As expedições científicas
A exuberância da natureza brasileira atraiu diversas
expedições científicas. Uma delas foi a de Carl Friedrich
Philipp Von Martius. Em três anos, ele percorreu 10 mil
quilômetros e fez a primeira classificação sistemática das
plantas brasileiras, registrada em sua obra Flora brasiliensis,
em que descreveu 220 mil variedades em 40 volumes,
ilustrados por 3.811 gravuras.
O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire foi o
primeiro pesquisador a explorar o interior do Brasil a convite
do Império, no século XIX. Ele identificou cerca de 120 tipos
de quaresmeiras.
A mais famosa de todas as expedições foi a do médico e
naturalista alemão Georg Heinrich Von Langsdorff. Ao
participar de uma volta marítima ao mundo, ele esteve na
costa de Santa Catarina e apaixonou-se pelo país. Em 1813,
nomeado cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro, comprou
uma fazenda chamada Mandioca, na baía de Guanabara,
logo transformada em projeto piloto para suas experiências.
Entre outras novidades, Langsdorff propunha a exploração
racional da terra por meio de culturas alternadas e
condenava a prática das queimadas. Planejou uma
expedição científica pelo interior do Brasil. Tendo
conseguido financiamento do czar Alexandre I em 1821,
Langsdorff contratou uma equipe de pesquisadores e voltou
ao Brasil. Entre 1824 e 1829, ele percorreu 16 mil
quilômetros pelas províncias do Rio de Janeiro, Minas
Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Pará e Amazonas,
realizando um precioso levantamento zoológico, botânico,
mineralógico e etnográfico.
O naturalista deixou de escrever seus diários em 20 de
maio de 1828, depois de cruzar o rio Juruena, no Pará. Ele
passou a ter alucinações causadas por violentas febres
tropicais (possivelmente malária), primeiros sintomas da
doença que lhe apagaria a memória e o levaria à loucura.
Langsdorff conviveu com sua loucura por mais 25 anos.
Morreu em 1852, aos 78 anos, na Alemanha. Seus diários só
foram encontrados em 1930.
(Fonte: Guia dos curiosos - adaptado.)