TEXTO PARA A QUESTÃO
Modernidade líquida
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O que é modernidade líquida?
Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais
perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior.
A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência
e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações
sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos
negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições
e na solidificação das relações humanas.
A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente
estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às
relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas
e de pessoas com instituições.
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Modernidade líquida e relações humanas
As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo
“conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a
partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a
qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento,
podem ser desfeitas.
As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a
relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e
amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não
sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a
busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito
torna-se objeto.
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Modernidade líquida e consumismo
O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga
progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx
observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em
si, mas a sua fabricante e o seu preço.
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados
de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo,
tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que
ele consome.
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DISPONÍVEL EM: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm