Questões de Concurso Público IF-TO 2016 para Professor História
Foram encontradas 50 questões
As sentenças a seguir apresentam conceitos
relacionados às principais características de
implementação física e lógica, segurança e de
serviços oferecidos pelas redes privadas chamadas
de INTRANET. Tecnicamente é verdadeiro
afirmar que:
Pais sem limites
A educação liberal é confortável para os pais.
Mas os filhos precisam saber o que são deveres e obrigações
O avião estava cheio. Eu no fundão. Duas poltronas atrás de mim, uma criança começou a chorar. Abriu o berreiro. Ninguém disse uma palavra, fazer o que quando uma criança chora? A mãe, em vez de tentar acalmar o filho, reclamou em voz alta. – Criança chora mesmo, e daí? Vocês ficam me olhando, mas o que posso fazer? Criança é assim: chora.
Tudo bem. Criança chora. Mas a gente ouve. Ninguém havia reclamado do incômodo em voz alta. Suponho que algumas pessoas tenham olhado para a mãe como se pedindo que fizesse alguma coisa. Em vez de acalmar o filho, ela brigou. Sinceramente, nem olhar a gente pode? E mais sinceramente ainda: como será a educação desse menino, se a mãe prefere reclamar com quem se sente incomodado com o choro, no lugar de acalmar o filho? Vai ter noção de limite? Ou se transformará num briguento, achando que tem direito a tudo? No caso dos aviões, eu acho que há uma irresponsabilidade enorme dos pais. Como podem expor um bebê de colo a viagens aéreas? Sim, existem os casos de extrema necessidade. Mas não são a maioria. Um bebê sente dor nos ouvidos, talvez até mais intensa que nós. Quando eu sinto, tento mascar chiclete, chupar bala, ou pelo menos, racionalmente, posso entender o que está acontecendo e suportar. Um bebê não. De repente, vem aquela dor horrível, ele não sabe o porquê. Chora. Grita. Os outros passageiros têm de suportar o barulho, ficam até com dor de cabeça. Mas um bebê é um bebê, e todos temos de entender. E os pais? Como obrigam a criança a suportar essa dor? E os passageiros os gritos? Eu já vim da Turquia certa vez, em uma viagem que durou o dia todo, com duas crianças pequenas logo atrás de mim. Classe executiva. Gritaram e choraram quase a viagem toda. E não têm razão? Como suportariam passar o dia todo sentados, cintos afivelados? Os pais eram pessoas simpáticas. Tinham ido a turismo. É certo deixar os filhos presos um dia inteiro? É justo enlouquecer os outros passageiros? Claro que criança tem o direito de viajar. Mas é preciso escolher o roteiro mais adequado. Certa vez fui a uma pousada na serra carioca. Deliciosa. Um diretor de cinema, mais tarde, comentou:
– Eu ia sempre lá. Mas eu e minha mulher cometemos um crime. Tivemos uma filha. Na pousada não aceitam crianças. É fato. Já existem hotéis e pousadas que não hospedam crianças. Muita gente acha um horror. Por outro lado, o problema não está nos pais? Em qualquer lugar onde os pais estejam com os filhos, agem como se eles tivessem direito a tudo. Podem correr, gritar. Dá para ler um livro embaixo de uma árvore, no alto da serra, com crianças correndo e gritando? E com os pais apreciando a algazarra tranquilamente, sem se importar com os outros hóspedes?
Eu poderia citar outros exemplos. Visitas que chegam com filhos que pulam no sofá. Ou brincam com algum objeto de estimação. Que batem no prato e dizem que não gostam da comida, em restaurantes. (E com razão. Agora criança tem de apreciar sashimi quando quer hambúrguer?) O problema está nos pais. Muitos foram reprimidos quando crianças. Antes era assim: podia, não podia. A educação tradicional impunha limites, às vezes de forma rígida. Eu mesmo acredito que o excesso de rigidez é péssimo. Por outro lado, essas crianças vão crescer, e terão de viver com normas. A vida é cheia de isso pode e aquilo não pode. O respeito ao outro implica entender os próprios limites. Senão é aquilo: todo mundo querendo furar fila, tirando vantagem. O fato é que muitos dos pais modernos, como a mulher que esbravejou no avião, acham que criança pode tudo. Já conversei com professoras, segundo as quais, hoje, boa parte dos pais delega a educação básica dos filhos à escola. Há casos, extremos, em que a professora tem de explicar a importância de escovar os dentes todos os dias. Não estou falando de famílias sem condições financeiras, no caso. Mas também de gente bem de vida, para quem é mais fácil não discutir deveres e obrigações com os filhos. Deixar rolar.
Mas um dia os filhos terão de aprender a viver em sociedade. Podem contar com a mãe ou o pai para chorar as pitangas se forem demitidos. Um ombro sempre é bom. Mas só terão empregos e oportunidades se souberem o que são limites, deveres, obrigações. A educação extremamente liberal é atraente. Principalmente, porque confortável para os pais. Mas fica a pergunta: se os pais não dão noção de limites, como os filhos um dia vão ter?
Carrasco, Walcyr. Pais sem limites. Disponível
em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2015/09/pais-sem-limites.html.
Acesso em: 12 ago. 2016.
Pais sem limites
A educação liberal é confortável para os pais.
Mas os filhos precisam saber o que são deveres e obrigações
O avião estava cheio. Eu no fundão. Duas poltronas atrás de mim, uma criança começou a chorar. Abriu o berreiro. Ninguém disse uma palavra, fazer o que quando uma criança chora? A mãe, em vez de tentar acalmar o filho, reclamou em voz alta. – Criança chora mesmo, e daí? Vocês ficam me olhando, mas o que posso fazer? Criança é assim: chora.
Tudo bem. Criança chora. Mas a gente ouve. Ninguém havia reclamado do incômodo em voz alta. Suponho que algumas pessoas tenham olhado para a mãe como se pedindo que fizesse alguma coisa. Em vez de acalmar o filho, ela brigou. Sinceramente, nem olhar a gente pode? E mais sinceramente ainda: como será a educação desse menino, se a mãe prefere reclamar com quem se sente incomodado com o choro, no lugar de acalmar o filho? Vai ter noção de limite? Ou se transformará num briguento, achando que tem direito a tudo? No caso dos aviões, eu acho que há uma irresponsabilidade enorme dos pais. Como podem expor um bebê de colo a viagens aéreas? Sim, existem os casos de extrema necessidade. Mas não são a maioria. Um bebê sente dor nos ouvidos, talvez até mais intensa que nós. Quando eu sinto, tento mascar chiclete, chupar bala, ou pelo menos, racionalmente, posso entender o que está acontecendo e suportar. Um bebê não. De repente, vem aquela dor horrível, ele não sabe o porquê. Chora. Grita. Os outros passageiros têm de suportar o barulho, ficam até com dor de cabeça. Mas um bebê é um bebê, e todos temos de entender. E os pais? Como obrigam a criança a suportar essa dor? E os passageiros os gritos? Eu já vim da Turquia certa vez, em uma viagem que durou o dia todo, com duas crianças pequenas logo atrás de mim. Classe executiva. Gritaram e choraram quase a viagem toda. E não têm razão? Como suportariam passar o dia todo sentados, cintos afivelados? Os pais eram pessoas simpáticas. Tinham ido a turismo. É certo deixar os filhos presos um dia inteiro? É justo enlouquecer os outros passageiros? Claro que criança tem o direito de viajar. Mas é preciso escolher o roteiro mais adequado. Certa vez fui a uma pousada na serra carioca. Deliciosa. Um diretor de cinema, mais tarde, comentou:
– Eu ia sempre lá. Mas eu e minha mulher cometemos um crime. Tivemos uma filha. Na pousada não aceitam crianças. É fato. Já existem hotéis e pousadas que não hospedam crianças. Muita gente acha um horror. Por outro lado, o problema não está nos pais? Em qualquer lugar onde os pais estejam com os filhos, agem como se eles tivessem direito a tudo. Podem correr, gritar. Dá para ler um livro embaixo de uma árvore, no alto da serra, com crianças correndo e gritando? E com os pais apreciando a algazarra tranquilamente, sem se importar com os outros hóspedes?
Eu poderia citar outros exemplos. Visitas que chegam com filhos que pulam no sofá. Ou brincam com algum objeto de estimação. Que batem no prato e dizem que não gostam da comida, em restaurantes. (E com razão. Agora criança tem de apreciar sashimi quando quer hambúrguer?) O problema está nos pais. Muitos foram reprimidos quando crianças. Antes era assim: podia, não podia. A educação tradicional impunha limites, às vezes de forma rígida. Eu mesmo acredito que o excesso de rigidez é péssimo. Por outro lado, essas crianças vão crescer, e terão de viver com normas. A vida é cheia de isso pode e aquilo não pode. O respeito ao outro implica entender os próprios limites. Senão é aquilo: todo mundo querendo furar fila, tirando vantagem. O fato é que muitos dos pais modernos, como a mulher que esbravejou no avião, acham que criança pode tudo. Já conversei com professoras, segundo as quais, hoje, boa parte dos pais delega a educação básica dos filhos à escola. Há casos, extremos, em que a professora tem de explicar a importância de escovar os dentes todos os dias. Não estou falando de famílias sem condições financeiras, no caso. Mas também de gente bem de vida, para quem é mais fácil não discutir deveres e obrigações com os filhos. Deixar rolar.
Mas um dia os filhos terão de aprender a viver em sociedade. Podem contar com a mãe ou o pai para chorar as pitangas se forem demitidos. Um ombro sempre é bom. Mas só terão empregos e oportunidades se souberem o que são limites, deveres, obrigações. A educação extremamente liberal é atraente. Principalmente, porque confortável para os pais. Mas fica a pergunta: se os pais não dão noção de limites, como os filhos um dia vão ter?
Carrasco, Walcyr. Pais sem limites. Disponível
em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2015/09/pais-sem-limites.html.
Acesso em: 12 ago. 2016.
Surgida na França, durante a década de 1920, esta tendência historiográfica estabeleceu a relevância de aspectos da vida privada, da cultura e das mentalidades como temas dignos da pesquisa histórica. Ao admitirem a contribuição de outras ciências, terminaram por ampliar o conceito de tempo histórico e propuseram novos objetos e procedimentos metodológicos.
O trecho acima refere-se à/ao:
“Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou o seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orumilá.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou o seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só a agricultura, mas como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber o segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.
Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhe ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram suas lanças de ferro. [...]
Apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador.[...]
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebram a festa de Uidê-Ogum. [...] Ogum é o senhor do ferro para sempre.”
(disponível em: http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?HC D_chave=63, acesso em 1º de agosto de 2016).
A Lei n.º 10.639/03, ao alterar a Lei de Diretrizes e
Bases (Lei 9.934/96), tornou obrigatório o ensino
da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em
todas as áreas e em todos os níveis da educação.
Nesse sentido, a possível abordagem de um conto
da mitologia africana, como o apresentado acima,
atenderia aos seguintes objetivos, exceto:
Em “Apologia da História – ou, O Ofício de Historiador”, o medievalista francês Marc Bloch apresenta algumas reflexões que são contribuições teórico-metodológicas significativas para as ciências humanas, em geral, e, em particular, para a história. A respeito das principais formulações conceituais desenvolvidas pela tendência historiográfica à qual pertencia Bloch, pode-se citar:
I. História-problema.
II. Materialismo histórico.
III. História de longa duração.
IV. Consciência de classe.
É correto o que se afirma em:
Acerca do desenvolvimento da agricultura e da consequente sedentarização dos grupos humanos, considere as afirmativas abaixo:
I. Esse processo teve início a partir das civilizações mediterrâneas, sobretudo gregos e romanos, responsáveis pela construção de grandes obras públicas, como canais de irrigação, diques e aquedutos.
II. Também identificados sob a denominação de “povos fluviais” ou “civilizações hidráulicas”, egípcios e mesopotâmicos foram pioneiros na constituição de sociedades rigidamente hierarquizadas e com governo.
III. A ocupação humana dos vales dos rios Tigre e Eufrates remonta ao período Paleolítico e, devido à abundância de recursos hídricos, essa região foi sucessivamente disputada por vários povos.
IV. Na região designada como Crescente Fértil, verificou-se o desenvolvimento das atividades agrícolas atreladas ao avanço de técnicas de irrigação e atividades comerciais, tudo isso mediado pela atuação de Estados fortes.
É correto o que se afirma em:
“As teorias e práticas mercantilistas estão inseridas no contexto da transição do Feudalismo para o Capitalismo, possuindo ainda características marcantes das estruturas econômicas feudais e já diversos fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas, não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto. O termo mercantilismo define os aspectos econômicos desse processo de transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no Estado absoluto, no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida como sociedade do Antigo Regime.” (SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel Henrique. “Dicionário de conceitos históricos”. São Paulo : Contexto, 2009, p. 283-284).
Das práticas apresentadas abaixo, qual não pode ser identificada como pertencente ao mercantilismo:
Leia o texto a seguir:
A política no pódio: episódios de tensões e conflitos nos Jogos Olímpicos da Era Moderna
Flavio de Campos
Em tempos de protestos e conflitos em praças esportivas brasileiras, este artigo tem como objetivo retomar alguns episódios marcantes de tensões e enfrentamentos ideológicos ocorridos durante a história dos Jogos Olímpicos de Verão da Era Moderna. Pretende-se questionar a perspectiva, contida nos discursos oficiais do Comitê Olímpico Internacional, entre os organizadores dos mais diversos países e de setores expressivos da imprensa, de que a política e os esportes devem estar apartados em nome do espírito olímpico. A referência a tais episódios demonstra como as situações históricas revelam a recorrência das práticas e confrontos políticos mais ou menos explícitos.
CAMPOS, F. de. A política no pódio: episódios de tensões e conflitos nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. História USP, São Paulo, n. 108, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br>. Acesso em: 20 ago. 2016.
O artigo publicado na Revista da Universidade de São Paulo (USP) traz inferências quanto a questões políticas, sociais e culturais (co)relacionadas à História das Olimpíadas.
Analise os itens a seguir, julgue-os e posteriormente assinale a alternativa correta:
I. Na Antiga Grécia, a trégua sagrada (εκεχερία – ekechería) era proclamada a cada quatro anos por emissários que anunciavam a realização dos Jogos Olímpicos. Assim, as hostilidades entre as póleis deveriam ser suspensas e garantidos salvo-condutos nos percursos de ida e volta da cidade de Olímpia, considerada como território neutro e inviolável durante as competições.
II. Em 393 d.C., Ambrósio, bispo de Milão, obteve do imperador romano Teodósio a proibição aos Jogos Olímpicos, a principal referência lúdica da cultura clássica. Em um contexto de afirmação do cristianismo e de luta contra os mais diversos paganismos, o combate aos jogos fúnebres e às reminiscências aos demais jogos helênicos (píticos, nemaicos e ístmicos) fez parte do programa de ação das lideranças cristãs que procuravam estabelecer a sua hegemonia diante de outros sistemas de crenças e práticas devocionais no Mediterrâneo.
III. O resgate dos Jogos Olímpicos no final do século XIX, capitaneado por Pierre de Freddy, o barão de Coubertin, foi estimulado pelas proposições do cristianismo atlético ou cristianismo muscular, que se desenvolvera, sobretudo nas escolas inglesas, articulando-o a uma visão idealizada do mundo grego, que serviria de preceptiva para as práticas esportivas dos sportsmen.
IV. Berlim foi a cidade escolhida para sediar os
Jogos de 1916. Os dirigentes do Comitê
Olímpico Internacional acreditavam que a
indicação da Alemanha pudesse contribuir para
evitar a eclosão da guerra, como se fosse
possível uma ekechería no mundo
contemporâneo. Pelo contrário, a guerra
impediu a realização da VI Olimpíada da Era
Moderna. O mesmo voltaria a acontecer em 1940
e em 1944, no contexto da Segunda Guerra
Mundial. Ainda assim, esses jogos são
oficialmente contados, mesmo que não
realizados.
Leia os excertos a seguir:
Excerto I
Uma das primeiras teorias sobre a tecnologia aborda enfaticamente seu caráter transformador da sociedade. Neder denominou essa corrente de pensamento instrumentalista; segundo ele, ― este seria como um suporte instrumental para realizar valores e desejos, sendo os meios tecnológicos neutros . Herdeira do otimismo com o progresso, desde a filosofia do iluminismo do século XVIII, a tecnologia materializa-se apenas em meios para atingir determinados fins.
Excerto II
Na concepção de Agazzi, até os anos cinquenta pode-se dizer que a ciência era considerada como o campo de investigação desinteressada, imparcial, e objetiva da verdade; como depósito do conhecimento infalível, descontaminada de pressões e influências externas. Bem estabelecida por cima de todo conflito ideológico e disposta de imediato a ajudar à humanidade a resolver qualquer tipo de problema graças à riqueza de seus instrumentos. O tom desse discurso se potencializou tanto por meio da autonomia da ciência em relação à sociedade quanto da sua neutralidade.
Excerto III
Dagnino descreve a respeito da concepção da neutralidade científica em sua obra. Para esse autor, enquanto o Iluminismo difundiu o ideal da neutralidade, o Positivismo, no século XIX, potencializou novos desdobramentos dessa percepção. Desvinculada do primado religioso, no positivismo, a razão subverteria a subjetividade para reproduzir a realidade fielmente, principalmente, ao reforçar o caráter de verdade do conhecimento científico. Assim, ainda segundo o autor, ―[...] a neutralidade da ciência parte de um juízo de que a ciência e a tecnologia não se relacionam com o contexto no qual são geradas. Assim, permanecer sempre isolada é um objetivo e uma regra da boa ciência.
SILVA, G.B; BOTELHO, M. I. V. Ciência, tecnologia e sociedade: apontamentos teóricos. Temporalidades – Revista Discente do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG. v. 8, n. 1 (jan./maio 2016) – Belo Horizonte: Departamento de História, FAFICH/UFMG, 2016. Disponível em:<www.fafich.ufmg.br/temporalidades> . Acesso em: 20 ago. 2016
Com base nos apontamentos teóricos expostos nos
excertos, podemos argumentar que os textos
demonstram:
O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para evocar a etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados, desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. (2003, p.537-538).
LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In: FONSECA, Thaís N. L. (orgs.). História e Memória. 5ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003, p. 525-541.
Sobre as considerações postas por Le Goff, é
correto afirmar que a Documentação: