Questões de Concurso Público SEDUC-PI 2018 para Professor Temporário - Língua Portuguesa
Foram encontradas 28 questões
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
TEXTO 02
Nos últimos 50 anos e em especial a partir da década de 1980, professores de português e pesquisadores da língua têm feito a crítica do ensino tradicional de português (...). Houve e continua havendo esforços para construir alternativas a esse ensino. Não obstante, o quadro pedagógico tem mudado pouco. Talvez porque ainda não tenhamos conseguido fazer e disseminar, com todas as letras, a crítica radical ao normativismo e à gramatiquice.
E essa não é uma tarefa fácil, porque o normativismo e a gramatiquice não são apenas concepções e atitudes ligadas à língua e seu ensino. Pelo seu caráter conservador, impositivo e excludente, o normativo e a gramatiquice são parte intrínseca de todo um conjunto de conceitos, atitudes e valores fundamentalmente autoritários, muito adequados ao funcionamento de uma sociedade profundamente marcada pela divisão social.
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
De saída, temos de ter sempre claro que a questão da língua é, fundamentalmente, uma questão política e como tal deve ser tratada.
(...)
(FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola editorial, 2008, p. 158)
O ensino de português, nesse sentido, não está separado da sociedade que o justifica e o sustenta. Desse modo, criticá-lo é também criticar essa mesma sociedade: agir para mudá-lo é também agir para transformar a sociedade.
Os termos marcados nos trechos transcritos em cada opção desempenham função sintática de complemento verbal
– objeto direto, EXCETO em
TEXTO 03
Trecho de entrevista concedida pela educadora Rosa Bertholini, diretora da Escola Teia de Aprendizagens, sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), à Revista ENSINO Fundamental – arte educa.
Revista ENSINO Fundamental: Qual a importância de uma BNCC em um país tão cultural e economicamente diverso como o nosso?
Rosa Bertholino: Penso que discutir os rumos da educação brasileira, dedicando especial atenção aos currículos escolares, sempre é necessário e se faz imprescindível especialmente nos novos debates sobre reformas da educação básica.
Enxergar a BNCC como forma de dar ênfase à escola como lugar de socialização do conhecimento é função dessa instituição especialmente relevante para os estudantes das classes menos favorecidas, que têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, do conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a Arte.
Os currículos deveriam ser tratados na BNCC de modo contextualizado a partir de uma relação interdisciplinar, sem tamanha rigidez, e não como se fosse uma mera lista de objetivos, métodos e conteúdos, desprezando assim seu caráter político, sua condição de elemento que pressupõe um projeto de futuro para a sociedade que o produz.
Só poderei enxergar a importância de um documento que guiará a educação de nosso país tão diverso e desigual em oportunidades se de fato esses currículos, habilidades e competências contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, políticas, econômicas e culturais presentes em nossa sociedade, e que tragam o pensamento filosófico, a criação artística, a expressão das mais de cem linguagens de nossos meninas e meninos inseridos nos contextos em que elas se constituem. Tenho também clareza de que a implementação da BNCC será inócua se não vier acompanhada de uma política educacional mais ampla, voltada para a formação e atuação dos profissionais da área, e da adoção de medidas concretas para a melhoria das condições da educação pública no país.
(...)
(Revista ENSINO Fundamental: Arte educa, Editora Escala, Edição 16, p. 9).
"Só poderei enxergar a importância de um documento que guiará a educação de nosso país tão diverso e desigual em oportunidades se de fato esses currículos, habilidades e competências contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, políticas, econômicas e culturais presentes em nossa sociedade,...".
Nesse excerto, a palavra "Só" confere ao contexto um sentido de:
TEXTO 03
Trecho de entrevista concedida pela educadora Rosa Bertholini, diretora da Escola Teia de Aprendizagens, sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), à Revista ENSINO Fundamental – arte educa.
Revista ENSINO Fundamental: Qual a importância de uma BNCC em um país tão cultural e economicamente diverso como o nosso?
Rosa Bertholino: Penso que discutir os rumos da educação brasileira, dedicando especial atenção aos currículos escolares, sempre é necessário e se faz imprescindível especialmente nos novos debates sobre reformas da educação básica.
Enxergar a BNCC como forma de dar ênfase à escola como lugar de socialização do conhecimento é função dessa instituição especialmente relevante para os estudantes das classes menos favorecidas, que têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, do conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a Arte.
Os currículos deveriam ser tratados na BNCC de modo contextualizado a partir de uma relação interdisciplinar, sem tamanha rigidez, e não como se fosse uma mera lista de objetivos, métodos e conteúdos, desprezando assim seu caráter político, sua condição de elemento que pressupõe um projeto de futuro para a sociedade que o produz.
Só poderei enxergar a importância de um documento que guiará a educação de nosso país tão diverso e desigual em oportunidades se de fato esses currículos, habilidades e competências contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, políticas, econômicas e culturais presentes em nossa sociedade, e que tragam o pensamento filosófico, a criação artística, a expressão das mais de cem linguagens de nossos meninas e meninos inseridos nos contextos em que elas se constituem. Tenho também clareza de que a implementação da BNCC será inócua se não vier acompanhada de uma política educacional mais ampla, voltada para a formação e atuação dos profissionais da área, e da adoção de medidas concretas para a melhoria das condições da educação pública no país.
(...)
(Revista ENSINO Fundamental: Arte educa, Editora Escala, Edição 16, p. 9).
"Só poderei enxergar a importância de um documento que guiará a educação de nosso país tão diverso e desigual em oportunidades se de fato esses currículos, habilidades e competências contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, políticas, econômicas e culturais presentes em nossa sociedade,...".
Num registro mais próximo da escrita formal, o trecho "...se de fato esses currículos, habilidades e competências
contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, ...", a forma verbal "contribuam" só NÃO poderá ser
reescrita sob a forma da seguinte:
TEXTO 03
Trecho de entrevista concedida pela educadora Rosa Bertholini, diretora da Escola Teia de Aprendizagens, sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), à Revista ENSINO Fundamental – arte educa.
Revista ENSINO Fundamental: Qual a importância de uma BNCC em um país tão cultural e economicamente diverso como o nosso?
Rosa Bertholino: Penso que discutir os rumos da educação brasileira, dedicando especial atenção aos currículos escolares, sempre é necessário e se faz imprescindível especialmente nos novos debates sobre reformas da educação básica.
Enxergar a BNCC como forma de dar ênfase à escola como lugar de socialização do conhecimento é função dessa instituição especialmente relevante para os estudantes das classes menos favorecidas, que têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, do conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a Arte.
Os currículos deveriam ser tratados na BNCC de modo contextualizado a partir de uma relação interdisciplinar, sem tamanha rigidez, e não como se fosse uma mera lista de objetivos, métodos e conteúdos, desprezando assim seu caráter político, sua condição de elemento que pressupõe um projeto de futuro para a sociedade que o produz.
Só poderei enxergar a importância de um documento que guiará a educação de nosso país tão diverso e desigual em oportunidades se de fato esses currículos, habilidades e competências contribuam para o pensamento crítico das contradições sociais, políticas, econômicas e culturais presentes em nossa sociedade, e que tragam o pensamento filosófico, a criação artística, a expressão das mais de cem linguagens de nossos meninas e meninos inseridos nos contextos em que elas se constituem. Tenho também clareza de que a implementação da BNCC será inócua se não vier acompanhada de uma política educacional mais ampla, voltada para a formação e atuação dos profissionais da área, e da adoção de medidas concretas para a melhoria das condições da educação pública no país.
(...)
(Revista ENSINO Fundamental: Arte educa, Editora Escala, Edição 16, p. 9).
Os currículos deveriam ser tratados na BNCC de modo contextualizado a partir de uma relação interdisciplinar, sem tamanha rigidez, e não como se fossem uma mera lista de objetivos, métodos e conteúdos, desprezando assim seu caráter político, sua condição de elemento que pressupõe um projeto de futuro para a sociedade que o produz.
Sobre o que se afirma a respeito de estruturas morfossintáticas marcadas em cada uma das opções é
CORRETO o que se afirma em:
Leia a tirinha, abaixo, para responder à questão.
Leia a tirinha, abaixo, para responder à questão.
No texto principal desse anúncio identificamos uma estratégia argumentativa apresentada, a partir de recursos
sintático-semânticos de
O que é hipercorreção?
A hipercorreção é um fenômeno de linguagem muito comum entre pessoas que se deram conta da existência de "outro falar" muito mais prestigiado que o seu. Essas pessoas também desejam ser usuárias dessa forma prestigiada, do "falar mais correto". Para tal, esforçam-se em "corrigir" sua fala e acabam incorrendo no erro de corrigi-la demasiadamente. (...).
(BORTONE, M. E. e ALVES, S. B. O fenômeno da hipercorreção. In.Bortoni-Ricardo, S. M. et all. Orgs. São Paulo: Parábola editorial, 2014, p.130)
No texto acima, a função da linguagem que predomina é a função
Leia o fragmento de uma entrevista com uma senhora residente na periferia da cidade de Teresina, em situação de coleta de dados, de pesquisa sociolinguística, para responder à questão.
Pesquisadora: A senhora trabalha aqui mesmo, na comunidade?
Dona Maria Rosa: é aqui mermo muié. Eu faço faxina em duas casa. Tem uma que me dá trabaio demais. (...) Nunca vi um lugar pra ter tanta telha de aranha, que chega a enganchar na cara da gente.
Verifica-se, na fala de Dona Maria Rosa, uma ocorrência do fenômeno de hipercorreção, identificado na pronúncia
de
Jaguarê chegou à idade em que o mancebo troca a fama de caçador pela glória do guerreiro. Para ser aclamado guerreiro por sua nação é preciso que o jovem caçador conquiste esse título por uma grande façanha. Por isso, deixou a taba dos seus e a presença de Jandira, a virgem formosa que lhe guarda o seio de esposa.
(José de Alencar. Ubirajara. São Paulo: Ática, 2002)
Jaguarê chegou à idade em que o mancebo troca a fama de caçador pela glória do guerreiro. Para ser aclamado guerreiro por sua nação é preciso que o jovem caçador conquiste esse título por uma grande façanha. Por isso, deixou a taba dos seus e a presença de Jandira, a virgem formosa que lhe guarda o seio de esposa.
(José de Alencar. Ubirajara. São Paulo: Ática, 2002)
TEXTO 01 (Leia o texto para responder às questões que seguem).
DIPLOMACIA FAMILIAR
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes
A vida em família é, na maioria das vezes, a nossa sustentação. A família aconchega, acolhe, defende, oferece segurança, é nossa fortaleza. Há momentos harmoniosos de convivência que melhoram a nossa qualidade de vida! (...) É o único grupo ao qual pertencemos a vida toda. É uma panelinha amorosa!
Mas, como tudo, a vida em família tem o seu outro lado: não é – e nunca foi – fácil viver em família. Dentro das quatro paredes, os conflitos, as cobranças, as pressões e as expectativas frustradas, (...) vêm à tona.
Normal! Afinal, como são os afetos que regem a vida do grupo familiar, não tinha como ser diferente, porque eles sempre andam aos pares, com seus opostos. É por isso que, onde há amor, há ódio, também. Só não há indiferença, porque, aí, não há afeto.
Entreveros familiares sempre existiram e existirão, mas, na atualidade, os laços familiares andam frágeis, porque qualquer motivo à toa já basta para que surjam picuinhas, hostilidades, distanciamento, raiva, mágoa etc. Será que estamos a assumir que, de fato, ―parente é serpente‖?
Uma bronca de um tio no sobrinho é motivo para que os irmãos se desentendam; passar um dia com os netos já pode suscitar fofocas maldosas a respeito dos avós; um presente dado a uma sobrinha provoca ciúme de outra irmã, e assim por diante.
Por que esses pequenos acontecimentos do cotidiano, antes relevados, agora despertam emoções tão intensas nos integrantes do grupo familiar? Temos algumas pistas.
O modo individualista de viver e a busca da felicidade pessoal e permanente, valores sociais que adotamos faz tempo, têm grande parcela de responsabilidade nessa questão. "Eu preciso pensar em mim", "devo pôr para fora tudo o que me atormenta", "por que as pessoas agem de modo tão diferente do que deveriam?" são alguns exemplos de pensamentos que existem em nós, muitas vezes à nossa revelia, e que mostram o quanto os valores citados interferem em nossa vida pessoal. (...).
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes, relevar as pequenas adversidades que eles nos provocam, sem querer ou intencionalmente, respeitar as diferenças existentes, perdoar os seus defeitos e lembrar, sempre, dos benefícios que pertencer a uma família nos traz e que hoje estão em risco. Senão, logo teremos mais um curso de graduação disponível no já concorrido mercado universitário: "diplomacia familiar". Somos capazes de dar conta disso, não somos?
(Revista Veja, Editora Abril, edição 2.542, ano 50, nº 32, 9 de agosto de 2017, p. 89. Por Rosely Sayão).
TEXTO 01 (Leia o texto para responder às questões que seguem).
DIPLOMACIA FAMILIAR
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes
A vida em família é, na maioria das vezes, a nossa sustentação. A família aconchega, acolhe, defende, oferece segurança, é nossa fortaleza. Há momentos harmoniosos de convivência que melhoram a nossa qualidade de vida! (...) É o único grupo ao qual pertencemos a vida toda. É uma panelinha amorosa!
Mas, como tudo, a vida em família tem o seu outro lado: não é – e nunca foi – fácil viver em família. Dentro das quatro paredes, os conflitos, as cobranças, as pressões e as expectativas frustradas, (...) vêm à tona.
Normal! Afinal, como são os afetos que regem a vida do grupo familiar, não tinha como ser diferente, porque eles sempre andam aos pares, com seus opostos. É por isso que, onde há amor, há ódio, também. Só não há indiferença, porque, aí, não há afeto.
Entreveros familiares sempre existiram e existirão, mas, na atualidade, os laços familiares andam frágeis, porque qualquer motivo à toa já basta para que surjam picuinhas, hostilidades, distanciamento, raiva, mágoa etc. Será que estamos a assumir que, de fato, ―parente é serpente‖?
Uma bronca de um tio no sobrinho é motivo para que os irmãos se desentendam; passar um dia com os netos já pode suscitar fofocas maldosas a respeito dos avós; um presente dado a uma sobrinha provoca ciúme de outra irmã, e assim por diante.
Por que esses pequenos acontecimentos do cotidiano, antes relevados, agora despertam emoções tão intensas nos integrantes do grupo familiar? Temos algumas pistas.
O modo individualista de viver e a busca da felicidade pessoal e permanente, valores sociais que adotamos faz tempo, têm grande parcela de responsabilidade nessa questão. "Eu preciso pensar em mim", "devo pôr para fora tudo o que me atormenta", "por que as pessoas agem de modo tão diferente do que deveriam?" são alguns exemplos de pensamentos que existem em nós, muitas vezes à nossa revelia, e que mostram o quanto os valores citados interferem em nossa vida pessoal. (...).
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes, relevar as pequenas adversidades que eles nos provocam, sem querer ou intencionalmente, respeitar as diferenças existentes, perdoar os seus defeitos e lembrar, sempre, dos benefícios que pertencer a uma família nos traz e que hoje estão em risco. Senão, logo teremos mais um curso de graduação disponível no já concorrido mercado universitário: "diplomacia familiar". Somos capazes de dar conta disso, não somos?
(Revista Veja, Editora Abril, edição 2.542, ano 50, nº 32, 9 de agosto de 2017, p. 89. Por Rosely Sayão).