Teoria científica explica por que o tempo “voa” quando
envelhecemos
O tempo voa quando ficamos mais velhos.
Provavelmente você já ouviu essa frase de algum familiar
ou até você mesmo tenha sentido isso. Um pesquisador
da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, _____
uma nova teoria sobre o assunto, que foi publicada no
periódico científico European Review, em 18 de março.
Adrian Bejan, professor de engenharia mecânica na
universidade, atribui a sensação de que o ritmo da vida
acelera à capacidade de captação e processamento de
imagens pelo cérebro, que diminui com o envelhecimento.
Com a idade, segundo Bejan – que é Ph.D. no
MIT e pesquisa sobre temas como termodinâmica, física
aplicada e vida e evolução –, o ser humano experimenta
cada vez mais a sensação de ter menos poder de
processamento cerebral, o que causa a sensação de que
tudo ficou mais rápido, como em um vídeo gravado com a
técnica chamada time-lapse, que comprime horas inteiras
em poucos minutos. Para ele, a mente humana sente
essa discrepância temporal ao perceber menos imagens,
ou seja, “o presente é diferente do passado porque a
visualização mental mudou”.
Isso seria ocasionado por mudanças no corpo,
especialmente em redes nervosas e neurais, que crescem
e se tornam mais complexas, tornando mais longo o
caminho para os sinais externos recebidos, fora a
degradação de tais percursos que acontece com a idade.
O pesquisador diz que seria esse o motivo de os olhos
das crianças se movimentarem mais rapidamente do que
os dos adultos. Como as pessoas mais velhas ______
menos imagens, a percepção de passagem de tempo é
alterada.
“As pessoas frequentemente se mostram
admiradas com o quanto conseguem se lembrar de dias
que parecem ter durado para sempre quando eram
jovens”, disse Bejan, em comunicado. “Não é que essas
experiências eram muito mais profundas ou significativas,
é apenas porque elas estavam processando tudo em alta
velocidade”.
A teoria de Bejan não é uma resposta definitiva
sobre o assunto para a comunidade científica, é claro. No
entanto, ela está em linha com uma pesquisa divulgada
pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em
1993. Ele analisa a capacidade de observação de
imagens do mundo. Os olhos de um adulto médio fazem
de três a cinco observações por segundo, com fixações de
200 milissegundos a 300 milissegundos, enquanto as
crianças observam mais com menor tempo de fixação.
https://exame.abril.com.br/ciencia... - adaptado.