Leia o texto abaixo para responder á questão .
O que você pode (e deve) fazer para comer menos açúcar
“Agora vai! Segunda-feira eu começo a comer mais
saudável no café da manhã, no almoço e até na sobremesa”.
Quem nunca bolou esse plano e, pelo menos por um tempo, o
colocou em prática? A atitude, sem dúvida, é legítima – e
necessária. O problema é quando as trocas alimentares não
compensam tanto.
Como assim? Muitos dos produtos que você compra no
mercado acreditando ser saudáveis são, na verdade, tão cheios
de açúcar e conservantes quanto aquele seu biscoito recheado
favorito ou até refrigerantes.
Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido,
fizeram esse teste com 921 iogurtes vendidos em supermercados
e publicaram seus (preocupantes) achados em setembro deste
ano no respeitado periódico.
Os testes mostraram que o teor de açúcar ultrapassa o
limite recomendado no país de 5 g do ingrediente doce para
100 g da porção total – a média ficou em 13 g de açúcar em
100 g. Para ter ideia, um cubinho de açúcar puro pesa em torno
de 4 g, o equivalente a uma colher de chá.
Por aqui, a realidade é parecida. “Iogurtes de fruta, por
exemplo, costumam ser adoçados com xarope de glicose ou
frutose, que aumenta muito o teor de açúcar”, diz a nutricionista
Gabriela Cilla, da Clínica NutriCilla, em São Paulo. Um potinho
de iogurte natural tem, em média, 3,2 g de carboidrato (grupo do
qual fazem parte os açúcares, sejam eles naturais do alimento,
sejam aqueles adicionados durante a fabricação). Já um iogurte
sabor morango tem cinco vezes mais: 16 g.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que
menos de 10% do total de carboidratos que consumimos em um
dia sejam açúcares. No caso de crianças ou pessoas que
precisam perder peso, essa taxa deve ser menor do que 5%,
segundo a OMS.
Já a Pirâmide Alimentar Brasileira estabelece que a
ingestão de doces seja limitada a apenas uma porção diária. Isso
dá, por exemplo, uma fatia de pudim de leite condensado, quatro
quadradinhos de chocolate ao leite ou dois biscoitos recheados.
Mas nós extrapolamos (e muito) esse limite. Os brasileiros
consomem 50% a mais de açúcar do que a OMS preconiza. Por
aqui, cada cidadão come, em média, 18 colheres de chá do
ingrediente doce por dia, sendo que o indicado são, no máximo,
12.
A ingestão exagerada de açúcar está associada a
problemas como obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome
metabólica, que acontece quando a pessoa acumula males como
hipertensão, colesterol alto e excesso de peso. A longo prazo,
essas condições aumentam o risco principalmente de doenças
cardiovasculares.
De olho no rótulo – e nos carboidratos
Um produto é considerado com baixo teor de açúcar
quando tem até 5 g desse ingrediente. Só que o item não
costuma vir discriminado no rótulo, e você pode cair na cilada de
comprar algo achando que é saudável, quando, na verdade, não
é bem assim.
Daí a importância de ficar de olho na quantidade de
carboidrato – que, além de embutir os açúcares, vira glicose no
fim do processo de digestão. Num produto industrializado, o teor
de carboidrato é considerado alto quando ele ultrapassa dois
terços da porção total.
Mas isso também depende da composição nutricional do
alimento como um todo. Se ele tiver uma boa dose de fibras ou
proteína, o Índice Glicêmico (IG) será menor. Ou seja: haverá
uma redução na velocidade com que o carboidrato vira glicose
no sangue.
Você não precisa deixar de comer os doces que tanto ama.
O segredo está em ter uma alimentação equilibrada e, sempre
que possível, priorizar sobremesas feitas com açúcar natural, que
é melhor absorvido pelo nosso organismo. Vale o cristal, o
demerara, o mascavo, o de coco. Se preferir adoçantes, opte
pelos naturais (xilitol, eritritol, maltitol) e evite os de base química,
como stévia, aspartame e maltodextrina.
(Luiza Monteiro. Revista Superinteressante, 14.11.2018. Adaptado).