.Paulo.Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/08/1321441-uma-questao-de-bom-senso.shtml.Acesso em 11/08/13. Adaptado.


Na conclusão, Gullar reitera a ideia de que a saída para o problema viria do trabalho junto aos mais jovens e não junto “aos viciados crônicos”. Para evitar um possível mal-entendido, faz uma ressalva marcada no texto pelo uso da palavra
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Q422992 Português
TEXTO 2

DINOS
Martha Medeiros

        É um mundo estranho este. De repente, começaram a ser apresentados fósseis de animais pré-históricos descobertos recentemente no estado. Parece até coisa de novela. Primeiro foram as ossadas encontradas em São Gabriel, agora as de Dona Francisca. E eu que achava que os nossos mais antigos ancestrais eram os açorianos. Pois soube agora que tivemos Tiarajudens e Decuriasuchus residentes. Tivemos, e ainda temos.
        Estou só esperando tocarem a campainha aqui de casa. Posso imaginar os paleontólogos entrando com suas escovinhas e pás, buscando embaixo do meu porcelanato algum resíduo de esqueleto. “Soubemos que dinossauros habitaram esse pedaço de chão milhões de anos atrás, exatamente aqui, onde a senhora vive.” E eu responderei muito circunspecta: “Habitaram, não. Habita ainda. Muito prazer”.
        Sou uma dinossaura gaúcha.
        Outro dia, num encontro entre amigas, me xingaram por não estar no Facebook. Em vez de uma liberdade de escolha, consideraram minha ausência uma afronta. Não estar no Facebook significa que você é uma esnobe com mania de ser diferente. Mas não é nada disso, tenho um bom argumento de defesa: é que me sinto obrigada a dar retorno a todos os contatos que recebo e, se entrar no Facebook, somando os e-mails que recebo (sim, e-mails – é condizente com minha espécie) não terei paz. Sou uma dinossaura. Relevem.
        Eu ainda uso aparelho celular com teclas. Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás, mas gosto do meu telefone simplificado, que só serve para fazer e receber chamadas e torpedos (eu ainda chamo de torpedo, e não de SMS). Não leio mensagens fora de casa. Dinossaura.
        Lembram quando comentei outro dia sobre a entrevista que fiz com a Patrícia Pillar? A revista que me contratou me ofereceu um gravador. Aceitei. E pedi: não esqueçam de mandar as fitas! É um mistério terem mantido a missão que me confiaram. Gravador digital era coisa que eu ainda não tinha manuseado. Poderia ter gravado a conversa pelo celular também. Mas vocês sabem: não se extraem os resíduos paleolíticos do DNA assim no mais.
        Outro dia contei pro escritor Fabrício Carpinejar que, quando estou no escuro do cinema, durante a projeção, costumo anotar nas folhas do talão de cheque as frases que me tocam durante o filme. Ele ficou bege. “Tu usa cheque???”.
        E ainda acredito no amor. Podem me empalhar.

                                       In: MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011. Adaptado.

Uma crônica caracteriza-se por observar e relatar fatos de sua época, a partir dos quais o autor desenvolve reflexões mais gerais sobre o tema associado a esses fatos. O ponto de partida da crônica de Martha Medeiros foi
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Q422993 Português
TEXTO 2

DINOS
Martha Medeiros

        É um mundo estranho este. De repente, começaram a ser apresentados fósseis de animais pré-históricos descobertos recentemente no estado. Parece até coisa de novela. Primeiro foram as ossadas encontradas em São Gabriel, agora as de Dona Francisca. E eu que achava que os nossos mais antigos ancestrais eram os açorianos. Pois soube agora que tivemos Tiarajudens e Decuriasuchus residentes. Tivemos, e ainda temos.
        Estou só esperando tocarem a campainha aqui de casa. Posso imaginar os paleontólogos entrando com suas escovinhas e pás, buscando embaixo do meu porcelanato algum resíduo de esqueleto. “Soubemos que dinossauros habitaram esse pedaço de chão milhões de anos atrás, exatamente aqui, onde a senhora vive.” E eu responderei muito circunspecta: “Habitaram, não. Habita ainda. Muito prazer”.
        Sou uma dinossaura gaúcha.
        Outro dia, num encontro entre amigas, me xingaram por não estar no Facebook. Em vez de uma liberdade de escolha, consideraram minha ausência uma afronta. Não estar no Facebook significa que você é uma esnobe com mania de ser diferente. Mas não é nada disso, tenho um bom argumento de defesa: é que me sinto obrigada a dar retorno a todos os contatos que recebo e, se entrar no Facebook, somando os e-mails que recebo (sim, e-mails – é condizente com minha espécie) não terei paz. Sou uma dinossaura. Relevem.
        Eu ainda uso aparelho celular com teclas. Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás, mas gosto do meu telefone simplificado, que só serve para fazer e receber chamadas e torpedos (eu ainda chamo de torpedo, e não de SMS). Não leio mensagens fora de casa. Dinossaura.
        Lembram quando comentei outro dia sobre a entrevista que fiz com a Patrícia Pillar? A revista que me contratou me ofereceu um gravador. Aceitei. E pedi: não esqueçam de mandar as fitas! É um mistério terem mantido a missão que me confiaram. Gravador digital era coisa que eu ainda não tinha manuseado. Poderia ter gravado a conversa pelo celular também. Mas vocês sabem: não se extraem os resíduos paleolíticos do DNA assim no mais.
        Outro dia contei pro escritor Fabrício Carpinejar que, quando estou no escuro do cinema, durante a projeção, costumo anotar nas folhas do talão de cheque as frases que me tocam durante o filme. Ele ficou bege. “Tu usa cheque???”.
        E ainda acredito no amor. Podem me empalhar.

                                       In: MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011. Adaptado.

A crônica Dinos aborda, como tema global,
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Q422994 Português
TEXTO 2

DINOS
Martha Medeiros

        É um mundo estranho este. De repente, começaram a ser apresentados fósseis de animais pré-históricos descobertos recentemente no estado. Parece até coisa de novela. Primeiro foram as ossadas encontradas em São Gabriel, agora as de Dona Francisca. E eu que achava que os nossos mais antigos ancestrais eram os açorianos. Pois soube agora que tivemos Tiarajudens e Decuriasuchus residentes. Tivemos, e ainda temos.
        Estou só esperando tocarem a campainha aqui de casa. Posso imaginar os paleontólogos entrando com suas escovinhas e pás, buscando embaixo do meu porcelanato algum resíduo de esqueleto. “Soubemos que dinossauros habitaram esse pedaço de chão milhões de anos atrás, exatamente aqui, onde a senhora vive.” E eu responderei muito circunspecta: “Habitaram, não. Habita ainda. Muito prazer”.
        Sou uma dinossaura gaúcha.
        Outro dia, num encontro entre amigas, me xingaram por não estar no Facebook. Em vez de uma liberdade de escolha, consideraram minha ausência uma afronta. Não estar no Facebook significa que você é uma esnobe com mania de ser diferente. Mas não é nada disso, tenho um bom argumento de defesa: é que me sinto obrigada a dar retorno a todos os contatos que recebo e, se entrar no Facebook, somando os e-mails que recebo (sim, e-mails – é condizente com minha espécie) não terei paz. Sou uma dinossaura. Relevem.
        Eu ainda uso aparelho celular com teclas. Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás, mas gosto do meu telefone simplificado, que só serve para fazer e receber chamadas e torpedos (eu ainda chamo de torpedo, e não de SMS). Não leio mensagens fora de casa. Dinossaura.
        Lembram quando comentei outro dia sobre a entrevista que fiz com a Patrícia Pillar? A revista que me contratou me ofereceu um gravador. Aceitei. E pedi: não esqueçam de mandar as fitas! É um mistério terem mantido a missão que me confiaram. Gravador digital era coisa que eu ainda não tinha manuseado. Poderia ter gravado a conversa pelo celular também. Mas vocês sabem: não se extraem os resíduos paleolíticos do DNA assim no mais.
        Outro dia contei pro escritor Fabrício Carpinejar que, quando estou no escuro do cinema, durante a projeção, costumo anotar nas folhas do talão de cheque as frases que me tocam durante o filme. Ele ficou bege. “Tu usa cheque???”.
        E ainda acredito no amor. Podem me empalhar.

                                       In: MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011. Adaptado.

Com base no Texto 2, analise o que se afirma nas seguintes proposições:

I. Em “Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás” (5º parágrafo), a autora faz uma crítica sutil à rapidez com que, hoje, as inovações tecnológicas tanto surgem quanto caducam.
II. No trecho, “E ainda acredito no amor. Podem me empalhar” (8º parágrafo), Medeiros deixa implícita a ideia de que crer no amor, seguindo a mesma lógica, seria também coisa do passado.
III. Em “Tu ainda usa cheque???” (7º parágrafo), a autora recorre ao uso expressivo da interrogação com o intuito de sinalizar o espanto do seu interlocutor.
IV. A cronista usa parênteses (4º e 5º parágrafos) para intercalar enunciados essenciais à compreensão do texto e dar fluidez à sua narrativa.
V. Em “É um mistério terem mantido a missão que me confiaram.” (6º parágrafo), é possível inferir que a autora pensou em desistir de fazer a entrevista.

Estão CORRETAS apenas as proposições encontradas nos itens
Alternativas
Q422995 Português
TEXTO 2

DINOS
Martha Medeiros

        É um mundo estranho este. De repente, começaram a ser apresentados fósseis de animais pré-históricos descobertos recentemente no estado. Parece até coisa de novela. Primeiro foram as ossadas encontradas em São Gabriel, agora as de Dona Francisca. E eu que achava que os nossos mais antigos ancestrais eram os açorianos. Pois soube agora que tivemos Tiarajudens e Decuriasuchus residentes. Tivemos, e ainda temos.
        Estou só esperando tocarem a campainha aqui de casa. Posso imaginar os paleontólogos entrando com suas escovinhas e pás, buscando embaixo do meu porcelanato algum resíduo de esqueleto. “Soubemos que dinossauros habitaram esse pedaço de chão milhões de anos atrás, exatamente aqui, onde a senhora vive.” E eu responderei muito circunspecta: “Habitaram, não. Habita ainda. Muito prazer”.
        Sou uma dinossaura gaúcha.
        Outro dia, num encontro entre amigas, me xingaram por não estar no Facebook. Em vez de uma liberdade de escolha, consideraram minha ausência uma afronta. Não estar no Facebook significa que você é uma esnobe com mania de ser diferente. Mas não é nada disso, tenho um bom argumento de defesa: é que me sinto obrigada a dar retorno a todos os contatos que recebo e, se entrar no Facebook, somando os e-mails que recebo (sim, e-mails – é condizente com minha espécie) não terei paz. Sou uma dinossaura. Relevem.
        Eu ainda uso aparelho celular com teclas. Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás, mas gosto do meu telefone simplificado, que só serve para fazer e receber chamadas e torpedos (eu ainda chamo de torpedo, e não de SMS). Não leio mensagens fora de casa. Dinossaura.
        Lembram quando comentei outro dia sobre a entrevista que fiz com a Patrícia Pillar? A revista que me contratou me ofereceu um gravador. Aceitei. E pedi: não esqueçam de mandar as fitas! É um mistério terem mantido a missão que me confiaram. Gravador digital era coisa que eu ainda não tinha manuseado. Poderia ter gravado a conversa pelo celular também. Mas vocês sabem: não se extraem os resíduos paleolíticos do DNA assim no mais.
        Outro dia contei pro escritor Fabrício Carpinejar que, quando estou no escuro do cinema, durante a projeção, costumo anotar nas folhas do talão de cheque as frases que me tocam durante o filme. Ele ficou bege. “Tu usa cheque???”.
        E ainda acredito no amor. Podem me empalhar.

                                       In: MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011. Adaptado.

Para dar mais coerência ao texto e ajudar a manter a sua unidade temática, a autora repete a palavra “ainda” nada menos do que seis vezes ao longo da crônica. Assim, fatos, ações, crenças ou comportamentos narrados ficam todos atrelados a uma circunstância de
Alternativas
Q422996 Português
TEXTO 2

DINOS
Martha Medeiros

        É um mundo estranho este. De repente, começaram a ser apresentados fósseis de animais pré-históricos descobertos recentemente no estado. Parece até coisa de novela. Primeiro foram as ossadas encontradas em São Gabriel, agora as de Dona Francisca. E eu que achava que os nossos mais antigos ancestrais eram os açorianos. Pois soube agora que tivemos Tiarajudens e Decuriasuchus residentes. Tivemos, e ainda temos.
        Estou só esperando tocarem a campainha aqui de casa. Posso imaginar os paleontólogos entrando com suas escovinhas e pás, buscando embaixo do meu porcelanato algum resíduo de esqueleto. “Soubemos que dinossauros habitaram esse pedaço de chão milhões de anos atrás, exatamente aqui, onde a senhora vive.” E eu responderei muito circunspecta: “Habitaram, não. Habita ainda. Muito prazer”.
        Sou uma dinossaura gaúcha.
        Outro dia, num encontro entre amigas, me xingaram por não estar no Facebook. Em vez de uma liberdade de escolha, consideraram minha ausência uma afronta. Não estar no Facebook significa que você é uma esnobe com mania de ser diferente. Mas não é nada disso, tenho um bom argumento de defesa: é que me sinto obrigada a dar retorno a todos os contatos que recebo e, se entrar no Facebook, somando os e-mails que recebo (sim, e-mails – é condizente com minha espécie) não terei paz. Sou uma dinossaura. Relevem.
        Eu ainda uso aparelho celular com teclas. Poderia ter um iPad, um tablet ou qualquer outro equipamento de última geração lançado dois minutos atrás, mas gosto do meu telefone simplificado, que só serve para fazer e receber chamadas e torpedos (eu ainda chamo de torpedo, e não de SMS). Não leio mensagens fora de casa. Dinossaura.
        Lembram quando comentei outro dia sobre a entrevista que fiz com a Patrícia Pillar? A revista que me contratou me ofereceu um gravador. Aceitei. E pedi: não esqueçam de mandar as fitas! É um mistério terem mantido a missão que me confiaram. Gravador digital era coisa que eu ainda não tinha manuseado. Poderia ter gravado a conversa pelo celular também. Mas vocês sabem: não se extraem os resíduos paleolíticos do DNA assim no mais.
        Outro dia contei pro escritor Fabrício Carpinejar que, quando estou no escuro do cinema, durante a projeção, costumo anotar nas folhas do talão de cheque as frases que me tocam durante o filme. Ele ficou bege. “Tu usa cheque???”.
        E ainda acredito no amor. Podem me empalhar.

                                       In: MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011. Adaptado.

Ao afirmar “Sou uma dinossaura gaúcha” (3º parágrafo), a autora usa a palavra “dinossaura” com sentido diferente daquele que lhe é próprio, por meio de uma
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724555 Administração Geral

A teoria geral da administração é o conjunto dos conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações. Sobre as teorias administrativas, analise as proposições abaixo.

I. A Teoria dos Sistemas Abertos, de Daniel Katz e Robert Kahn, é estruturada sob uma visão das organizações a partir de uma perspectiva social, apresentando quatro elementos-chave: natureza dos sistemas sociais, componentes (comportamento no papel, normas e valores), descrição dos subsistemas (produtivos, de apoio, de manutenção, adaptativos e administrativos) e relacionamento com o ambiente.

II. A Teoria das Contingências pode ser vista como um desenvolvimento da Teoria dos Sistemas, indo a um estágio posterior no relacionamento com o ambiente e com outras variáveis para estruturas específicas de organização, estabelecendo que situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso de teorias tradicionais, comportamentais e de sistemas, separadamente ou combinadas, para resolver problemas das organizações.

III. Os estudos de Hawthorne, desenvolvidos entre 1924 e 1932, divididos em quatro experiências (os estudos da iluminação, os estudos da sala de teste de montagem de relês, o programa de entrevista e os estudos da sala de observação de montagem de terminais), integram a teoria estruturalista.

IV. A Teoria Administrativa e a Teoria da Burocracia são muito relacionadas. Em alguns aspectos são idênticas. Ambas são largamente dedutivas, veem a organização normalmente como uma entidade abstrata (uma construção mental) e defendem a especialização, um elemento fundamental das organizações formais, como vantagem competitiva.

V. Apesar do Faylorismo e o Taylorismo se apresentarem como duas soluções para o mesmo problema, o da força humana, o primeiro abordou os problemas administrativos, elevando-se do posto de trabalho do executor para o nível intermediário da gerência, enquanto o segundo se concentrou nos problemas de interesse da administração geral da empresa, qualquer que fosse a sua natureza, tipo e finalidade.

Estão CORRETAS apenas as proposições que correspondem aos itens

Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724556 Administração Geral
As organizações estão passando diariamente por transformações, e essas alterações provocam constantes impactos na sociedade e na vida das pessoas. Considerando o século XX e as diferentes eras das organizações, analise as proposições a seguir.
I. A industrialização clássica cobriu o período compreendido entre 1900 e 1950. Possuia uma estrutura predominantemente funcional e burocrática, do tipo piramidal, com ênfase nas células administrativas e apresentava um ambiente organizacional previsível, com poucas mudanças e desafios ambientais.
II. A cultura organizacional da industrialização neoclássica (1950 a 1990) era organizada com base na teoria voltada para o passado e para a conservação das tradições e dos valores ao longo do tempo, enfatizando a manutenção do status quo, enquanto a cultura organizacional da era da informação (após 1990) é baseada na teoria com foco no futuro, com ênfase na mudança e na inovação.
III. A era da informação fez com que os processos organizacionais se tornassem mais importantes do que os órgãos que constituem a organização, tornando esta mais fluída, flexível e descentralizada, em face do novo ambiente organizacional configurado, o qual é caracterizado pela mutabilidade decorrente das grandes e intensas mudanças globais.
IV. Na industrialização clássica, as pessoas eram tidas como fatores de produção inertes e estáticos, sujeitos a regras e regulamentos rígidos de controle, enquanto que na era da informação, as pessoas são caracterizadas pela proatividade, dotadas de inteligência e habilidades, as quais devem ser estimuladas e impulsionadas.
V. Acompanhando a dinâmica das organizações, a concepção sobre a administração dos empregados/funcionários das organizações também passou por um processo evolutivo ao longo do século XX. Na industrialização clássica, era denominada de Administração de Recursos Humanos; já na industrialização neoclássica, era conceituada como Administração de Pessoas e, na Era da Informação, é conhecida como Gestão de Pessoas.
Estão CORRETAS apenas as proposições correspondentes aos itens:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724557 Administração Geral
A cultura organizacional pode desenvolver disfunções definidas como desvios no comportamento coletivo, que fazem o papel de degenerações sociais, as quais prejudicam a capacidade de resolver os problemas de convivência interna e adaptação externa. São exemplos de disfunções da cultura organizacional as que constam nas alternativas abaixo. EXCETO
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724558 Gestão de Pessoas

O estudo da motivação é um dos temas centrais do enfoque comportamental das pessoas nas organizações. As teorias sobre a motivação que explicam o desempenho das pessoas em situações de trabalho são divididas em dois grupos: teorias de processo e teorias de conteúdo. Acerca dessa temática, analise as proposições abaixo.

I. A teoria da expectativa tem por objetivo explicar a cadeia de causas e efeitos que liga o esforço inicial ao resultado ou recompensa final. Como integrante do grupo das teorias de conteúdo, possui como principais componentes estruturantes o valor dos resultados, a associação entre o desempenho e a recompensa e a associação entre o esforço e o desempenho.

II. O behaviorismo não focaliza especificamente a motivação humana para o trabalho. Mas suas proposições e hipóteses oferecem alguns elementos para a compreensão dos mecanismos que ativam o comportamento humano, especialmente no que diz respeito a políticas de recompensas.

III. A teoria ERG, de Clayton Alderfer, é considerada uma versão revista da teoria das necessidades de Abraham Maslow, pois suas diferenças estão alicerceadas na estruturação de seus princípios. A primeira afirma que as necessidades dos indivíduos são dispostas em uma hierarquia, enquanto a segunda define que as necessidades humanas não são sequenciais, mas simultâneas.

IV. A teoria de processo denominada equidade ou teoria do equilíbrio tem como premissa a ideia de que as pessoas sempre fazem comparações entre seus esforços e recompensas com os esforços e recompensas dos outros, especialmente quando há algum tipo de proximidade, ou seja, as recompensas devem ser proporcionais ao esforço e iguais para todos.

V. A teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg explica como o ambiente de trabalho e o próprio trabalho interagem para produzir motivação, a qual é resultante de duas categorias de fatores: fatores motivacionais, exemplificados através políticas de administração de pessoal e relações pessoais com os colegas de trabalho, e, fatores higiênicos, cujos exemplos são o exercício da responsabilidade e a possibilidade de crescimento.

Estão CORRETAS apenas as proposições correspondentes aos itens

Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724559 Gestão de Pessoas
Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas, objetivando o alcance de metas organizacionais por meio da direção dos colaboradores. Sobre os estilos e modelos de liderança, é INCORRETO afirmar que
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724560 Administração Geral

O processo decisório, com vistas à resolução de problemas e ao aproveitamento de oportunidades, tem cinco fases principais. Na fase do diagnóstico, procura-se entender o problema ou oportunidade e identificar suas causas e consequências, e, para tanto, os administradores utilizam de forma sistemática, algumas ferramentas da Gestão de Qualidade para auxiliar a análise da situação, de forma sistemática. Considere a seguinte definição:

Por essa ferramenta, é definido que a maior quantidade de ocorrências ou efeitos depende de uma quantidade pequena de causas. Em outras palavras, tal afirmação é conhecida como princípio 80/20. 

Maximiano, 2007, p.93. 

Esta se refere ao

Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724561 Gestão de Pessoas
Gestão de conflitos é a parte de uma organização especializada na administração dos conflitos entre indivíduos, entre estes e grupos internos à organização, entre grupos pertencentes à organização ou entre organizações, através da utilização de técnicas, práticas e processos. Sobre as técnicas de gerenciamento de conflitos, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724562 Administração Geral
Todas as formas de comunicação estão sujeitas a dificuldades que comprometem a transmissão, recepção e interpretação da informação e dos significados, as quais são denominadas de barreiras. Considerando que as barreiras da comunicação podem ocorrer na fonte, no destino ou no próprio processo de comunicação, é INCORRETO afirmar que
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724563 Sistemas de Informação
Um sistema de informações gerenciais (SIG) é utilizado para prover regularmente a administração das informações de que necessita para a tomada de decisões. Considerando as fases de evolução do SIG moderno, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2013 - IF-PE - Administrador |
Q724564 Administração Geral

Henry Mintzberg, ao analisar a literatura sobre o pensamento estratégico, constatou algumas variações de conteúdo e de abordagem, as quais foram reunidas em três grupos: de natureza prescritiva, de natureza descritiva e de configuração, formalizando as chamadas dez escolas do planejamento estratégico. Relacione a primeira coluna, composta por algumas escolas do planejamento estratégico, com a segunda coluna, nas quais são evidenciados os respectivos pensamentos estratégicos de cada uma.

( 1 ) Escola do Planejamento

( 2 ) Escola do Posicionamento 

( 3 ) Escola Cognitiva 

( 4 ) Escola de Poder

( 5 ) Escola Empreendedora

( 6 ) Escola Configurativa 


(____) Formulação das estratégias como um processo mental que desvenda os interesses e as negociações por trás da elaboração das estratégias das empresas.

(___) Formulação das estratégias como um processo de transformação que enfatiza o caráter transitório e contextual das estratégias. 

(___) Formulação das estratégias como um processo analítico que vê a estratégia como a escolha deliberada de posicionamentos competitivos por meio de processos analíticos de decisão.

(___) Formulação das estratégias como um processo visionário, focalizando o papel dos líderes carismáticos, e dos empreendedores visionários.

(___) Formulação das estratégias como um processo mental que as trata do ponto de vista dos processos mentais envolvidos na sua elaboração e implementação.

(___) Formulação das estratégias como um processo formal, enfatizando os aspectos formais, estruturados e numéricos do processo de formação de estratégia.


Assinale a alternativa correspondente à sequência numérica que preenche CORRETAMENTE a segunda coluna.

Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: A
4: C
5: E
6: C
7: B
8: B
9: E
10: C
11: B
12: C
13: D
14: A
15: E
16: E
17: C
18: B
19: B
20: A