TEXTO PARA A QUESTÃO.
Como o aumento global de 1,6 graus pode afetar a saúde das pessoas?
Na última sexta-feira (10), o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S) divulgou um relatório que confirma que 2024 ultrapassou o limite de 1,5 graus Celsius, previsto para ser evitado no Acordo Climático de Paris, de 2015. Com esse aumento global, será que a saúde dos humanos pode ser afetada?
Para entender os impactos imediatos e de longo prazo do aumento da temperatura global na saúde humana, a CNN conversou com a especialista em saúde ambiental Helena Ribeiro, professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP- USP).
Segundo Ribeiro, o aumento médio de 1,6 graus Celsius na temperatura global não traz consequências imediatas para a saúde humana, pelo menos a princípio.
No entanto, as mudanças e desequilíbrios causados por esse aquecimento afetam a atmosfera, o que gera mais ondas de calor intenso, frio extremo, chuvas torrenciais e secas severas em diferentes regiões do planeta.
Essas ondas de calor podem impactar o sistema cardiorrespiratório dos humanos, especialmente em idosos, crianças pequenas, gestantes, pessoas com baixa imunidade e grupos populacionais já afetados por doenças circulatórias e respiratórias.
“As ondas de frio também estão relacionadas a maior incidência de doenças respiratórias, como gripes, asma, pneumonia, bronquite, bronquiolite e podem representar risco para pessoas com doenças circulatórias, pois o frio contrai as artérias e veias, dificultando o fluxo sanguíneo e sobrecarregando o coração”, destaca a especialista.
Em curto prazo, as oscilações térmicas extremas, como ondas de calor e frio intenso, podem aumentar atendimentos médicos, internações e, em alguns casos, até a mortalidade.
A professora também explica que populações de baixa renda podem ser mais impactadas, já que fatores como moradia, materiais de construção, roupas, alimentação, hidratação e acesso a áreas verdes aumentam a vulnerabilidade a esses eventos climáticos.
Enfrentar as mudanças climáticas e limitar o aumento da temperatura global exige ações urgentes e coordenadas. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promover a transição para energias limpas, incentivar o reflorestamento e investir em tecnologias de captura de carbono são medidas essenciais para minimizar os impactos.
Em resumo, é crucial criar políticas públicas que adaptem as cidades e suas populações aos eventos climáticos extremos, a fim de garantir mais proteção à sociedade. O desafio é grande, mas o futuro do planeta e da humanidade depende dessas ações.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/como-o-aumento-global-de-16-graus-pode-afetar-a-saude-das-pessoas/ (adaptado).