Considere os quatro textos a seguir para responder à próxima questão.
Texto 1:
(Fragmento do Prefácio Interessantíssimo - Mário de Andrade)
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita. Penso depois:
não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo.
Um pouco de teoria?
Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria
frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada.
Pronomes? Escrevo brasileiro. Si uso ortografia portuguesa é porque, não alterando o resultado, dá-me
uma ortografia.
Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior:
automóveis, cinema, asfalto. Si estas palavras frequentam-me o livro é porque pense com elas escrever
moderna, mas porque sendo meu livro moderno, elas têm nele sua razão de ser.
Texto 2:
Erro de português. (Oswald de Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Texto 3:
O capoeira. (Oswald de Andrade)
— Qué apanhá sordado?
— O quê?
— Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
Texto 4:
São José Rel Rei - (Oswald de Andrade)
Bananeiras
O Sol
O cansaço da ilusão
Igrejas
O ouro na serra de pedra
A decadência.