Questões de Concurso Público IF-PI 2022 para Professor - Matemática, Edital nº 73
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ASA BRANCA
Quando oiei' a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei' a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação?
Eu preguntei' a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação?
Que braseiro, que fornaia'
Nenhum pé de prantação'
Por farta' d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta' d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté' mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce' eu disse: adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce' eu disse: adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar' pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar' pro meu sertão
Quando o verde dos teus óio'
Se espaiar' na prantação'
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei', viu, meu coração
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei', viu, meu coração
Composição: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga (Disponível em: https://www.google.com/search?q=asa+ branca+letra+original. Acesso em: 27 jun. 2022).
Pelo entendimento que se faz do texto,
percebe-se que:
MONTE CASTELO
1. Ainda que eu falasse a língua dos homens
2. E falasse a língua dos anjos,
3. Sem amor eu nada seria.
4. É só o amor,
5. É só o amor
6. Que conhece o que é verdade.
7. O amor é bom, não quer o mal.
8. Não sente inveja ou se envaidece.
9. O amor é fogo que arde sem se ver.
10. É ferida que dói e não se sente.
11. É um contentamento descontente.
12. É dor que desatina sem doer.
13. Ainda que eu falasse a língua dos homens
14. E falasse a língua dos anjos,
15. Sem amor eu nada seria.
16. É um não querer mais que bem querer.
17. É solitário andar por entre a gente.
18. É um não contentar-se de contente.
19. É cuidar que se ganha em se perder.
20. É um estar-se preso por vontade.
21. É servir a quem vence o vencedor.
22. É um ter com quem nos mata lealdade.
23. Tão contrário a si é o mesmo amor.
24. Estou acordado e todos dormem
25. Todos dormem, todos dormem.
26. Agora vejo em parte.
27. Mas então veremos face a face.
28. É só o amor, é só o amor.
29. Que conhece o que é verdade.
30. Ainda que eu falasse a língua dos homens
31. E falasse a língua dos anjos,
32. Sem amor eu nada seria.
Renato Russo, com adaptação de trechos bíblicos e “Soneto 11”, de Luís de Camões.
(Disponível em: https://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/monte-castelo.html Acesso em: 27 jun.2022).
Pode-se afirmar que a repetição da palavra
“É”, no início dos versos 16 a 22, caracteriza um
recurso linguístico denominado:
SALOMÉ E O CARNAVAL
Salomé tem o nome e já teve a glória.
Há muitos anos vive, com outros biscateiros e ambulantes, num porão de casa velha na rua Ipiranga – o que resta dos escombros do passado do Rio de Janeiro, que continua marchando para o que os entendidos chamam de progresso. Seu canto, onde deita o corpo macerado por muitos tormentos, é um compartimento escuro, pequeno, mal cabendo uma cama de solteiro, um armário magro e sua mesinha de passar roupas.
[...]
(BRASIL, Assis. Salomé e o Carnaval. In Caçuá, coletânea de contos piauienses. Teresina: Fundapi, 2020. p. 41)
Sobre os processos de flexão observados
em palavras presentes no texto, podemos afirmar:
TODA ALEGRIA CANSADA MERECE UMA BÊNÇÃO
[...]
A maioria das pessoas leva um pedaço de casa nas costas: tudo aquilo que é necessário e que inclui objetos diários da vida prática, que limpam, alimentam o corpo, descarregam males da alma, preservam a saúde, pedaços de orações, minúcias rasuradas da Bíblia, escova de dente, comida-rápida: que as lembre do quão distante de casa estão e como será impossível voltar lá a qualquer momento. E as suas inflexões carregadas, dobradas, chiadas, esparsas e perversas, desafiam minha determinação. As pessoas carregam uma segunda-feira irremediável a tiracolo. Algumas se arrastam, poucas parecem querer parar. O amor tem pressa, mas não chega a lugar algum.
[...]
(Raimundo Neto. Caçuá, coletânea de contos piauienses. Teresina: Fundapi, 2020. p. 183)
Após a leitura e análise do texto, podemos
AFIRMAR que:
todos os dias são um deserto
isto também é uma fome
outra fome
o carcará persegue
os dias, as imagens vindas
dos dias, do alto
a sombra
e algum naufrágio depois do céu
e isto é imenso
(Lima, Manoel Ricardo de. O Método da Exaustão. Rio de Janeiro: Garupa, 2020, p.32).
Sobre o poema em questão, podemos
AFIRMAR que:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança: Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía.
Fonte: ROMERO, A.; ALBERTO, J.; ROMERO, L. Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. Linguagens, códigos e suas tecnologias. 5. ed. Teresina: Fundação Dom Quixote, 2015. p. 249.
No Soneto 45, Luiz Vaz de Camões fez uso frequente do pronome oblíquo átono “se”. Considere o texto e julgue as proposições, assinalando, em seguida, a alternativa CORRETA:
I - O uso do pronome oblíquo átono “se”, conforme ocorrência no último verso do poema, é facultativo, podendo ocorrer a próclise ou a ênclise. II - O uso do pronome oblíquo átono “se”, no último verso, está inadequado à norma padrão da língua portuguesa. III - O uso do pronome oblíquo átono “se”, no último verso, está adequado à norma padrão da língua portuguesa, pois o “não”, que é palavra negativa, torna obrigatória a ocorrência da ênclise. IV. O uso do pronome oblíquo átono “se”, no último verso, está adequado à norma padrão da língua portuguesa, pois o “não”, que é palavra negativa, torna obrigatória a ocorrência da próclise.
Existem quatro tipos de variações linguísticas. A variação diatópica é aquela que depende do local onde vivem os falantes, que os influenciam.
(SOARES, A. Gramática de A a Z. Cascavel/PR: Editora Alfacon, 2019, p. 12).
O termo “arrepitirum”, expresso no quinto verso do poema, é exemplo de variação diatópica. Também é exemplo de variação diatópica:
A charge acima apresenta um balão com os
elementos verbais “Vou escrever a receita na sua
mão. O hospital está sem papel”. A coerência do
texto, aliada aos signos imagéticos e à expressão
verbal “hospital público”, na charge, é engatilhada
pela(s):
A imagem a seguir faz parte de uma campanha publicitária.
A vírgula empregada na oração “O futuro, é hoje
que a gente protege” tem como função:
A notícia desta aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da população. Ninguém queria acabar de crer que, sem motivo, sem inimizade, o alienista trancasse na Casa Verde uma senhora perfeitamente ajuizada, que não tinha outro crime senão o de interceder por um infeliz. Comentava-se o caso nas esquinas, nos barbeiros; edificou-se um romance, umas finezas namoradas que o alienista outrora dirigira à prima do Costa, a indignação do Costa e o desprezo da prima. E daí a vingança. Era claro. Mas a austeridade do alienista, a vida de estudos que ele levava, pareciam desmentir uma tal hipótese. (...)
ASSIS, Machado de. Papéis avulsos. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 29.
Sem prejuízo de sentido do texto, o termo destacado em “A notícia desta aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da população”, no início do 2º parágrafo, pode ser substituído por