Questões de Concurso Público Prefeitura de Barra Velha - SC 2019 para Técnico em Enfermagem

Foram encontradas 10 questões

Q1622825 Português
A FUGA


    Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.
     - Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
    Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
     - Pois então para de empurrar a cadeira.
    - Eu vou embora - foi a resposta. 
    Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa – a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
     A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:
    - Viu um menino saindo desta casa? – gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
    - Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
     Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, iam deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e - saíra de casa prevenido - uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
     - Meu filho, cuidado!
     O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho:
     - Que susto você me passou, meu filho – e apertavao contra o peito, comovido.
    - Deixa eu descer, papai. Você está me machucando. Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
     - Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
     - Me larga. Eu quero ir embora.
     Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
     - Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
     - Fico, mas vou empurrar esta cadeira. E o barulho recomeçou.

SABINO, Fernando. A vitória da infância. São Paulo, Ática, 1995. p. 43
De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q1622827 Português
Assinale a alternativa CORRETA para discurso direto, indireto e indireto livre.

I-O despertador tocou mais cedo.
II-Felipe disse que estava cansado.
III- Preciso me arrumar para a festa.
Alternativas
Q1622828 Português
Assinale a alternativa CORRETA para a ortografia e pontuação adequada.
Alternativas
Q1622829 Português
Assinale a alternativa CORRETA para acentuação gráfica.
Alternativas
Q1622830 Português
Assinale a alternativa CORRETA para referente aos sinônimos, antônimos dos vocábulos sublinhados.
“ Aquela lanchonete tem um lanche saboroso ”.
Alternativas
Q1622831 Português
Assinale a alternativa CORRETA para as concordâncias verbal e nominal.

I-Renata e Anderson entraram na loja.
II-Esse cobertor está muito caro.
Alternativas
Q1622832 Português
Assinale a alternativa CORRETA para figuras de sintaxe.

I- E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais).
II- A Itália é encantadora!
III-Você terá que encarar de frente essa situação.
IV-Eu comi pizza de chocolate; ele de abacaxi.
Alternativas
Q1622834 Português
Assinale a alternativa CORRETA a respeito dos processos de coordenação e subordinação.

I- Marina trabalha e cuida dos filhos.
II- Eu queria ir ao cinema, mas tenho que estudar.
III-Todos estavam com sede.
Alternativas
Q2053975 Português
Leia o texto e responda a questão.

A FUGA

    Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.
    - Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
    Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
     - Pois então para de empurrar a cadeira.
     - Eu vou embora - foi a resposta.
     Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa – a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
     A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:
     - Viu um menino saindo desta casa? – gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
     - Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
     Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, iam deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e - saíra de casa prevenido - uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
     - Meu filho, cuidado!
     O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho:
     - Que susto você me passou, meu filho – e apertavao contra o peito, comovido.
     - Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
     Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
     - Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
     - Me larga. Eu quero ir embora.
     Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
     - Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
     - Fico, mas vou empurrar esta cadeira. E o barulho recomeçou.

SABINO, Fernando. A vitória da infância. São Paulo, Ática, 1995. p. 43
Assinale a alternativa CORRETA para o emprego das classes de palavras dos vocábulos sublinhados.
“A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante”.
Alternativas
Q2053982 Português
Assinale a alternativa para o uso CORRETO da crase.
Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: D
4: B
5: C
6: A
7: B
8: A
9: B
10: A