Ao longo da história constituiu-se um amplo acervo
teórico e crítico à política social do governo de
Fernando Henrique Cardoso. Estudos, como os de
Behring, confirmam certa predominância e frequente
apologia ao voluntariado, remetendo-a “ao mundo da
solidariedade, da realização do ‘bem comum’ pelos
indivíduos, por meu de um trabalho voluntário não
remunerado e desconsiderando o aparato democrático-participativo das políticas sociais instituído por meio
dos Conselhos e Conferências”. Já no serviço público
predominavam as práticas pautadas na admissão do
funcionalismo, não necessariamente por concurso
público, e a demissão ficaria a critério dos dirigentes de
plantão, o que deixava (e deixa) o funcionalismo
atuante na ponta à mercê da ocasião, quebrando, nos
médio e longo prazos, a continuidade e a memória
administrativa nas instituições agora autônomas [...]”
(BEHRING, 2021, p. 171). Pode-se afirmar, portanto,
que, à luz dessa tendência teórica, que faz a crítica à
política social hegemônica dos governos neoliberais, o
voluntariado e as práticas de admissão do
funcionalismo no Brasil são, respectivamente, ações de