Questões de Concurso Público CRIS - SP 2019 para Auxiliar Administrativo - Programa DST/HIV

Foram encontradas 50 questões

Q1722539 Português

Pelada


    Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “Eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro joga sem camisa. Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho. Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA – Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!), jamais seria barrada em recepção do Itamaraty. No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha. Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura. Nova saída. Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança.

In: Armando Nogueira Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977

Que figura de linguagem é utilizada pelo autor que tem como característica atribuir características humanas a seres inanimados e a que se refere esse recurso estilístico?
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Q1722540 Português

Pelada


    Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “Eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro joga sem camisa. Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho. Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA – Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!), jamais seria barrada em recepção do Itamaraty. No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha. Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura. Nova saída. Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança.

In: Armando Nogueira Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977

No trecho “em compensação, num racha de menino, ninguém é mais sapeca...”, o termo sublinhado faz referência à:
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Q1722541 Português

Pelada


    Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “Eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro joga sem camisa. Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho. Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA – Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!), jamais seria barrada em recepção do Itamaraty. No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha. Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura. Nova saída. Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança.

In: Armando Nogueira Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977

O tema da crônica escrita por Armando Nogueira retrata :
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Q1722542 Português

Pelada


    Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “Eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro joga sem camisa. Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho. Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA – Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!), jamais seria barrada em recepção do Itamaraty. No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha. Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura. Nova saída. Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança.

In: Armando Nogueira Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977

As palavras atrás, silêncios e lá são acentuadas, corretamente, por serem:
Alternativas
Q1722543 Português
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada NÃO equivale a seu sinônimo:
Alternativas
Q1722544 Português
Assinale a alternativa em que a regência verbal está de acordo com a norma culta.
Alternativas
Q1722545 Português
A alternativa em que o sinal de crase NÃO procede é:
Alternativas
Q1722546 Português
Assinale a alternativa em que a conjunção marca a relação indicada entre parênteses:
Alternativas
Q1722547 Português
Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:
Alternativas
Q1722548 Português
Na tirinha abaixo, tem-se o exemplo de uma figura de linguagem que é uma:
Imagem_1.png (364×185)
Alternativas
Q1722549 Noções de Informática
No Microsoft Word 2016, em Português, existem 5 modos de exibições diferentes que ficam localizados na guia exibir. Dos modos de exibição abaixo, qual NÃO pertence a essa lista?
Alternativas
Q1722550 Noções de Informática
Caso eu esteja utilizando Microsoft Word 2016, em Português, e pressione CTRL+U. Qual o comportamento esperado?
Alternativas
Q1722551 Noções de Informática
No Microsoft Word 2016, na guia revisão, em qual grupo localizamos a opção Ortografia e Gramática?
Alternativas
Q1722552 Noções de Informática
No Microsoft Word 2016 em qual das guias abaixo podemos encontrar a opção Iniciar Mala Direta?
Alternativas
Q1722553 Noções de Informática
No Microsoft Word 2016, temos a opção de Proteger Documento que possibilita limitar o acesso a qualquer documento criado ou editado. Para controlarmos alterações que podem ser feitas em documentos qual das opções abaixo devemos utilizar?
Alternativas
Q1722554 Noções de Informática

A imagem abaixo refere-se a uma planilha criada no Microsoft Excel 2016, a coluna B está com dados definido com o formato data. 


Imagem_2.png (267×224)


Qual será o valor exibido na célula B8, após a mesma ser preenchida com a fórmula =MENOR(B2:B7;3)? 

Alternativas
Q1722555 Noções de Informática
Quantas células estão sendo utilizada na fórmula =SOMA(A1;B1:D3;G2;H3)?
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Q1722556 Noções de Informática
Considere a seguinte planilha criada no Microsoft Excel 2016 abaixo, para responder:
Imagem_3.png (211×228)

Se a fórmula =MAIOR(A1:A9;6) for preenchida na célula A10. Qual será o resultado?
Alternativas
Q1722557 Noções de Informática
Considerando a planilha abaixo, criada no Microsoft Excel 2016 na sua configuração padrão.
Imagem_4.png (288×205)

Se a fórmula CONT.SE(B2:B6;”>=76”) fosse inserida na célula B7. Qual seria o resultado exibido em B7? 
Alternativas
Q1722558 Noções de Informática
Francisco recebeu uma planilha, criada no Microsoft Excel 2016 e ele pretende destacar valores duplicados na mesma utilizando a formatação condicional. Com qual caminho abaixo ele chegará nessa configuração?
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: B
4: C
5: A
6: B
7: A
8: C
9: B
10: A
11: B
12: C
13: A
14: A
15: C
16: A
17: A
18: B
19: A
20: A