“Apareceu, no sertão do Norte, um indivíduo,
que se diz chamar Antônio Conselheiro e que
exerce grande influência no espírito das
classes populares. Deixou crescer a barba e os
cabelos, veste uma túnica de algodão e
alimenta-se, tenuemente, sendo quase uma
múmia. Acompanhado de duas professas, vive
a rezar terços e ladainhas e a pregar e dar
conselhos às multidões, que reúne onde lhes
permitem os párocos.”
— Descrição da Folhinha Laemmert, de 1877,
reproduzida por Euclides da Cunha em Os
Sertões, 1902. O texto acima fala sobre o líder de uma
comunidade que formava, no final do século
XIX, uma irmandade religiosa e chegou a
reunir uma população flutuante, de,
aproximadamente, 25 mil habitantes e 5.200
casas, no sertão baiano. Essa comunidade foi,
definitivamente, arrasada pelas tropas do
Exército Brasileiro, em 1897. Estamos nos
referindo a: