Espirradeira: linda e tóxica
A espirradeira (Nerium oleander) é uma planta da família Apocynaceae, originária da região da bacia do Mediterrâneo, incluindo Norte da África, até o sul da Ásia. Foi introduzida em regiões do oriente, Austrália, Madagascar e nas Américas, sendo muito cultivada em países tropicais e subtropicais pelo valor ornamental e por não serem plantas muito exigentes quanto às condições de solo e umidade.
Popularmente a espirradeira é também conhecida como loendro, loandro, aloendro, loandro-da-índia, alandro, loureiro-rosa, adelfa, oleandro, cevadilha ou flor-de-são-josé.
Seu porte pode ser arbustivo ou de pequena arvoreta, atingindo entre 2 e 5 metros de altura. Suas folhas são estreitas e alongadas e as flores são reunidas em panículas terminais muito vistosas, nas cores branca, rosa ou vermelha.
Apesar de ser muito comum na arborização urbana, sendo facilmente encontrada em calçadas e praças, todas as partes da planta são tóxicas para humanos e animais, sendo necessário o cuidado com as aparas resultantes de podas para que não fiquem ao alcance de crianças pequenas e animais.
Para manusear a planta, é recomendado o uso de luvas para proteção, pois a seiva esbranquiçada em contato com a pele também oferece riscos.
Entre seus princípios ativos estão a oleandrina e a neriantina, que são substâncias extraordinariamente tóxicas. A oleandrina é seu glicosídeo cardioativo majoritário. Essas substâncias são muito estudadas por diversas áreas de Farmácia, Química e Medicina pelo potencial terapêutico, para a criação de novos medicamentos, por exemplo.
Existem diversos relatos registrados de intoxicação de
adultos, crianças, animais de estimação como cães e gatos,
bovinos, equinos, caprinos, ovinos, sendo alguns casos letais.
Se ingerida em altas doses, a oleandrina pode provocar
parada cardíaca.
As propriedades tóxicas da espirradeira são conhecidas desde a Antiguidade e são perpetuadas nas medicinas populares em diversas partes do mundo.
Uma das histórias sobre as campanhas militares de Alexandre o Grande (356 a.C - 323 a.C), relata que vários de seus homens morreram após comerem carne envenenada por galhos da planta que foram utilizados como espeto.
Representações da planta estão presentes nas paredes romanas de Pompeia, datadas do primeiro século da era comum.
(Fonte: Escola de Botânico — adaptado.)