Questões de Concurso Público IF-AC 2014 para Biologia
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NO MUNDO DA LUA
Certos escribas são capazes de produzir tolices por ignorar coisas elementares como a diferença entre estrelas e planetas ou entre o anu e a garça
É o seguinte o curioso trecho da resenha do filme alemão "Inferno", de 2012, sobre o destino do homem na Terra depois de terríveis tempestades solares:
"Em futuro não muito distante, as guerras não serão o maior inimigo da humanidade, mas um velho conhecido de todos, a maior estrela do nosso sistema solar: o Sol."
Terá o sistema solar outras estrelas além do Sol? Que ideia fará do sistema solar o inventivo resenhista brasileiro? Saberá ele a diferença entre estrelas e planetas? Entre planetas e satélites? Entre constelações e galáxias? Entre o anu e a garça?
Ou é escriba muito distraído ou terá faltado às parcas aulas de astronomia que costumavam preceder estudos elementares de geografia física; nessas aulas, e nas de física, os estudantes de primeiro e segundo grau aprendiam que a Terra gira em torno de uma estrela ― o Sol ―, com outros sete planetas; todos eles nesta ordem em relação ao Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, fora corpos menores, como Plutão. Aprendiam também que estrelas têm luz e calor próprios, e os planetas, não.
Aprendia-se além disso que esse equilibrado conjunto compõe o sistema solar, um dos bilhões em movimento na Via Láctea, que é uma dos bilhões de galáxias do universo. O escriba não terá aprendido, além disso, que o Sol, a óbvia única estrela do sistema, é a fonte de luz e calor que sustenta a vida neste planeta desolado a caminho da escuridão. É preciso lembrar que o Sol, grande ameaça, segundo o filme e o articulista, no fim vai-se aquecer muito mais, dilatar-se e absorver a Terra. Bem antes, nosso planeta perdido e mal-amado talvez já se tenha tornado uma bolota de gelo sem vida no espaço. Deve demorar algum tempo: alguns bilhões de anos. Muito antes disso, o autodestrutivo ser humano terá ido para o beleléu, com o resto da vida que houver por aqui. Não sobrarão nem formas inferiores de vida, como baratas e políticos de baixo extrato ― 97,63% deles.
Enfim, e sem saudosismo, pelo jeitão da coisa e do grau de conhecimento de alguns escribas em ação em jornais, revistas e outros meios de comunicação, tem-se a vaga impressão de que o sistema educacional brasileiro, incluindo as escolas de jornalismo, já teve melhores dias.
MACHADO, Josué. Revista Língua Portuguesa. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/blogJosue/no-mundo-da-lua-319197-1.asp. Acesso em 15 jul 2014.
SONETO DO AMOR TOTAL
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
MORAES, Vinicius. Livro de sonetos. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Quais as figuras de linguagens presentes nos dois versos a seguir?
I – “Dentro da eternidade e a cada instante.”
II – “Hei de morrer de amar mais do que pude.”