Paciente feminina, 65 anos, estava internada,
há cerca de 3 meses, para a investigação
de sangramento intestinal baixo. Depois
de inúmeros exames e avaliações
inconclusivos, realizados pela proctologia e
pela gastroenterologia, e várias discussões
clínicas multidisciplinares, as equipes
estavam frustradas, pois ainda não haviam
descoberto a causa do sangramento, o
qual continuava a ocorrer com frequência,
principalmente no turno da noite, quando as
equipes não costumavam visitar a paciente.
Em um dia esporádico, o chefe da equipe de
proctologia surpreendeu a paciente, em uma
visita à noite, e a flagrou se automutilando,
nas regiões anal e perianal. Após esse fato,
as equipes fizeram uma extensa pesquisa
e descobriram que a paciente já havia sido
internada em outras vezes, com sintomas
estranhos e diagnósticos inconclusivos.
Também descobriram que ela não tinha
motivação financeira para ficar no hospital,
pois ganhava uma boa aposentadoria, mas
poderia ter uma motivação emocional, pois
era viúva, sem filhos, e não tinha um bom
suporte familiar. As equipes achavam, então,
que essa paciente “precisava fazer esse
papel de doente” para ter atenção. Diante
desse quadro, o diagnóstico mais provável
dessa paciente é de Transtorno