Considere o caso clínico para responder a questão. Leia atentamente.
Paciente, 26 anos, sexo feminino, comparece em consulta
acompanhada da mãe. Diz não ter motivo para consultar; está
se sentindo bem, demonstra impaciência durante a consulta,
atitude algo invasiva e humor disfórico. Nega tristeza ou sintomas depressivos; quando questionada, fala sobre ansiedade e
angústia que ela tem sentido recentemente, relacionadas ao
fim do namoro. Mãe relata que a paciente há um mês teria
ficado muito agitada, insone, mais falante que o normal, com
compulsão por compras e por sexo (múltiplos parceiros neste
período). Tem ido em festas com maior frequência, aumentou
consumo de álcool, bebendo diariamente. Fez dívidas. Paciente refere que há três semanas terminou relacionamento de
três anos. Ficou agressiva verbalmente e fisicamente, não aceitava término, ameaçou se matar caso o ex-namorado não mudasse de ideia. Afirma, ainda, que tinha medo de ser abandonada. Mãe acrescenta que paciente tem brigado com frequência com amigos e com desconhecidos em festas, além de diversas discussões de cunho político em rede social. Tem ido ao
trabalho, conseguindo cumprir tarefas e obrigações, embora
sinta maior dificuldade em concentrar e focar. Histórico de depressão aos 23 anos, fez uso de fluoxetina 20 mg com resposta
parcial por um ano e cessou por conta própria (não sustentou
efeito). Histórico de irritabilidade e oscilações de humor dentro de um mesmo dia de longa data. Ao exame do estado mental: paciente com humor disfórico, taquilálica, atitude invasiva,
inquietação psicomotora; porém, consegue ficar sentada, sem
alteração de sensopercepção, discurso organizado, hipotenaz.
Memória e inteligência preservadas.