Questões de Concurso Público Prefeitura de Pitangueiras - SP 2019 para Fiscal de Tributos

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Q2047031 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Para a autora, a história do trabalho assim como a de instituições relacionadas:
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Q2047032 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
“Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente.” (10º§) Logo após o trecho destacado, segue-se a frase: “Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso” que, no contexto, pode ser compreendida como uma:
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Q2047033 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Em “As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção.” (2º§), o verbo grifado exige o mesmo tipo de complemento empregado em:
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Q2047034 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Acerca do trecho “Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala.” (3º§) pode-se afirmar que constitui reescrita em que não há alteração de correção semântica e/ou gramatical:
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Q2047035 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
O emprego do acento indicativo de crase em “Retira-se o estoque e se entrega às demandas.” (4º§) justifica-se pelo mesmo motivo apresentado no emprego do acento grave em:
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Q2047036 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
De acordo com as ideias trazidas ao texto, pode-se afirmar que:
Alternativas
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A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Infere-se corretamente do texto que:
Alternativas
Q2047038 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
No período “Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.” (1º§), o vocábulo “que” desempenha a mesma função sintática em:
Alternativas
Q2047039 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
No período “Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.” (1º§), o sentido produzido pela forma verbal em destaque, no contexto, indica:
Alternativas
Q2047040 Português
A produção de si como mercadoria nas redes sociais

          Estudar a história do trabalho, das indústrias e das corporações nos ajudaria a entender a história do poder econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa sobrevivência.
           As formas de organização da produção industrial a que se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo, definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser da vida em geral submetida ao controle pela produção. Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos, certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram sistemas bastante frustrantes para pessoas que não queriam ser tratadas como robôs.
          No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma única atividade no processo produtivo, eram remuneradas por produtividade e individualmente. A superprodução levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que acrescentou a esteira rolante que economizava tempo dentro da fábrica para incrementar o processo de produção em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira disso tudo.
         O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês, tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se entrega às demandas. Em épocas de crise se produz conforme o consumo.
       Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se submete a isso quem, em vez de ser operário comandado por meios de produção, é o dono dos meios de produção. Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge todas as instituições.
       A produção de coisas, sejam carros ou telefones celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores de produção, ora humanos, ora robôs.
         Do mesmo modo quando se trata de “meios de produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da internet, lotada de produção de material comunicacional ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o que nos faz participar de redes sociais?
          Coloco essas questões porque gostaria de pensar no tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às pessoas, então, parece que não estamos trabalhando. Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento. E é evidente que elas também se oferecem como meios de comunicação.
          Mas é a dimensão do trabalho que me interessa entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que tensões enfrentamos quando deles queremos participar? Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se aproveitam dele para jogos de poder?
          Há pessoas neles capazes de cometer violência? Para que são usadas as redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes? Há pessoas que trabalham para as redes e são remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles nos movimentam? Dançamos conforme a música nas redes? [...]
      O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo da lógica da mercadoria.
         Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por meio da transformação da subjetividade em mercadoria. Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de si nas redes, imagens como selfies, imagens como paisagens, imagens como frases feitas e formulações instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
            Em termos simples, cada um está produzindo e vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo dono dos meios de produção de si, cada um se produz a partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor consumido”, para lembrar Vilém Flusser.

(Marcia Tiburi. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoriaredes-sociais/. Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Considerando ainda o período destacado na questão anterior, pode-se afirmar que a expressão “por conseguinte” expressa uma relação, no contexto, EXCETO:
Alternativas
Q2047041 Português

O futuro da Web


Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural.


         A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massificou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores localizados em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca.

        A www permitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma o cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

       A ideia que originou a Web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”

         Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da Web para o avanço das pesquisas em inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.

       Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee expressou preocupação com os rumos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores.

(Yuri Vasconcelos. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/. Fragmento.)

Considere o excerto “Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural” e indique a afirmativa correta acerca das relações linguísticas estabelecidas.
Alternativas
Q2047042 Português

O futuro da Web


Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural.


         A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massificou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores localizados em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca.

        A www permitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma o cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

       A ideia que originou a Web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”

         Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da Web para o avanço das pesquisas em inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.

       Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee expressou preocupação com os rumos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores.

(Yuri Vasconcelos. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/. Fragmento.)

Ainda em relação ao excerto “Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural” pode-se afirmar que os desafios referenciados:
Alternativas
Q2047043 Português

O futuro da Web


Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural.


         A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massificou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores localizados em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca.

        A www permitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma o cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

       A ideia que originou a Web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”

         Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da Web para o avanço das pesquisas em inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.

       Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee expressou preocupação com os rumos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores.

(Yuri Vasconcelos. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/. Fragmento.)

Tendo em vista as estruturas textuais e o conteúdo apresentado, pode-se afirmar que o texto tem como principal finalidade:
Alternativas
Q2047044 Português

O futuro da Web


Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural.


         A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massificou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores localizados em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca.

        A www permitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma o cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

       A ideia que originou a Web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”

         Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da Web para o avanço das pesquisas em inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.

       Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee expressou preocupação com os rumos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores.

(Yuri Vasconcelos. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/. Fragmento.)

“A expressão ‘balzaquiana’ passou a fazer referência à mulher de trinta anos, após a publicação do romance ‘A mulher de trinta anos’ do escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850). Na obra, o autor sintetiza todas as angústias, sonhos e desejos da alma feminina.” Tendo em vista a informação anterior, pode-se afirmar que a compreensão, no texto, do trecho “A Web tornou-se balzaquiana.” (1º§) demonstra: 
Alternativas
Q2047045 Português

O futuro da Web


Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo um território livre, democrático e plural.


         A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a World Wide Web, ou simplesmente www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet, massificou seu uso e provocou profundas transformações na maneira pela qual as pessoas se relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos e era pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a internet, uma rede conectada de computadores localizados em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem ferramentas de busca.

        A www permitiu a fácil interconexão de dados distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma o cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60% da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

       A ideia que originou a Web, destaca o cientista da computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese interessante que revela a importância da pesquisa básica para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara, e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório para que o www se concretizasse e se transformasse na ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”

         Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a importância da Web para o avanço das pesquisas em inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede uma grande quantidade de informações, permitindo que os algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.

       Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee expressou preocupação com os rumos que a internet está tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela. Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades políticas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos usuários na rede mundial de computadores.

(Yuri Vasconcelos. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/. Fragmento.)

“‘A rede trouxe muitas coisas boas e praticamente não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela nos proporciona’, opina.” (2º§) De acordo com o sentido produzido pelo termo em destaque no contexto pode-se afirmar que: 
Alternativas
Q2047046 Noções de Informática
“Contém todo o software básico, necessário para inicializar a placa-mãe, checar os dispositivos instalados e carregar o Sistema Operacional, o que pode ser feito a partir do HD, CD-ROM, pendrive, ou qualquer outra mídia disponível.” Trata-se de:
Alternativas
Q2047047 Noções de Informática
“Na linha de comando do Sistema Operacional MS-DOS, o comando __________ é usado para listar arquivos e diretórios.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
Alternativas
Q2047048 Noções de Informática
No Windows 7, Configuração Local, Idioma Português-Brasil, é possível limitar o acesso ao computador, de uma conta de usuário, utilizando o recurso Controle dos Pais. São considerados algumas dessas formas, EXCETO:
Alternativas
Q2047049 Noções de Informática
Ao trabalhar numa planilha, utilizando o Microsoft Excel 2013, Configuração Local, Idioma Português-Brasil, torna-se necessário apresentar dados em uma determinada reunião. Para isso, deve-se utilizar gráfico. Para se adicionar um gráfico à planilha, assinale o caminho correto a ser seguido.
Alternativas
Q2047050 Noções de Informática
Leia e analise o trecho a seguir, retirado do Edital nº 01, de 10 de Junho de 2019, do Concurso da Prefeitura Municipal de Pitangueiras. “O Concurso Público se destina ao provimento de 43 vagas para cargos de Nível Superior, 7 vagas para cargos de Nível Médio Técnico, 40 vagas para os cargos de Nível Médio, 6 vagas para os cargos de Nível Fundamental Completo e 12 vagas para o cargo de Nível Fundamental Incompleto, além de formação de cadastro de reserva para atendimento a novas vagas que vierem a surgir durante a validade do concurso público.” Observe que trata-se de um parágrafo no qual algumas palavras estão destacadas em negrito. Para isso, deve-se selecionar palavra por palavra e aplicar o negrito, ou ainda selecionar todas as palavras de uma única vez e aplicar a formatação desejada. “Para selecionar palavras alternadas em um texto, seleciona-se uma palavra e pressiona-se a tecla __________ mantendo-a pressionada para selecionar as demais palavras e, assim, aplicar a formatação desejada. Deve-se utilizar como base o Microsoft Word 2013, Configuração Local, Idioma Português-Brasil.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
Alternativas
Respostas
1: B
2: C
3: D
4: A
5: D
6: B
7: B
8: C
9: B
10: C
11: D
12: B
13: A
14: A
15: A
16: B
17: A
18: D
19: A
20: B